"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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sábado, 19 de abril de 2014

Capítulo 95: Eu vou pra Londres com você.

Capítulo Anterior:
Coloquei a chave na ignição e dei partida no carro.
O caminho até a casa de Travis foi um silêncio e diferente da ida, a volta foi rápida e os minutos se passaram voando. Deixei Travis em casa e depois deixei Carmen no apartamento de Patrick. Segui em direção a minha casa, o caminhou foi silencioso e a única companhia que eu tive, foi das minhas próprias lágrimas.


Capítulo dividido em três, por ser muito grande!
Parte III

Demi’s POV

Cheguei ao meu prédio e cumprimentei sem muito animo o porteiro, logo em seguida continuei andando. E eu ainda estava chorando.
Apertei o botão, chamando o elevador e minutos depois o mesmo chegou. Entrei no elevador encontrando alguns vizinhos. Alguns que souberam o que aconteceu comigo, perguntaram se eu estava bem e eu respondi, sem muita paciência, que sim.

Logo o elevador parou no meu andar, eu e mais algumas pessoas saímos. Caminhei até a porta de meu apartamento.
Antes de tocar a campainha (eu estava sem chave), enxuguei minhas lágrimas, com bastante dificuldade, já que elas faziam questão de cair com muita força e velocidade. Era quase impossível de controla-las.
Finalmente, meu choro havia cessado e então, eu apertei a campainha. Minutos depois Carmen abriu a porta.
- Oi. – Falei baixo. Ela me deu espaço para passar.
- Oi, querida. Como foi lá? – Carmen perguntou, com a voz doce.
- Divertido. – Respondi curta e desanimada, enquanto entrava.
Tive uma surpresa ao chegar na sala e ver meu pai conversando tranquilamente com minha mãe e Eddie.
- Olha só, quem está aqui. – Falei sarcástica, entrando na sala. – Veio aqui para ver se a única pessoa que estraga sua vida falsamente perfeita, morreu? – Perguntei sarcástica.
- Demetria, por favor. – Papai falou sério.
- Não, isso seria terrível demais, não é? Afinal, se eu morresse, você perderia sua fortuna extra. – Falei da mesma forma.
- Não, Demetria, eu não vim para nenhuma dessas duas coisas. Vim ver como você estava. Eddie e eu ficamos preocupados com você. – Ela falou, com a fanha. Olhei seus olhos e vi que eles estavam avermelhados, como se ela tivesse chorado. E de fato ela havia chorado. Eu sabia. Porque toda vez que ela chorava a voz dela ficava daquela maneira e os olhos daquela forma. Ri sarcástica.
- Preocupados? – Perguntei, ainda rindo. – Preocupados com o que? Com a quantidade de dinheiro que vão gastar pra me interna, por mais não sei quantos meses, em um hospício? Vocês são ridículos e me dão nojo! – Completei.
- Demi, por favor, ouça sua mãe. Ela viajou de longe para ver você. – Carmen falou calma.
- Não me peçam pra eu ter que escutar mais mentiras. Eu estou cansada! Eu já saí daquela casa, porque essa mulher – apontei para Dianna – fez minha vida um inferno e agora ela vem atrás de mim a troco do que? – Perguntei em meio de gritos.
- Demetria, você querendo ou não, Dianna ainda é sua mãe e ela merece seu respeito. – Papai falou sério. Ri mais uma vez.
- Respeito? Uma mulher que tinha vergonha do próprio filho. Porque era gay ou porque ele preferia ser um pintor ao invés de um empresário de merda, não merece respeito algum. – Falei irritada.
- Demetria não fale assim com a sua mãe! – Papai falou alto e zangado.
- Vocês nunca vão entender o que eu sinto. Nunca! Eu o encontrei. Eu o vi pendurado por uma corda. Eu o encontrei sem vida. Não vocês! Vocês andam por aí como se tudo estivesse bem, como se tudo fosse normal, mas o que vocês não entendem é que na minha vida, nada nunca mais vai ser normal. Não sem ele. – Falei séria, mas ainda sim irritada.
 - Demi, filha, vamos conversar. Certo?! Eu só quero saber como você está. Fiquei preocupada com o que aconteceu com você. – Dianna falou, se aproximando.
- Não. Não temos nada pra conversar. Você me mandou pra cá, lembra? Disse que as coisas seriam melhor se eu passasse um tempo com o papai, então. Agora, vai embora. Vai voltar pra sua vidinha perfeita de merda. – Falei ríspida.

Saí da sala correndo, subi a escada da mesma forma e corri até meu quarto. Onde entrei e fechei a porta. Tentei tranca-la, mas a chave não estava mais ali. Bufei.
Encostei-me na porta e escorreguei, chegando até o chão, onde me sentei e abracei minhas pernas. Comecei a chorar.
Tudo na minha cabeça estava tão misturado. Alex. Joe. Minha mãe. Eu não conseguia entender mais nada, eu precisava de um tempo para pensar e pôr tudo em ordem, mas eu não conseguia. Quando tentava fazer isso, parecia que ficava ainda mais confuso.

