"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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terça-feira, 15 de abril de 2014

Capítulo 95: Ele me pediu pra lhe entregar isso.

Capítulo Anterior:
Coloquei a chave na ignição e dei partida no carro.
O caminho até a casa de Travis foi um silêncio e diferente da ida, a volta foi rápida e os minutos se passaram voando. Deixei Travis em casa e depois deixei Carmen no apartamento de Patrick. Segui em direção a minha casa, o caminhou foi silencioso e a única companhia que eu tive, foi das minhas próprias lágrimas.



Capítulo dividido em três, por ser muito grande!
Parte I

Demi’s POV

“- Você sabe que não está na sua hora ainda, Demi. Você tem pra viver, pra conhecer... Pra amar. – Escutei a voz de Alex.
- Mas Alex... – Tentei falar, mas ele me interrompeu.
- Chega de “mas”, Demi. Viva. – Ele falou convicto. Estávamos de frente um para o outro.
- Eu tenho medo. – Confessei.
- Não tenha! – Ele pediu, acariciando meu rosto. – Abra os olhos! – Ele falou.”

Meus olhos se abriram lentamente e minha visão entrou em foco aos poucos. Senti uma sensação estranha após esse sonho com Alex. Na verdade, eu não sabia o que estava sentindo. Só sabia que, de alguma forma, aquele sonho não foi por acaso. Era uma mensagem.
Olhei em voltei e percebi que estava em um quarto de hospital. As paredes tão brancas, que chegavam a doer os olhos, poucos móveis; uma janela com uma cortina persiana branca, que estava fechada; e uma televisão, que estava ligada. Olhei para meus pulsos e vi que os mesmos estavam enfaixados. Bem enfaixados!
Olhei para meu lado esquerdo e vi que meu pai estava dormindo de mau-jeito, em uma poltrona.

A última coisa que lembrava era do chão do meu banheiro completamente sujo de... Sangue.
Não precisei pensar muito para ligar os pontos e saber o porquê de eu estar aqui.

Tossi baixo e meu pai acordou de imediato. Ele olhou para mim assustado.
- Desculpa, não quis te assustar. – Falei baixo.
- Tudo bem. – Ele falou sério e levantou-se. – Como está se sentindo? – Perguntou.
- Bem. – Respondi curta. Ele me olhou com desconfiança e ergueu uma das sobrancelhas.
- Certo... Daqui a pouco Carmen está chegando aqui, com uma muda de roupa para você e depois que você se trocar, comerá algo e irá para psicóloga. – Ele falou sério.
- Psicóloga pra que? Eu estou ótima! – Falei desesperada.
- Ótima como, Demetria? Olhe para você. Olhe para o seu estado, para onde você chegou. – Ele falou sério.
- Eu não vou! – Falei convicta.
- Sim, você vai. Nem que eu tenha que levar você arrastada. – Ele falou sério e ao mesmo tempo zangado.
- Por que você está fazendo isso comigo? Não percebe que eu não quero? – Perguntei alto.
- Você é a minha única filha, cacete! – Ele gritou. – Não vou suportar perder você também. Perdi seu irmão, porque não consegui fazer nada pra deter e não quero que o mesmo aconteça com você. Será que não entende? Quando Carmen me ligou ontem, dizendo o que aconteceu contigo, eu pensei o pior. Pensei que havia perdido você também e se isso, realmente, tivesse acontecido, o restante da razão da minha vida teria acabado. Será que você não entende, Demetria? Sei que não quer fazer isso por você, mas pelo menos, faço pelas pessoas que te amam. Por mim, por seus amigos. – Ele falou, agora, calmo e com os olhos marejados. Percebi que já estava chorando.
- Eu vou, pai. – Concordei, enxugando minhas lágrimas.

Ás oito e meia, Carmen apareceu, trazendo minha mochila com algumas roupas que eu gostava, toalha de banho, produtos de higiene, pente de cabelo e um creme. Antes de eu poder ir tomar banho, ela ficou me abraçando (e chorando) por uma hora, pelo menos. Depois disso, me dirigi ao banheiro, que tinha no quarto. Tomei um rápido banho e senti meus pulsos doerem, assim que a água entrou em contato com eles. Olhei para meus pulsos e vi o quão horríveis eles estavam. A cor clara da pele de meus pulsos, foram substituídas por um roxo misto com vermelho. Além de estarem inchados. 

