"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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sábado, 5 de abril de 2014

Little Girl [4/4]: Minific.

Capítulo Anterior:
Assim que saímos do chuveiro, Demi se secou e me emprestou uma de suas toalhas, para que eu também me secasse. Em seguida, ela caminhou até a sua cama, ondedeitou-se e ficou me encarando.
- Dormi comigo hoje. – Ela pediu. – De manhã cedo, você pode ir. – Completou, ainda me encarando.
Apenas afirmei com a cabeça e caminhei até a cama, me deitando ao seu lado e cobrindo nós dois. Abracei Demi e ela passou um de seus braços por minha cintura, fazendo com que todo o espaço entre nós, sumisse.



Demi's POV

Depois da última transa que tive com Wilmer em meu quarto, nós nunca mais no encontramos e poucas vezes conversávamos ou ficávamos juntos no mesmo cômodo. Ele tentou até me procurar e perguntar o que estava acontecendo "entre nós", como disse ele, apenas respondi que já estava cansada; que refleti sobre a última conversa que tivemos (antes de transar) e aquilo não era o que eu queria realmente.
 A minha paixãozinha de adolescente por Wilmer estava crescendo e eu tinha medo disso. Medo de me apaixonar mais que o normal, medo de não conseguir mais controlar a situação quando estivéssemos juntos.
Então, eu decidi me afastar e a cada dia me afastava mais, e ele a cada dia parecia mais triste com isso. E minha mãe, boba, não percebia nada. 

xxx

Já fazia mais ou menos três anos que eu havia me formado no ensino médio e partido para a faculdade de Nova York, cursar Design de Jóias. Estava com 21 morando com uma amiga, Hanna, nós dividimos um pequeno apartamento de dois quartos, cozinha, sala, área e um banheiro. Hanna cursava moda e nós duas nos entendiamos muito bem. Fazíamos noventa e nove por cento das coisas juntas. Uma não vivia sem a outra. Estava trabalhando em uma joalheria da cidade. Era uma joalheria diferente, focada no público mais jovem e isso ajudava bastante nos negócios, pois nos consideravam "diferentes", enquanto Hanna trabalhava em um estúdio de fotografia como estilista dos modelos. Até que vivíamos bem.
Eu já estava no último semestre da faculdade, faltava dois meses para me formar. Porém, no momento eu estava de férias, tanto da faculdade como do trabalho. Estava indo para Los Angeles visitar minha mãe. Ela me ligara avisando que havia se separado de Wilmer já um ano e meio e que estava morta de saudades de mim. 


Não demorou muito e o avião, finalmente, aterrizara em Los Angeles. Assim que passei pelo portão de desembarque, peguei minha pequena bagagem e caminhei para fora do aeroporto. Não avisara a minha mãe que estava indo hoje para sua casa. Peguei um táxi e disse ao motorista qual seria o meu destino.

Assim que o táxi parou na frente da casa de mamãe, saí e o paguei o motorista. Peguei minha mala e caminhei até a porta. Toquei a campainha e mais ou menos, depois de quinze minutos mamãe abriu a porta. Sua expressão séria, passou para surpresa. Ela sorriu abertamente ao me ver e logo me abraçou.
- Filha, que saudades! Achei que você não iria vim me visitar. – Ela falou contente.
- Que isso, mãe. Uma hora eu teria que vim te visitar.  Falei sem muito animo. 
- Venha, entre.  Ela pediu, dando-me espaço para passar. 

Entrei na casa e vi que algumas coisas haviam mudado, a decoração estava diferente e as milhares de fotos de mamãe e Wilmer já não estavam mais espalhadas pela sala.
- Vou subir para me trocar.  Avisei, já subindo a escada.
- Certo. Depois eu subo para falar com você. Temos algumas coisas para conversar.  Ela falou, agora, séria.