Depois de um longo tempo, me levantei do chão e caminhei em direção ao meu closet, onde retirei as roupas que estavam usando e vesti uma camiseta de Alex, e um shorts folgado.
Saí do closet e caminhei em direção a minha escrivaninha, onde peguei meu diário e uma caneta.
Sentei em minha cama, com as costas encostada á cabeceira e as pernas dobradas.
Abri meu diário e comecei a escrever:
Aqui estou eu Alex, mais uma vez, me sentindo sozinha, talvez até, incompreendida e fraca. Fraca por não saber o que sinto. Eu queria poder ser forte. Forte para poder suportar tudo isso, mas infelizmente eu não posso. Toda essa minha raiva, não é de agora. Não é por causa de Trace, Blanda e muito menos, Joe. Essa raiva eu venho carregando desde muito tempo e você sabe disso. Sabe, porque essa raiva vem dentro de mim desde o dia que você partiu. Nunca posso falar o que sinto, o que penso. Sempre tenho que ficar calada, escutando os outros falarem o que eles acham que é o melhor para mim. Porém, eles não me entendem. Eu não perdi apenas um irmão, eu perdi um amigo. O meu melhor amigo.
Desculpe-me pelo o que fiz. Ás vezes, eu penso que a morte é o caminho mais fácil e de fato é. Porque se você morre, você não precisa lutar por nada, enfrentar ninguém. Você não sofre, dependendo do jeito que se morre, é claro. Mas você apenas morre. Quem sofre são as pessoas que lhe amavam, que estavam a sua volta. Elas sim sofrem. Elas sim ficam com eternas feridas. Muitas delas não são compreendidas, incuráveis.
Queria poder ter Joe ao meu lado. Queria poder abraça-lo e sentir como se tudo fosse ficar bem, como se eu estivesse protegida. Como sempre acontecia, quando estávamos juntos. Sentia-me protegida em seus braços.
E falando em Joe... Só de lembrar que ele pensava, que tinha medo de não ser bom o suficiente para mim, me doía. Será que ele não entende que ele era tudo para mim? Era...
Agora mais do que nunca, eu preciso esquecer Joe. Depois de tudo que falamos um para outro, sei que não existe mais uma chance para eu e ele ficarmos juntos. Definitivamente, acabou e é a sensação de saber isso, é indescritível. Pois, de verdade, Joe foi o único garoto que eu amei nessa vida. Tudo o que eu senti estando ao lado dele, foi mágico. Sim, mágico. Só essa palavra pode definir tudo o que eu sentia, quando estava ao dele. Só que agora acabou... Pra sempre.
Alex, eu vou tentar, vou tentar ser forte. Por mim. Por você. Por nós
.”

Terminando de escrever, coloquei o diário ao meu lado e me cobri, com o acolchoado azul-claro, que estava em minha cama. Acho depois de tudo o que havia acontecido, eu precisa dormir.
Meus olhos foram se fechando aos poucos e a última coisa que eu lembra, antes de dormir, foi olhar para o portarretrato de Alex, que estava no criado-mudo.
Meus olhos se abriram lentamente e aos poucos fui sentindo um cheiro de baunilha. Era o cheiro de Alex... Sorri.