Depois de tomar banho e me secar com cuidado, vesti uma camisa preta de gola V, com mangas cumpridas e uma calça jeans rasgada também preta. Calcei minhas Ugg Boots, que Carmen também havia trazido na mochila. Penteei meus cabelos, fazendo um coque frouxo de lado e logo saí do banheiro. Papai e Carmen me esperavam, junto a uma enfermeira.
- Demi, a enfermeira veio trocar seus curativos. – Carmen falou calma.
Engoli em seca e caminhei em silêncio até a uma cadeira branca, que estava encostada a parede e tinha um suporte de mesa. Sentei-me a cadeira.
- Ponha o braço aqui, por favor. – A enfermeira pediu, indicando ao suporte. Fiz o que ela pediu, colocando primeiro o braço direito.
Ela levantou um pouco a manga de minha camisa e em seguida retirou o curativo, que estava úmido por causa do banho.
A enfermeira limpou o pulso, em seguida colocou alguns remédios e depois fez o curativo. O mesmo processo foi feito em meu pulso esquerdo.
- A psicóloga já está te esperando. É no quarto andar, sala doze, Doutora Allisym Spoote. – A enfermeira me informou. Assenti com a cabeça e depois, sem que ela visse, fiz uma careta.
Saímos do quarto e logo estávamos no elevador. Estava no meio de papai e Carmen.

Assim que o elevador parou no andar que queríamos, saímos e caminhamos pelo extenso corredor procurando a sala doze.
Achamos a sala e logo entramos. Carmen e eu sentamos nas poltronas de espera que tinha ali, enquanto papai conversa com a secretária.