Caminhei pelo corredor em direção ao meu quarto e ao chegar á frente da porta, suspirei fundo. A única lembrança que vinha á minha cabeça ao encarar aquela porta, era Wilmer. A nossa última noite juntos.
Entrei em meu quarto e fechei a porta. A decoração continuava a mesma. Mamãe não havia mexido nem nada, nem mesmo no portarretrato, que estava em meu criado-mudo, e tinha uma foto minha, sendo abraçado por mamãe e Wilmer. Ah, Wilmer, que saudades de você... Pensei triste.
Larguei minha mala em cima da cama e retirei algumas peças de roupa, junto com uma toalha de banho.
Caminhei em direção ao banheiro, onde entrei e tranquei a porta. Até o banheiro me lembrava Wilmer.
Retirei minhas roupas, pondo no cesto de roupa cuja que ainda tinha ali, e entrei no box, ligando o chuveiro em seguida.
A água gelada caiu sobre meu corpo e eu senti uma sensação de relaxamento passar por todo meu corpo.
Saí do banheiro, com a toalha enrolada em meu corpo e caminhei até a cama, onde estava as roupas que eu havia separado. Vesti uma camisa branco de gola V, com mangas cumpridas e um calça de moletom roxa. Calcei minhas sandálias de dedo e amarrei meu cabelo em um coque frouxo. 
Joguei-me em minha cama e me estiquei por toda ela. Estava cansada. Não queria ficar naquela casa. Não queria ficar naquela cidade. Tudo me lembrava Wilmer. Eu sentia tanta falta dele, que meu coração chegava a doer. Virei-me e encarei o portarretrato. Wilmer estava tão lindo naquela foto, seu sorriso era maravilhoso, como sempre.
Peguei meu celular, que estava dentro de minha bolsa, e disquei o número que costumava ser de Wilmer. Eu havia mudado de número, mas não sabia se ele também. Porém, não custava tentar, não é?!
O telefone chamou, chamou e chamou, mas logo foi atendido:
- Alô?  Escutei a voz de Wilmer e senti meu coração parar de bater por longos minutos. 

Escutei a porta de meu quarto sendo aberta e encerrei a chamada rapidamente. Mamãe apareceu entre a porta.
- Posso entrar? – Ela perguntou. Apenas concordei com a cabeça.  Então, filha queria conversar com você. Será que podemos?  Ela perguntou, sentando-se na beirada de minha cama.
- Claro mãe.  Respondi simples.
- Como você sabe, nesse tempo que você esteve fora, eu e Wilmer nos separamos. Porém, eu não te contei o motivo.  Ela falou séria. Não estava gostando daquela conversa.
- E qual séria o motivo?  Perguntei séria.
- Não é algo que eu me orgulho em dizer, mas... Eu estava traindo Wilmer. Estava o traindo com Eddie. Um cliente que eu acabei conhecendo e me interessante. Na época eu não tinha coragem de me separar de Wilmer, então, fiquei tendo um caso com Eddie, por mais ou menos três anos. Dois dias depois que você se mudou para Nova York, Wilmer chegou em casa cedo e me pegou com Eddie. Por incrível que apareça, ele não fez um fiasco ou tentou matar a mim e Eddie.  Um sorriso amargo apareceu no rosto de mamãe. – Ele aceitou tudo de bom grado, pediu o divórcio e desejou a mim que fosse feliz com Eddie. – Mamãe explicou tudo. – Ele ainda está morando aqui e ás vezes me liga para saber como estou ou perguntar sobre você. Ele está com saudades de você.  Ela comentou.  Você está com raiva de mim?  Ela perguntou.
- Não, mãe. Só estou um pouco surpresa. Achei que você amasse Wilmer.  Falei séria.
- Mas eu o amo. Eu ainda o amo e eu sei que ele também me ama. Só que há várias maneiras de amar e a maneira que eu e Wilmer nos amamos, não é como homem e mulher, e sim, como amigos. Sempre foi isso. A relação entre mim e Wilmer sempre foi companheirismo, amizade, mas nunca como homem e mulher. E eu também sei que ele está apaixonado por outra mulher. Ele ainda não teve a coragem de me contar, mas eu sei.  Ela falou séria. Senti uma pontada em meu coração.
- Tudo bem, mãe. Eu também quero que você seja feliz com Eddie. Muito feliz. E qualquer dia desses, quando resolver ir á Nova York me visitar ou quando eu voltar aqui, gostaria muito de conhece-lo.  Falei contente. Acho que pela primeira vez, em anos, eu estava sendo sincera com minha mãe.

Mamãe e eu passamos a tarde conversando. Conversamos como nunca tínhamos conversado antes. Senti-me mais amiga de minha mãe do que nunca. Pode até soar falsidade, eu ter mudado a maneira de trata-lá, só porque ela separou-se de Wilmer, mas não era. Eu realmente estava feliz por ela ter achado alguém que ela realmente ame e que ame ela por igual. Senti-me bem ao ouvir tudo o que ela falou sobre Wilmer. Senti-me bem em vê-la tão feliz, depois de todos esses anos. E se eu estava me sentindo tão amiga dela e o último motivo disso era Wilmer. Com certeza, não era ele. Nós estávamos tentando resgatar os momentos de mãe e filha que não tivemos, e eu me sentia pronta para isso. 