 Assim que meus olhos se abriram por completo e minha visão se focalizou, vi minha mãe em pé em frente á porta de vidro de meu quarto, enquanto segurava meu diário na mão esquerda. Meu sorriso se desfez de imediato.
- O que está fazendo aqui? E por que está com meu diário? – Perguntei ríspida, mas com a voz sonolenta.
- Estava lendo algumas páginas. – Ela respondeu calma.
- Por que? – Perguntei. Antes que eu levantasse e pegasse o diário, Dianna voltou a falar:
- Sabe, quando eu era pequena, minha mãe não gostava de mim. Ela dizia que por minha causa, meu pai largou ela. Ele não queria filhos e infelizmente minha mãe engravidou, só que ela não teve coragem de abortar, então, me teve. Só que eu não entendo... Porque você vai ser mãe de uma criança que você não quer. Eu sempre tentava agrada-la, fazer de tudo para que ela gostasse de mim. Para que ela parasse de chamar de “peste” e me chamasse filha, ou para ela dizer que me amava. Porém, isso nunca aconteceu. Então, eu fui crescendo e começando a entender as coisas. Entender que minha própria mãe me detestava, porque ela não conseguiu segurar o marido. Então, eu comecei a odiá-la. Quando eu tive dinheiro o suficiente, saí do Texas e vim morar em Los Angeles, comecei a trabalhar aqui e tentar levar a vida. Eu trabalhava em uma cafeteria que ficava em frente de um parque e ali, eu via as mães e os pais, trazerem seus filhos para brincar. Eu passava horas e horas olhando aquelas crianças maravilhosas e pensando como uma mulher, uma mãe, pode preferir um homem ao invés daquelas criaturinhas magnificas. Realmente, eu não entendia. Só sei que eu pensava, que logo que eu tivesse filhos, tentaria ser a melhor mãe do mundo. Daria a eles tudo o que não tive, principalmente, amor. Quando Alex nasceu, ele era tão perfeito. Ele sempre foi perfeito. Perfeito em tudo o que ele fazia. – Ela sorriu abertamente e eu também. – Depois você nasceu, Demetria, e você era a minha mãe inteirinha. Você é tão parecida com ela, mas eu amei você assim que te vi. A única coisa que você puxou do seu pai foi os olhos e isso foi o que eu mais amei. Os olhos dóceis, cheios de amor. E foi naquele momento, que eu achei que a nossa relação, seria totalmente diferente da minha com a minha mãe. Achei nós seríamos grandes amigas e por um tempo, nós fomos. Mas durou pouco.  – Ela começou a chorar. – Quando Alex te conheceu, meu Deus! Alguém tinha que segurar aquele menino, senão, ele ficaria contigo vinte e quatro horas. Ele te amava tanto. Ele sempre dizia que ia cuidar de você. Até hoje fico frustrada ao saber que a sua primeira palavra foi “mano” e não “mamãe” ou “papai”. Quando o seu pai me telefonou, dizendo o que aconteceu, senti meu coração parar de bater, senti meu ar faltar. Porque eu havia sentindo como se a minha missão de mãe tivesse falhado mais uma vez. Só nesse momento que eu percebi o quanto errei com seu irmão. Sei que ele não merecia nada do que aconteceu. Sei que ele merecia ter tido uma mãe melhor, uma mãe que o ouvisse mais e que o apoiasse mais. Só que, eu passei por tanta dificuldade nessa vida, que não admitiria ver os meus filhos passando pelo mesmo. Não admitiria ver você e Alex olhando para brinquedos ou doces, desejando-os e eu não podendo dar. Não admitiria ver vocês passando fome ou eu ter que deixar de comprar alguma coisa para que não faltasse outra. Eu queria o melhor pra vocês. Só isso. Porém, eu falhei com seu irmão e você não sabe o quanto eu me arrependo. Você pode não acreditar, mas todos os dias, desde que ele se foi, eu deito em minha cama e sonho com ele. Sonho com ele sorrindo e sendo feliz, e isso simplesmente me destrói. Porque isso poderia ser real, se eu tivesse sido uma mãe melhor. – Ela falava meio em dos choros. Eu também estava chorando. – Até hoje não sei o que aconteceu com a minha mãe. Não sei como ela morreu. Se alguém foi ao enterro dela, porque eu não fui. Estava com tanto ódio dela, que me recusava voltar a vê-la e ser rejeitada mais uma vez. Também não sei se ela sentiu a minha falta ou se só ficou com mais raiva de mim, por ido embora. A única coisa que eu sei, é que não quero que isso aconteça conosco. Sei que errei com você, mas eu achei que estava fazendo o certo. Só não quero acordar um dia, depois de sonhar com você, e pensar que tudo podia ter sido diferente se tivesse sido uma mãe melhor. Quero poder mudar as coisas a tempo. – Ela me encarou.
Levantei-me da cama e caminhei até ela, e me aproximei dela abracei-a forte. Ela retribuiu o abraço.
- Eu vou pra Londres com você. – Falei séria e assim que desfizemos o abraço, enxuguei suas lágrimas, com as palmas de minhas mãos.


Mais tarde, naquela noite, conversei a sós com meu pai. Expliquei minha situação á ele e disse que, talvez, seria melhor eu voltar para Londres com minha mãe. Lá eu conseguiria esquecer tudo de ruim que aconteceu por aqui. Ele começou a chorar e pedir desculpas por ter brigado e gritado comigo, disse á ele que ele não tinha culpa de nada e que ele fez o melhor que pôde. Também disse que passaria todas as minhas férias em Los Angeles com ele, o que fez com que ele ficasse mais calmo.
Eu ficaria em Los Angeles até o final o mês, por causa da escola, mas mamãe iria daqui a uma semana. 
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¨Terceira e última parte do capítulo 95 postado! Segunda-feira, provavelmente, eu posto o capítulo 96 e acho que esse não vai ser divido em partes. COMENTEM! Beijocas!

7 comentários:

  1. Oie, ta perfeito como sempre, me deu até vontade de chorar com elas... Eu n qro q ela vá pra Londres, eu qro q ela fique em LA com o Joe e o resto da turma, a mãe dela poderia ficar em LA. Mas enfim, sei q é chato pedir, mas divulga a minha fic? http://jemijustmybestfriend.blogspot.com.br/

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  2. AI MDS TA PERFEITO achei lindo esse momento mãe e filha ficou perfeito posta logo ♥

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