- Demetria? – Escutei uma voz me chamando, depois de quarenta e cinco minutos. Olhei em direção e vi uma mulher de cabelos chanel, ruiva, com óculos de grau e com um sorriso idiota no rosto, me olhando. – Vamos... – Ela pediu, indicando a sala com a cabeça.
Olhei para meu pai e depois para Carmen, eles sorriram tentando me passar confiança, mas com certeza não funcionou.
Levantei-me lentamente e caminhando quase que arrastando meus pés até a médica.
Ela me deu espaço para passar e assim eu fiz, em seguida, escutei um barulho de porta se fechando. Sentei-me na poltrona que havia em frente á mesa.
A médica deu a volta e sentou-se em uma cadeira atrás de mesa, ficando de frente para mim.
- Então, Demetria... Eu sou a psicóloga Allisym. – Ela se apresentou. – Como você está? – Ela perguntou.
- Bem. – Respondi curta. Bufei.
- Está irritada? – Ela perguntou.
- Você não faz ideia. – Respondi ríspida.
- Por que? – Ela perguntou.
- Não queria estar aqui. Não há motivos para isso. – Respondi da mesma forma de antes.
- Você tem certeza que não sabe o motivo de estar aqui, Demetria? – Ela perguntou. –  Sabe, essa primeira consulta é importante para você tentar falar o que estava sentindo sobre o que aconteceu no dia anterior. – Ela explicou, com a voz tão calma, que chegava a me irritar ainda mais. – Não quero que você se sinta pressionada a falar. Afinal, eu estou aqui pra te ajudar. Se você se sentir a vontade, pode falar, caso contrário podemos conversar sobre outra coisa. Algo que lhe interesse.
- Já disse que estou bem. – Respondi ríspida.
- Tem certeza? – Ela perguntou.
- Sim. – Respondi.
- Então, por que você machucou a si mesma, Demetria? – Ela perguntou.
- Porque eu quis. Isso não é da sua conta... – Respondi ríspida, mais uma vez.
- Se você está aqui, é porque precisa de ajuda e eu quero ajudar você. – Ela falou calma. – Por que você quis machucar a si mesma, Demetria? – Ela perguntou.
- Porque... Porque... Porque e-eu estava cansada. – Respondi baixo, sem olha-la.
- Cansada de que? – Ela perguntou.
- Cansada de me sentir sufoca. – Respondi. – Meu namorado, aliás, meu ex-namorado me traiu com a antiga namorada dele, que também havia traído ele, e só completar quase fui estuprada por um garoto que sinto nojo. Porém, eu acho que mereci. Assim deixo de ser burra. – Expliquei.
- Você fez isso por causa do que seu ex-namorado fez? – Ela perguntou.
- Não! – Respondi um pouco mais alto que o necessário. – Quer dizer, não... – Falei baixo. – Fiz isso porque eu me sentia suja. Saber que alguém me tocou de uma forma tão nojenta, como o Trace fez, me fez sentir assim: suja e fraca. – Falei, segurando minhas lágrimas.
- Você disse que acha que mereceu o que aconteceu. Do que exatamente você está falando, Demetria? – Ela perguntou.
- Do meu quase estupro. – Respondi e ri amarga. – Fui burra. Sempre soube que Trace não era boa pessoa e mesmo assim eu fui atrás dele. Ele me ofereceu ajuda e eu aceitei. Mereci o que aconteceu comigo, talvez, merecesse até mais. – Expliquei.
- Ninguém merece isso, Demetria. Muito menos você. Você estava em um momento frágil, é normal as pessoas abaixarem a guarda e acreditar em qualquer um. – A doutora falou calma.
- É estupidez fazer isso! – Retruquei ríspida. – Nosso tempo já acabou?
- Não. Temos mais um tempo. – Ela respondeu. – Você pode conversar sobre outra coisa, se isso te deixar a vontade. – Ela completou.
- Não tenho nada a dizer. Tudo o que eu queria, eu já disse. – Falei.
- Você tem irmãos, Demetria? – A doutora perguntou, depois de um tempo em silêncio.
- Tinha. – Respondi.
- O que aconteceu? – Ela perguntou.
- Ele se matou. – Respondi e sorri irônica para ela.
- Sente falta dele? – Ela perguntou.
- Nossa, sim. Muita! Alex e eu erámos inseparáveis. Ele era o melhor irmão mais velho que alguém podia ter. – Respondi e um sorriso alegre escapou por meus lábios.
- Vocês passavam muito tempo juntos? – Ela perguntou.
- Sim. Muito. Ele passava horas e horas pintando, e eu ficava do lado dele. Ás vezes eu cantava pra ele e ele dizia adorar minha voz. Outras vezes contávamos um ao outro sobre garotos que estávamos interessados. – Respondi, sentindo uma certa alegria se instalar em meu peito. – Mas tudo mudou quando ele foi obrigado a trabalhar na empresa do meu padrasto. – Completei. Aquela alegria parecia ter desaparecido.
- Por que? O que aconteceu? – Ela perguntou.
- Nosso tempo já acabou? – Perguntei.
- Não. Ainda temos quinze minutos. – Ela respondeu.
- Ótimo! – Falei ríspida, me levantando e caminhando até a porta, por onde saí.

Pensei em correr pra longe dali, mas logo que saí da sala dei de cara com Travis conversando com papai e Carmen. Assim que ele virou seu rosto em minha direção, um sorriso tosco se abriu em seu rosto e ele veio correndo em minha direção.
- Demi! – Ele falou contente e me abraçou. Abraçou forte. Sorri ao sentir aquele abraço. Parecia tão familiar.
- Oi, Trav. – Falei, retribuindo o abraço.
- Você por acaso quer me matar do coração é? – Ele perguntou, com a voz infantil e apertando minhas bochechas. – Nunca mais na sua vida faça isso. Nunca. – Ele pediu choroso.
- Me desculpe. – Falei, retorcendo minha boca. Ele riu baixo.
- Você não tem que pedir desculpas. – Ele falou sério.
- Tenho sim. Deixei todo mundo preocupado á toa. – Falei triste.
- Certo, vamos para casa. Logo sua mãe está chegando Demetria. – Papai falou.
- O que? – Perguntei em grito. – Você contou pra ela? – Perguntei um pouco mais baixo, agora.
- Sim. Mesmo que você esteja morando comigo, ela é sua mãe e precisa saber. Não importando o que você pensa e você irá falar com ela com toda a educação do mundo. Porque ela quase morreu no telefone de tanto gritar. – Papai respondeu. Revirei os olhos e preferi me manter em silêncio.