O relógio marcava dez e quarenta e cinco. Estava me arrumando para sair com algumas amigas, que ainda moravam em Los Angeles. Nós iriamos a uma boate, que costumávamos ir nos tempos de ensino médio, só para matar a saudade.
Vesti uma saia vermelha alta, um cropped sem alças também vermelho e uma jaqueta preta de couro por cima. Calcei um sapato de salto alto preto, penteei meus cabelos, deixando-os soltos e maquiei levemente meu rosto com sombra preta e passando batom vermelho sangue sobre os lábios.
Meu celular vibrou, avisando que havia chego uma mensagem. Peguei-o na mão e deslizei a tela, para poder ver a mensagem. Era Tiffany.
"Já estou te esperando aqui fora. Desça logo para matarmos a saudades, bitch.  Tiff."
Saí de meu quarto, deixando a porta trancada, caminhei pelo corredor e desci as escadas. Antes de sair, passei na sala, onde mamãe estava sentada no sofá e assistindo algum filme que passava na televisão. Encostei-me na porta e perguntei, encarando-a:
- Tem certeza que não quer ir?
- Não, querida. Vá se divertir com suas amigas. Daqui a pouco Eddie vem aqui.  Ela respondeu, me encarando.
- Ok, então. Só não me espere ou algo do tipo. Porque eu não tenho hora para voltar, tudo bem?!  Avisei. Ela apenas concordou com a cabeça.  Estou indo, então. Boa noite.  Despedi e antes de sair de casa, ouvi mamãe gritando "Boa festa e se cuide". 

Saí de casa, trancando a porta e avistei o carro de Tiffany estacionado na frente de casa, caminhei até o mesmo. Bati no vidro do carro e Tiffany destrancou a porta, entrei e logo fechei a porta. Encarei Tiff, que estava me encarando e sorrimos uma para outra.
- Uau! Você está uma gata!  Falei sorridente, encarando-a.
- Digo o mesmo sobre você, bonitinha.  Ela falou divertida. Abracei-a e ela retribui.  Que saudades!  Ela falou.
- Muitas! É bom rever você!  Falei animada e ainda sorridente.  Quem mais vamos encontrar?  Perguntei curiosa e ansiosa. 
- Sterling, Marissa, Allisyn, Brandon e Doug.  Ela respondeu animada, dando partida no carro.
- Estou ansiosa para ver todos eles!  Falei animada.

No caminho até a boata, Tiff e eu fomos pondo os assuntos em dia. Ela me contava que estava cursando faculdade de pediatra. Era a cara dela. Ela adorava crianças!
Também contei a ela sobre a minha vida em Nova York, que tudo estava dando certo e até melhor do que eu esperava. Contei a ela sobre Hanna e ela ficou enciumada e curiosa pra conhecer.

Sem mais demoras chegamos a boate. Tiff estacionou o carro no local mais próximo e depois que nós saímos do mesmo, ela o trancou. Antes de entrarmos na boate, Tiff ligou para Sterling, avisando-o que já havíamos chego e dizendo onde estávamos.
Logo Sterling, Brandon e Doug apareceram no estacionamento. Abracei todos eles, que retribuíram o abraço, e alegaram estar com muitas saudades de mim e que eu não deveria sumir mais. Brandon nos avisou que Marissa e Allisyn já estavam dentro da boate.
Resolvemos pagar nossos ingressos e entrar de uma vez por todas.
A boate estava lotado, não muito diferente de alguns anos atrás. A música que tocava era quase ensurdecedora, as pessoas dançavam e bebiam freneticamente. 

Assim que encontramos Marissa e Allisyn, também as cumprimentei. Nós demos nossos surtos de tempos de escola. Logo em seguida, todos nós compramos nossas cervejas e fomos para a pista de dançar.
A pista estava lotada, mas isso não era problema. Conseguimos arranjar um lugar perfeito para ficarmos, enquanto bebíamos, dançávamos e conversávamos.

