Capítulo 95: Não estou morta, estou machucada.

Capítulo Anterior:
Coloquei a chave na ignição e dei partida no carro.
O caminho até a casa de Travis foi um silêncio e diferente da ida, a volta foi rápida e os minutos se passaram voando. Deixei Travis em casa e depois deixei Carmen no apartamento de Patrick. Segui em direção a minha casa, o caminhou foi silencioso e a única companhia que eu tive, foi das minhas próprias lágrimas.

Capítulo dividido em três, por ser muito grande!

Parte II

Demi’s POV

No caminho fomos escutando música. Logan e Travis contavam suas piadas totalmente sem graças, que acabavam fazendo todos rir; Nick dirigia com atenção, batucando aos dedos no volante do carro de acordo com as batidas da música; e Miley e eu cantarolávamos as músicas.
Certas vezes olhava para rosa, que estava em minhas mãos, e sentia como se ele estivesse perto de mim. Senti saudades dele, mas eu não podia mais ter nada com ele. Mesmo o amando tanto, mesmo sabendo que seria quase impossível de viver sabendo que ele não seria mais meu, eu precisava me afastar de Joe. Precisava esquece-lo.

Chegamos á casa de Travis, Nick estacionou o carro e nós saímos. Caminhamos até a porta da casa e quando entramos, Travis começou a gritar, chamando sua avó e avisando que já tínhamos chego. Loise saiu da cozinha, de um jeito apressado, e quando me viu sorriu largamente. Ela veio em minha direção e me abraçou.

- Demetria, minha querida. – Ela desfez o abraço, mas continuou perto de mim. – Quando Travis me contou o que aconteceu, eu fiquei preocupadíssima com você. Como você está? – Ela perguntou.
- Estou bem agora. – Respondi calma.
- Que bom. É bom ter você de volta. Aliás, é bom ver todos vocês. – Ela falou sorridente. – Venham, o bolo já está pronto. Aposto que vocês todos vão adorar. – Ela falou.

Caminhamos até a cozinha, onde sentamos a mesa retangular.
Antes de começarmos a comer o maravilhoso bolo de chocolate, Travis e Miley colocaram pratos, copos e talheres a mesa. Detalhe: Eu tentei ajudar Travis, mas tive que ouvir sermão de todos que estavam naquela cozinha, até mesmo de Loise, dizendo que eu não podia fazer esforço. Ótimo, agora as pessoas iriam me tratar como uma doente.
Assim que a mesa foi arrumada devidamente, Loise serviu o bolo e Travis colocou a jarra de suco de Abacaxi (o meu favorito), em cima da mesa. Cortamos o bolo e começamos a comer.
Enquanto comíamos aquele divino bolo (que eu poderia comer até da lata de lixo), conversávamos sobre a escola. As matérias que eu havia perdido e coisas desse tipo. Não estava muito animada para conversar sobre a escola, me fazia lembrar de pessoas que eu não queria lembrar. Pelo menos, não naquele momento. Logo estávamos conversando sobre assunto aleatórios. 

No momento estávamos todos na sala, jogando baralho e apostando bolachas recheadas e copos de refrigerantes. Além disso, Travis e Logan estavam fazendo suas palhaçadas de sempre, fazendo com que todos nós ricemos. Loise estava jogando conosco e rindo do que o neto fazia.
Eu estava me sentindo muito bem. Posso até dizer, que aquele era o melhor dia depois de todas as brigas e discussões que aconteceram. O relógio marcava três e quinze. Eu deveria ir embora, mas só de pensar que ao chegar em casa, eu poderia encontrar minha mãe e seu maridinho bocó, aquilo enjoava meu estômago. Preferia ficar ali com meus amigos, era tudo tão melhor, tão mais divertido.

Escutamos um barulho e quando vimos, era o celular de Travis tocando. Ele pegou o aparelho na mão e atendeu a ligação.
- Alô? – Travis falou. – Ah, tudo bem. Eu vou aí abrir a porta pra você. Me espera aí. – Travis falou e em seguida encerrou a ligação. Ele caminhou para fora da sala.

- O que tá rolando? – Perguntei desconfiada.
- Não sei... – Nick e Logan responderam juntos, enquanto Miley fez uma expressão de quem não sabia.

- Oi. – Ouvi aquela voz e me virei para trás.

Olhei para porta da sala e vi Joe ao lado de Travis. Ele estava me encarando. Seu rosto dava sinal de cansaço. Olheiras fundas em baixo nos olhos, barba por á fazer e cabelo bagunçado. Ele vestia uma camisa de gola polo cinza, com mangas cumpridas e calça jeans escura, enquanto calçava tênis Vans preto.

- Então... Eu lembrei que minha mãe vai vim de Londres. Preciso ir. – Falei e me levantei.
- Ah, anã, fica mais um pouco. Vamos jogar mais uma partida. – Logan pediu.
- É, Demi, por favor. Quero matar a saudade de você. – Miley falou manhosa.
- Acredite, você vai matar a saudade de mim. – Falei. – Sério, preciso ir. – Falei séria.
- Eu te levo, Demi. – Travis falou.
- Não.– Falei ríspida. – Quer dizer, não precisa, Travis. Sério. O prédio onde eu moro não fica longe. É a uma quadra daqui. – Falei mais calma.
- Ah, Demi, que isso. Vamos, até eu te levo, se precisar. – Nick falou.
- Eu estou bem, ok? Parem de me tratar como se eu fosse algum tipo de retardada, que precisa de vigia vinte e quatro horas por dia. Não cortei minha garganta, cortei meus pulsos. Não estou morta, estou machucada. É diferente. Se eu já disse que estou bem é porque estou. – Falei irritada. – Agora, tchau! – Falei, caminhando para fora da sala.