No caminho até o estacionamento, Travis, Carmen e eu fomos conversando sobre coisas aleatórios, enquanto papai conversava ao celular com minha mãe. Travis havia pedido a papai que me deixasse ir á sua casa, pois sua avó, Loise, havia feito um bolo para mim e depois de muita, mas muita insistência, papai concordou.

Ao chegar no estacionamento tive uma grande surpresa. Miley, Nick e Logan estavam no estacionamento segurando bolões coloridos e alguns de formatos engraçados. Miley veio correndo em minha direção e me abraçou forte.
- Aí, meu Deus! – Miley falou animada, me abraçando forte. – Eu estava tão preocupada contigo. – Ela confessou.
- Eu estou bem. – Falei, abraçando-a. Miley desfez o abraço e quando olhei para seu rosto, ela estava chorando. – Ouch, Miley. Não fica assim. Estou bem, olhe. Inteira, firme e viva! – Falei, tentando parecer confiante. Enxuguei suas lágrimas, com as palmas de minhas mãos. – Está tudo certo agora. Vem cá. – Puxei-a para mais um abraço.
- Tive muito medo de te perder. – Ela falou, com um sorriso triste no rosto. – Você é minha melhor amiga e parece que depois de mim, é a única garota sensata daquele lugar que chamamos de escola. – Ela falou divertida, agora. Rimos.
- É. Acho que somos mesmo as únicas sensatas. – Concordei em meio de risos.
- Eu também quero um abraço, sua anã maluca! – Logan falou divertindo, afastando Miley e me abraçando. – Você matou todos nós de preocupação hein. Nunca mais faça isso, senão eu que te mato. E tô falando sério! – Ele falou, com um falso tom ameaçador e logo rimos.
- Ok. Eu prometo! – Falei e sorri de lado. Logan e eu cruzamos nossos dedos mínimos, em forma de promessa.
- Oi, Demi, como você está? – Nick perguntou e sorriu.
- Bem. – Respondi. Nick me entregou uma rosa vermelha e logo me abraçou.
- Ele me pediu pra lhe entregar isso. Espero que não fique zangada comigo. – Nick sussurrou, de uma forma culposa, em meu ouvido enquanto estávamos abraçados.
- Hm... Obrigada. – Agradeci e sorri de lado, logo que nos afastamos. Olhei para rosa e senti uma sensação, como se meu coração estivesse sendo apertado.

Assim que me despedi de papai e Carmen, e aleguei que não iria demorar na casa de Travis, entrei no carro de Nick, junto com Miley, Travis e Logan. Logo estávamos na estrada, em direção á casa de Travis.

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PRIMEIRA parte do capítulo 95 postado! Lembrando que esse capítulo foi dividido em TRÊS partes. Espero que vocês gostem!!
Gente, vocês tem noção do quanto esse capítulo tá enorme?! Tipo, só a primeira parte deu 5 páginas no word. ENORMES! Tô tentando resumir as outras duas partes também. Hahahaha. 
O que cês acham que vai acontecer? COMENTEM!! BEIJOCAS!

6 comentários:

  1. ammmmmmmmmmmmmmmmmmmeiiiiiiiiiiiii <3
    Demi ta bem .. graças a deus

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  2. Ta perfeito, vc como sempre arrasando na escrita haha <3
    Quero Jemi se resolvendo e ficando juntos de novo logooo!

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  3. Oieeee
    Ta perfeito.amei seu ILH.
    Sou novata aki.kkkk
    Amei seu imagine.
    To esperando ansiosamente o proximo cap.
    Sou team NEMI.
    - Carol

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  4. Trace devia ser preso e jemi tem q ficar junto logo.
    Posta logo!!

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  5. Tomara q a Demi fique com o Joe logo.
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