Balançava meu corpo de acordo com a música, mexendo meu quadril pra lá e pra cá, descendo e subindo, rebolando a todo momento. O álcool descia por minha garganta e eu sentia uma sensação calorosa dominar todo meu corpo.
Senti duas mãos se posicionarem de cada lado de minha cintura, virei-me e dei de cara com Sterling. Ele sorria maliciosamente.
- Sabe, eu sempre fui afim de você, Demi...  Ele falou sacana, enquanto descia suas mãos para minha lombar.
- É? E só depois que o colegial acabou, você resolveu me contar isso?  Perguntei esperta. Nossos corpos estavam colados um ao outro e nos movíamos em sintonia.
- Não tenho culpa se naquela época eu era sem jeito com as garotas.  Ele respondeu.
- Lembro-me muito bem de você pegando qualquer uma que quisesse. Até escolhia.  Falei e ri. Ele riu também.
- Ah, que isso, Demi... Não dificulte as coisas, pelo menos, não agora.  Ele falou, apertando meu corpo mais no seu.
- Não vou!  Falei e afastei meu corpo do seu.  Não vamos estragar nossa noite, Ster. Você, realmente, não quer isso e nem eu.  Falei simples e pisquei para ele. Afastei nossos corpos.

Caminhei para fora da pista de dança e segui em direção ao bar, onde me sentei em uma daquelas banquetas que havia ali. Apoiei meu rosto em minha mão e com a expressão mais desanimada do meu mundo, pedi um copo de Whisky com dois cubos de gelo.
Eu sabia que aquele motivo de não ficar com Sterling, era Wilmer. Desde que eu parei de falar com ele, eu nunca mais tive algo sério com outros homens. Só rolavam transas, que por sinal, eram bem sem graças e broxantes. Os caras gozavam e vazavam, e eu não tinha a menor vontade de pedir para que eles ficassem. Eu sentia tanta falta de Wilmer. 
- Tem certeza?  Escutei uma voz e despertei de meus pensamentos. Era o barman, entregando-me o copo de Whisky.
- Toda!  Respondei e paguei-o. Comecei a beber o líquido lentamente. Aquilo descia queimando e eu gostava da sensação.

Comecei a observar meus amigos na pista dança. Estavam tão animados dançando, bebendo e apenas curtindo aquele momento nostalgia. Os tempos do colégio, com certeza são os melhores. Fazemos amizades que juramos ser para sempre, nós apaixonamos e achamos que esse sentimento nunca vai passar, e por isso nos sentimos tolos. E pensar que daqui a alguns dias, nós iríamos nos afastar novamente e sabe se lá quando, iríamos nos rever.
Quando fiz menção de levantar e me juntar aos meus amigos novamente, escutei uma voz conhecida. Virei-me de lado e ele estava ali. Wilmer. Ele estava sentado ao meu lado, com uma loira sem sal no meio das suas pernas. Olhei para aquela mulher e pensei como o gosto de Wilmer havia decaído.
Ele estava pedindo algo para beber.
Pensei em ignora-lo e voltar para perto de meus amigos, mas aquele projeto de loira que se encontrava com Wilmer, saiu de perto dele e caminhou para não sei onde. Então, não pude deixar essa chance escapar.
- Wilmer?  Perguntei, me fazendo de desentendida. Eu tinha certeza que era ele. Ele virou-se lentamente para a minha direção e quando seus olhos me encontraram, surpresa tomou conta de sua expressão.
- De-Dementria...  Ele falou sem jeito. Sorri vitoriosa.
- Eu mesma.  Confirmei.  Como você está? Pela loira sem graça, que te acompanha, diria que você está mal.  Falei venenosa.
- Ciúmes?  Ele perguntou sarcástico. Gargalhei falsamente.
- De você? Acho difícil.  Respondi arrogante.
- Você também não está muito bem. Afinal, o loiro lá.  Ele apontou para Sterling.  Não é essas coisas.  Ele completou.
- Mas fui eu que dispensei ele!  Falei vitoriosa e sorri. Estava me espionando, é?!  Perguntei provocativa.
- Como está sua mãe?  Ele perguntou, trocando de assunto.
- Está ótima.  Respondi.  O namoradinho dela vai lá em casa.  Comentei.
- Estou feliz por ela. Acho que ela arranjou alguém que realmente a ame.  Ele falou meio tristonho. 
- É. Ela me contou sobre o que aconteceu.  Falei séria.  E você, arranjou que realmente ame?  Perguntei. Wilmer engoliu em seco.
- A pessoa que eu amava, me iludiu, me enganou e me abandonou.  Ele respondeu sério, me encarando. Senti uma pontada em meu peito. Não gostava de me sentir assim. Eu sabia que ele estava se referindo a mim. Não precisava ser um gênio para saber tal coisa.
Antes que eu pudesse responder ou explicar, aquela loira sem sal voltou e se posicionou novamente entre as pernas de Wilmer.
- Quem é, amor?  A loira perguntou com uma voz irritante. Revirei os olhos.
- Ninguém.  Wilmer respondeu ríspido, me encarando fixamente. Arqueei as sobrancelhas e sem falar nada, peguei meu copo de Whisky e saí dali. 