Quando passei por Joe, tentei não encara-lo, mas foi impossível. Assim que meus olhos encontraram os deles, senti dor, senti angustia, mas também senti como se tudo fosse ficar bem. Porém, não ficaria. Nada ficaria bem.
Eu precisava esquecer Joe. Isso deixaria as coisas mais fáceis, tanto para mim quanto para ele. 

Caminhei em direção á porta de saída e quando cheguei á mesma, alguém tocou meu ombro. Virei-me para trás lentamente suplicando para não encontrar Joe parado atrás de mim, mas meu pedido não foi atendido.
- O que você quer? – Perguntei ríspida, o encarando.
- Só queria ver como você estava. – Ele respondeu baixo.
- Já viu e também já ouviu. Estou ótima. – Falei ríspida.
- Você parece á mesma que eu vi no primeiro dia de aula. Só falta as roupas pretas e maquiagem carregada. – Ele falou tristonho e com um sorriso amargo no rosto.
- Fala de uma vez o que você quer, Joseph... – Falei, sem paciência.
- Você sabe que fui eu que quebrei a porta do seu banheiro, pra te salvar? – Ele perguntou sério, me encarando.
- Você quer que eu te agradece por destruir minha porta? – Perguntei sarcástica. – Porque eu não precisava ser salva. Eu não queria. – Falei. – Será que você não consegue fazer nada direito? – Perguntei sarcástica. Ele me olhou confuso. – Primeiro: come aquela vadia da Blanda e ainda manda as fotos para mim; e segundo: me salva, sem que eu precisasse ser salva. – Falei.
- Eu não tive nada com a Blanda, Demi. – Ele falou. – Nada.
- Jura? Que engraçado... Á uns dias atrás recebi umas fotos bem pornográficas de você nu, com ela. E sabe o que é mais engraçado ainda? É que a mensagem veio do número do seu celular. – Falei sarcástica. Ele desviou seu olhar de mim.
- Pelo amor de Deus, Demetria. Será que você não consegue enxergar as coisas? Será que você não vê o quão isso está na cara? – Ele perguntou irritado. – Isso foi tudo uma armação daquela vadia e do filho da puta do Trace! – Ele falou.
- De qualquer forma, a culpa é tua! Você não me escutou. Eu pedi pra você ficar comigo, mas ao invés disso, você preferiu se encontrar com Blanda. Além do mais, é tão fácil ir lá e foder aquela piranha e dizer que foi tudo armação, não é?! – Falei irritada. – Você é patético! – Falei.
- Patética é você, garota. Não esperou dois segundos pra ir se enrolar com Trace, não é?! O que te faz tão melhor que eu? Você não esperou eu chegar e tentar conversar com você. Simplesmente viu a porra das fotos, tirou conclusões precipitadas e foi se esfregar em outro. O que te torna tão diferente de mim?! – Ele falou irritado.
- Nada. Nada me torna diferente de você, Joe. Aliás, nós não fomos nem diferentes e nem iguais. Só não damos certo. – Falei séria. – Lembra quando eu disse que não namorava com jogadores de futebol? – Perguntei. Ele voltou a me encarar. – Era por isso. Não dá certo. Nunca dá.
- Então, sabe o que você faz? Fica com o Trace, porra! Porque eu aposto que ele deve ser muito melhor que eu, não é?! – Ele gritou. – Aposto que ele vai te tratar muito melhor do que eu te tratei durante todo esse tempo. Aposto que ele vai te amar muito mais que. – Ele continuou gritando.
- Amar? – Perguntei sarcástica, com a voz alta. – Que tipo de amor é esse que ao invés de me ouvir, preferir ir se encontrar com a ex-namorada, que te traiu, mesmo sabendo que ela presta? Que tipo de amor é esse que não confiava em mim? Que me sufocava? Que achava que eu ia te magoar e te trair com o garoto que mais te odeia? – Falei igualmente irritada.
- Eu confiava em você. Sempre confiei. O problema é que eu tinha medo, caralho! Medo! Você nunca teve medo de perder alguém que você ama? Nunca sentiu medo de ser incapaz, insuficiente, de fazer a pessoa que você ama feliz? – Ele falou, ainda irritado, só que agora chorando. Engoli em seco.
- Você era capaz e suficiente para mim, Joe. Mas você resolveu estragar tudo. Tudo! – Falei séria e abri a porta. – Eu não quero nunca mais olhar na tua cara! – Falei e saí pela porta.

Sentia as lágrimas descendo por meu rosto com força e numa velocidade imensa. Sentia meu coração apertado. Não queria ter tido nada daquilo. Não queria ter escutado nada daquilo. Porém, a minha raiva era tão grande, que quando percebi já estava dizendo todas aquelas coisas á Joe. Vê-lo chorando daquela maneira, me destruiu por completo. Escutar ele falando que tinha medo de não ser o bastante para mim, foi o que mais me doeu. Porque ele era tudo de melhor que eu tinha, ele era tudo para mim. Ele não precisava de mais nada, só precisava ser ele mesmo. Eu o amava e era isso que importava.
Eu não conseguia parar de chorar, era a única coisa que me restava. Chorar. 

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Segunda parte do capitulo 95 postada! Espero que vocês gostem! Amanhã eu posto a terceira e última (ufa!) parte. Esse capítulo deu mó trabalho! Hahahahaha.

 O que estão achando da fic? E dos capítulos? O que cês acham que vai acontecer? Comentem dizendo a opinião de vocês. BEIJOCAS!