Capítulo 30: Ele me magoou.

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Ela até perguntou se estava tudo bem comigo e eu respondi que estava “naqueles dias”, ela pareceu acreditar. Arrumei a cozinha enquanto mamãe tomava banho e depois subi para meu quarto. Assim que coloquei o celular no mono normal, vi que tinha mais algumas ligações de Nicholas. Que merda! Será que ele ainda não percebeu que eu não queria falar com ele?

Demi’s POV

Terça-feira, sete e quarenta e cinco da manhã.

O despertador de meu celular tocou e eu acordei. Mais um dia. Estava sem a mínima vontade de ir para a escola hoje e para ajudar, tinha três provas hoje: Biologia, matemática e história. Quem é que faz prova em plena terça-feira? Esses professores tão muito mal-amados! Cruzes!
Desliguei o despertador e virei para o outro, afim de pegar no sono novamente.

Oito e dez da manhã.

Mamãe já batera na porta de meu quarto três vezes, ameaçando de jogar água gelado em mim, caso não levantasse. Bufei. Levantei lentamente e me espreguicei. Olhei para janela e vi que o dia estava igual ao meu humor: nublado. O céu estava escuro e parecia que ia chover. Ótimo! Pra melhorar meu dia, uma coisa que eu odeio: chuva.
Caminhei em direção ao meu guarda-roupa, onde vesti meu uniforme e um moletom branco, um pouco maior que eu. Calcei meu AllStar preto, com meias curtas brancas e penteei meu cabelo, fazendo um rabo alto. Saí de meu quarto, deixando a porta fechada e desci a escada, caminhando em direção á cozinha, em seguida.
Chegando á cozinha, encontrei mamãe tranquila enquanto bebia seu café.
- Achei que ia ter que jogar água gelada em você. – Mamãe falou divertida. Tentei rir.
- Pode me levar pra escola? – Perguntei, me encostando ao balcão de mármore.
- Claro. – Ela respondeu. Terminou de beber o café e colocou a xícara na pia. – Você não vai tomar café? – Ela perguntou, me encarando.
- Não, estou sem fome. – Respondi.
- Filha, o que está acontecendo com você? Percebi que desde ontem você está tão pra baixo. Estou ficando preocupada. – Mamãe falou preocupada, passando a mão em meu rosto.
- Nada. – Respondi, sem encara-la. Como poderia dizer que ando tendo um “caso” com o chefe dele e que acabei gostando dele? Ah é, eu não poderia dizer.
- Até parece. Demetria, você é minha filha. Conheço você melhor que qualquer pessoa. Sei quando está triste. – Ela falou séria. Engoli em seco.
- É que você tinha razão, mãe. – Falei, agora, encarando-a. Ela me olhou confusa. – Joe não é garoto para mim. Ele me magoou. – Menti.
- Oh, querida! – Ela me abraçou. – Essas coisas acontecem, logo vai passar. O importante é que você não está mais com esse rapaz e nem quer saber dele. – Ela falou doce, enquanto acariciava meus cabelos.
- É, mãe. Eu sei. – Concordei. Bom se realmente fosse assim. Seria até mais fácil.
- Você quer ir pra escola? Pode ficar em casa, se quiser. – Ela falou, desfazendo o abraço.
- Não. Tudo bem. Eu aguento e tenho três provas hoje. – Expliquei.
- Certo. Então, vamos antes que você chegue atrasada. – Mamãe falou.

xxx

As três primeiras aulas foram provas. Nem preciso dizer que quando o sinal para o intervalo soou, senti um grande alivio em todo meu corpo. Era como se tivesse tirado um peso da minha alma. Não que as provas fossem difíceis, havia estudado. Nunca fiz o tipo de aluna com notas ruins, mas imagina fazer três em seguida. É muito cansativo. Você parou de pensar numa coisa e já tem que pensar em outra. Sem falar que tinha que tomar muito cuidado pra não confundir as respostas.