Caminhei até a pista de dança, em direção a Tiff, que estava bebendo e dançando animadamente junto com os outros. Toquei em seu braço, para lhe chamar atenção.
- Eu não estou me sentindo muito bem. Acho que bebi demais. Vou embora.  Falei em seu ouvido.
- Eu levo você!  Ela falou.
- Não. Você está aí se divertindo. Fica e se divirta por nós. Estou bem o suficiente para ir embora sozinha e qualquer coisa, eu pego um táxi.  Falei séria.

Despedi-me de todos e logo caminhei para fora da boate. Olhei no relógio de meu celular e marcava duas e cinco. Era cedo, mas eu pouco me importava. Me sentia mal só de lembrar das palavras de Wilmer.
Parei no ponto de táxi e fiquei esperando até que um passasse, mas pelo jeito estava difícil. A rua estava deserta e eu não estava nenhum pouco afim de ir para casa sozinha. Preferia esperar por um táxi ou esperar o dia amanhecer.

- Eu posso levar você, se quiser.  Escutei aquela voz atrás de mim e me virei. Era Wilmer.
- Você não deve ser preocupar com "ninguém".  Falei sarcástica. Ele se posicionou ao meu lado.
- Se não aceitar minha carona, vai ficar aqui até amanhã.  Ele falou sério.
- Estou disposta a esperar.  Falei arrogante.  Aliás, cade aquela sua namoradinha loira sem graça? - Perguntei sarcástica.  Aposto que já está se esfregando em outro.  Falei amarga.
- Como você se esfregava em mim?  Ele perguntou sarcástico. Olhei-o incrédula. 
- Não. Eu me esfregava muito melhor.  Respondi ríspida. Ele riu sarcástico.
- Você não qu...  O interrompi.
- O que você quer, Wilmer?  Perguntei ríspida. O encarei.
- O que eu quero? Eu Ele perguntou incrédulo.  Você que veio me chamando, você que veio conversando comigo e me perguntando quem eu amava. Eu que pergunto o que você quer, Demetria?  Ele perguntou furioso. 
- No momento eu quero que você me deixe em paz.  Respondi ríspida.
- Você é patética!  Ele comentou sarcástico e riu.
- Acho melhor você ir procurar sua namorada.  Falei séria.
- Que foi? Está com ciúmes?  Ele perguntou.
- Já falei que não tenho ciúmes de você, Wilmer. Não se iluda.  Falei ríspida. Desviei meu olhar do seu.
- Mais iludido do que eu já fui impossível.  Ele falou amargo. 
- Então, é pra isso que você veio aqui? Jogar na minha cara que eu iludi você?! Sinto muito.  Falei cínica. Sentia os olhos de Wilmer em mim a todo o momento.
- E não foi isso que você fez? Não me iludiu?! Disse que sempre foi apaixonada por mim, mas depois de ter o que queria, parou de falar comigo. Fez como se eu nem existisse e em seguida foi embora para Nova York, sem se importa com o que eu pensava. Ficou três anos fora e nenhum dia me ligou para saber como eu estava, se eu estava vivo, se eu estava feliz ou triste... Se eu sentia sua falta.  Ele falou ríspido.  Demetria, olhe para mim quando eu estiver falando.  Ele mandou. Ri e o ignorei. 
Wilmer agarrou meus braços com força e fez com que eu o encarasse. Nossos olhos se encontraram e eu senti novamente daquela pontada no peito. Seus olhos transmitiam dor, angústia e agonia.
- É disso que você gosta não é? Me ver sofrendo por ti, me ver implorando por você. Você nunca me amou de verdade. Você só queria alguém pra te divertir nos seus momentos de tédi...  Eu o interrompi.
- Cala a boca!  Falei alto.  Você. Não. Sabe. De. Nada.  Falei pausadamente.  Nada! Eu sempre amei você. Sempre. Só que depois de tudo que aconteceu, eu finalmente comecei a pensar. Pensar em como seria a nossa relação, pensar no que eu queria. Eu sempre quis sair daqui. Sempre quis ir pra Nova York e você sempre soube disso. Porque eu sempre te disse isso, mesmo antes das coisas que aconteceram entre nós. Eu te amo, sempre amei você e sempre vou amar, tanto que quando eu cheguei aqui, a primeira pessoa que me veio á cabeça foi você, Wilmer. Mas como você disse uma vez: Como nós ficaríamos? Você ia ficar traindo minha mãe comigo pelo resto da vida? Não, não ia.  Falei séria.  Eu sentia tua falta em Nova York todos os dias. Eu queria poder te ligar todos os dias, pra dizer o quanto eu te amo e quanto eu sentia tua falta. Mas o meu medo era maior. Sempre foi. Por isso eu parei de falar contigo; por isso fiquei te ignorando. Por medo de falar o quão meu amor por você era e é grande.  Completei. Senti as mãos de Wilmer se afrouxando em meus braços e ele me abraçou. Abraçou forte.

Ergui meu rosto e encarei Wilmer, ele estava me olhando fixamente e havia um pequeno sorriso em seu rosto. Retirei uma de minhas mãos, que estavam em sua cintura, e fiz uma leve carícia em seu rosto. Ele fechou os olhos e suspirou profundo.
- Por favor, não me deixe mais...  Ele pediu, ainda de olhos fechados.
- Não quero e não vou.  Falei, agora fazendo carícia em sua nuca e unindo nossas testas.
- Vamos para o meu apartamento...  Ele pediu.
- Mas e aquela sonsa?  Perguntei, o encarando. Ele riu.
- Dispensei ela.  Ele respondeu, com um sorriso divertido.
- Como você é mal!  Falei divertida. Rimos.

Wilmer me abraçou de lado e com a mão livre, que estava em meu ombro, segurei-a e entrelacei nossos dedos. Fomos caminhando até seu carro e quando chegamos no mesmo, Wilmer destravou as portas com o alarme do carro. Entrei no lado do passageiro e ele no motorista. 
No caminho até o apartamento de Wilmer, fomos conversando sobre a minha faculdade, ele estava curioso e fazia várias perguntas, também conversamos sobre a loja dele, que estava melhor do que nunca e isso me deixou muito feliz por ele.

Assim que chegamos ao prédio de Wilmer, ele estacionou o carro na garagem de externa e nós saímos. O prédio onde Wilmer estava morando era simples. Cor cinza, tinha mais ou menos dez andares e um pequeno jardim na frente.
Wilmer me abraçou de lado novamente e nós caminhamos até a entrada de seu prédio. O porteiro nos cumprimentou e Wilmer me apresentou rapidamente á ele. Continuamos a seguir nosso caminho até o elevador, onde apartemos o botão chamando-o e depois de vinte minutos, o mesmo chegou. Entramos e como o elevador era pequeno, havia poucas pessoas ali.
O elevador parou e nós saímos. Segui Wilmer até ele parar na porta duzentos e três. Ele retirou uma chave do bolso da calça e em seguida, colocou-a na fechadura, girando-a e abrindo a porta, por fim.
- Entra.  Ele pediu, dando-me espaço para passar.

Entrei e comecei a observar cada parte do apartamento dele. As paredes eram de cores claras, especificamente bege; a sala era pequena, havia um pequeno sofá e mais uma poltrona, uma televisão LED colada á parede, um balcão de mármore, com três banquetas, que dividia a cozinha da sala e não havia mesa de jantar.
- Você quer alguma coisa?  Wilmer perguntou, atrás de mim, colocando suas mãos em minha cintura e apoiando sua cabeça na curva de meu pescoço. Sorri.
- Por enquanto... Você está de bom tamanho.  Respondi divertida. Ele riu e em seguida beijou o local, que antes sua cabeça estava apoiada. 

Wilmer retirou suas mãos de minha cintura e passou por meus ombros, retirando minha jaqueta lentamente.
Ele jogou a jaqueta na poltrona e em seguida me virou rapidamente, fazendo com que eu o encarasse.
- Pensando bem, eu quero uma coisa sim...  Falei, com um sorriso sapeca no rosto.
- O que?  Ele perguntou desconfiado.
- Quero conhecer seu quarto!  Respondi e sorri maliciosa. Ele gargalhou.  Você pode me mostrar? - Perguntei, ainda sorrindo da mesma forma.
- Terei o maior prazer em te mostrar meu quarto... Principalmente minha cama!  Ele respondeu, sorrindo malicioso, agora.  Vem!  Ele falou, pegando em minha mão e me puxando.

Caminhamos por um curto corredor e ao chegar na terceira porta da direita, Wilmer abriu-a. Ele indicou com cabeça, para que eu entrasse e assim eu fiz. O quarto era grande, havia uma cama box de casal (que estava muito bem arrumada), uma escrivaninha, um guarda-roupa de portas de correr e uma televisão LED colada á parede.
- Uau! Belo quarto!  Falei animada.

Caminhei até a cama e me joguei na mesma, me esticando toda. Olhei para Wilmer, que estava encostado no batente da porta, com os braços cruzados na altura do peito, me encarando e sorrindo abertamente.
- Que foi?  Perguntei, o olhando.
- Nunca pensei...  Ele começou a falar, caminhando em minha direção.  ... Que algum dia te veria assim... - Ele estava chegando mais perto.  ... Na minha cama. Sorrindo.  Ele falou, por fim, já perto de mim. 
Wilmer se posicionou entre minhas pernas e acariciou meus tornozelos, em seguida, meus joelhos.
- Oras, nada é impossível...  Falei sorridente.
- É. Agora eu sei que não...  Ele comentou, também sorridente.

Wilmer desceu suas mãos, retirou meus sapatos e em seguida, ele se jogou lentamente sobre mim. Abri minhas pernas e ele se encaixou entre elas. Ele passou suas mãos sobre minhas coxas, apertando-as, em seguida. Logo subiu suas mãos para meus seios, apertando-os também. Fechei meus olhos, mordi meu lábio inferior e suspirei pesadamente.
Wilmer aproximou seu rosto do meu lentamente, logo nossos lábios se roçaram um ao outro e eu abri a boca, podendo assim, aprofundar nosso beijo. A língua dele invadiu minha boca ferozmente.
Nossas línguas se encontraram e logo estavam em um entrelace e desentrelace frenético e vicioso. Por conta da saudade, era visível o desejo em nosso beijo. Nossas bocas tinham fome uma da outra, sedentas uma pela outra.
 As mãos de Wilmer passeavam por meu corpo, enquanto as minhas ora apertavam suas nádegas, ora bagunçavam seus cabelos curtos.
Wilmer afastou nossas bocas lentamente e foi descendo seus beijos até meu pescoço, onde além de beijar, também mordeu e lambeu. Ele apertou meu seio esquerdo com uma das mãos e a outra desceu até a minha intimidade, passando a mão por cima. Grunhi. 
Minhas mãos desceram até a barra da camisa de Wilmer e adentraram pela mesma. Passei levemente minhas unhas por seu abdômen e o senti tremer de leve. Logo retirei minhas mãos de dentro da camisa e comecei a puxa-la para cima, afim de retira-la. Ele se afastou um pouco e retirou sua camisa, logo minhas mãos já estavam em sua calça, abrindo o zíper e desabotoando o único botão dali. Wilmer sorriu maliciosamente.
Escutei o barulho de sapatos caindo no chão, indicando que Wilmer havia retirado seus tênis.
Antes que ele voltasse novamente para cima de mim, abri o zíper lateral de meu cropped e retirei mesmo, jogando-o em qualquer canto do canto. Em questão de segundos, as mãos de Wilmer já estavam apertando meus seios e logo ele aproximou seu rosto do mesmo. Wilmer abocanhou meu seio esquerdo, chupando lentamente, enquanto acariciava o outro. E minutos depois, ele fez o mesmo com o outro seio.
A mão de Wilmer desceu até chegar á barra de minha saia e em seguida começou a puxa-la lentamente para baixo. Logo a saia já não estava mais em meu corpo.
As mãos de Wilmer foram para nas laterais de meu corpo, enquanto ele ia fazendo uma trilha de beijos por minha barriga. Quando ele chegou em meu umbigo, lhe deu um atenção especial, beijando lentamente.
Wilmer segurou minha calcinha dos dois lados e foi abaixando-a lentamente, até que ela estivesse fora de meu corpo. Eu estava sem nenhuma roupa. Completamente nua.

Ele olhou para mim e sorriu malicioso. Eu já sabia o que aconteceria em seguida.
Wilmer abaixou sua cabeça, na altura de minha intimidade e a primeira coisa que fez, foi beija-lá lentamente. Grunhi. Logo ele passou a língua por meu clitóris lentamente e em seguida começou a fazer movimentos mais lentos ainda. Gemi.
A língua de Wilmer começava a fazer movimentos circulares em meu clitóris e a cada movimento sobre ele, eu gemia mais alto. Wilmer segurava minhas coxas, apertando-as fortemente, enquanto eu segurava seus cabelos com uma das mãos. 

Senti todo meu interior vaginal se contraindo e uma gostosa sensação invadiu meu corpo por longos minutos. Havia chego ao orgasmo.
Wilmer levantou a cabeça e olhou em minha direção.
- Deliciosa!  Ele falou, com um sorriso malicioso e limpou os cantos dos lábios.


Agora, Wilmer entre minhas pernas e de joelhos. Mesmo ofegante, posicionei minhas mãos em cada lado da barra de sua calça. Abri o zíper e desabotoei-a.
Abaixei sua calça juntamente com a cueca. Segurei seu membro que estava pouco duro. Wilmer fechou os olhos e mordeu o próprio lábio inferior.
Comecei a masturba-lo lentamente e em seguida os movimentos de minha mão foram aumentado a velocidade gradualmente.

- Demi...  Ele me chamou. Ignorei e diminui a velocidade de minhas mãos.  Não...Vou a-aguentar ma-mais.  Ele falou sem jeito, entre gemidos. Sorri satisfeita. Wilmer segurou minhas mãos, fazendo com que parasse os movimentos.  Camisinha... Debaixo do travesseiro.  Ele falou ofegante e soltando minhas mãos.

Coloquei meus braços para trás e procurei debaixo do travesseiro, até achar uma camisinha. Abri o pacote metalizado, jogando-o no chão e coloquei a camisinha em seu pênis. Wilmer inclinou-se e se encaixou melhor entre minhas pernas. Envolvi meus braços em seu pescoço, enquanto ele segurava com certa força minha cintura.
Wilmer me penetrou. Gememos em conjunto. 


As estocadas de Wilmer começaram lentas e logo depois foram aumentando. A cada estocada que ele dava, eu gemia mais e mais. Minhas mãos agora estavam em suas costas, que estava sendo arranhada sem dó por minhas unhas de tamanho médio. Minhas pernas estavam envolvendo sua cintura, fazendo com tivesse mais impulso para estocar mais fundo. As mãos de Wilmer me apertavam com tanta força, que parecia que iam me esmagar, mas isso pouco me importava naquele momento.

Depois de duas ou mais estocadas, Wilmer gozou e eu logo em seguida, tive meu segundo orgasmo aquela noite.
Wilmer saiu de cima de mim e levantou-se. Caminhou cambaleando até a porta, onde sumiu por alguns minutos e depois voltou. Deduzi que ele havia ido ao banheiro jogar a camisinha fora.
Ele deitou-se ao meu lado e me abraçou.
- Como vai ser agora?  Ele perguntou.  Estamos aqui. Juntos. E depois? Você vai embora e nós só vamos nos ver daqui a três de novo?  Ele acariciava meu braço lentamente.

- Eu não sei.  Respondi, agora o olhando. – Só sei que não quero ficar sem você. - Completei.
- Eu também não.  Wilmer falou tristonho.  Eu poderia transferir a loja para Nova York. A maioria dos meus sócios e fornecedores são de lá, ficaria até mais fácil.  Ele explicou.
- Você faria isso por mim?  Perguntei séria.  E a minha mãe? 

- Faria qualquer coisa por você. Nós podíamos contar pra ela mais tarde. Não precisa ser necessariamente já.  Ele respondeu.  Só não quero te perder mais uma vez. Não suportaria isso.  Ele falou.
Virei-me completamente de lado, para Wilmer e encarei seu rosto. Sua expressão era tranquila. Cariciei seu rosto lentamente e ele fechou os olhos. Aproximei meu rosto do seu e uni nossas testas. Rocei minha boca na sua. Wilmer entreabriu sua boca e eu invadi-a com minha língua.
Nossos línguas se encontraram e começaram a se mover uma sobre a outra lentamente. Nosso beijo era lento. Diferente de todas ás vezes em que nos beijamos, essa vez não era só desejo, luxúria. Também continha paixão e carinho. Sentimentos que antes estavam reprimidos por nossos desejos e que nós não tínhamos coragem de demonstrar por medo de nos apaixonarmos um pelo outro. Só o que não sabíamos, era que desde o primeiro momento em que nos relacionamos verdadeiramente, já estávamos apaixonamos um pelo outro. Só estávamos cego. Cego pelo medo e pelo desejo selvagem.
Era amor. É amor. Sempre foi amor. Sempre será amor. Agora nos sabemos, agora nos demonstramos.
Interrompi aquele beijo e sussurrei para ele, ainda com nossos lábios roçados um no outro:
- Se depender de mim, você não vai me perder nunca mais.  Wilmer sorriu e me apertou mais contra si.



Fim!

Última parte da primeira de muitas minifanfics, postada! Espero que vocês tenham gostado e, por favor, não me matem por ter demorado pra postar. Caprichei muito nessa última parte e espero que assim vocês possam me perdoar.
Alguém tem uma ideia de minifanfic? Estou disposta a escrever algo sobre/com a opinião de vocês.
BEIJOCAS!

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