Depois que Selena e eu compramos nossos lanches decidimos sentar numa mesa mais ao canto. Nós conversamos muito pouco hoje por minha causa, é claro. Porém, só de estar com alguém que eu confio minha vida, já me sentia bem.
- Como você está hoje? – Selena perguntou, com a boca cheia. Ri. – Pelo jeito minha técnica de fazer você rir, funcionou. – Ela comentou divertida.
- Estou melhor, eu acho. Não sei. – Respondi. – É, funcionou mesmo. Você sabe que suas palhaçadas sempre me deixem de bom-humor. – Retruquei meio risonha.
- Olha, amiga... Eu já sofri muito por amor e você mais do que ninguém sabe disso, então, dica uma pessoa que é experiente em sofrimento: Não vale a pena ficar sofrendo. Você tem que sair pra se divertir. – Ela falou.
- Era isso que eu te falava? Que você tinha que sair pra se divertir? Porque se eu falava isso, mereço um belo soco na cara. Não é tão fácil como eu pensava. – Falei séria. Selena riu baixo.
- Eu e você vamos sair! Não vou deixar você sozinha e trancada em casa, depressiva e pensando como teria sido a vida se fosse da mesma idade que Nicholas. Ou melhor, pensando como seria se fosse a noiva sem sal dele. – Selena falou séria. Ri e balancei a cabeça em sinal de negação.
- Você é louca, sabia? – Perguntei risonha.
- É o que dizem. Mas é como minha tia safada, Ellie, diz: Falem mal ou bem, mas falem de mim! – Ela falou divertida. Gargalhei alto.
- Você e sua tia são loucas! – Falei, ainda rindo.
- É assim que eu gosto de ver você: rindo. Se divertindo, sem querer saber de homem nenhum. – Ela falou, com uma falsa seriedade.

Selena ficou tagarelando o restante do intervalo e isso foi bom até. Geralmente, eu odiava quando ela falava demais, mas no momento, estava adorando. Porque isso acabava me distraindo e não me fazia pensar em Nicholas.
Quando ela não estava falando de David, estava falando como seria nossa “tarde de garotas”. Ela estava muito animada e nossa tarde se resumia em fazer compras. Gostava de fazer compras, ainda mais com Selena, ela tem um gosto invejável para moda.

O sinal, que dava fim ao intervalo, soou. Selena e eu caminhamos para fora do refeitório, em direção á nossa sala e ela não parava de falar.
As duas últimas foram química. Apesar de eu odiar a matéria, adorava a professora. Ela era baixinha, até parecia uma criança; os cabelos pretos e bem cacheados, uma voz adorável e explicava a matéria bem. Andava de um lado para o outro explicando milhões de vezes, se fosse preciso, para os alunos que não entendiam a matéria.

Assim que a aula acabou, arrumei meu material na mochila e caminhei junto de Selena para fora da sala. Chegando ao portão da escola, Selena avisou o horário que passaria em minha casa para nós irmos ao shopping. Logo, me despedi dela e caminhei em direção á minha casa. O céu ainda estava nublado e estava torcendo para que não chovesse enquanto eu estivesse na rua.

Três e quinze da tarde.

Vesti uma calça jeans manchada e uma blusa preta de ombro-caído, com mangas cumpridas. Calcei meu coturno vermelho e penteei meus cabelos, deixando-os soltos. Peguei minha bolsa e coloquei minha carteira dentro da mesma. Escutei uma buzina soar do lado de fora. Olhei pela janela e vi o carro de tia Mandy.
Ao pegar meu celular na mão, lembrei que a última ligação de Nicholas foi ontem, antes de eu ir dormir. Talvez ele tivesse desistido de vez. Uma metade de mim tinha ficado feliz, porque agora eu podia, finalmente, esquecer o que sinto por ele. Mas a outra metade ficou triste, porque eu não queria que ele tivesse desistido tão fácil.
A buzina soou mais uma vez e eu despertei do meu transe. Chega de pensar em Nicholas!
Saí de meu quarto, deixando a porta fechada, e desci a escada. Saí de casa e tranquei a porta.
Caminhei em direção ao carro vermelho de tia Mandy. Assim que entrei no carro, tia Mandy deu partida no mesmo. Selena estava no banco do passageiro, cantarolando animada.

Chegando ao shopping, Selena e eu nos despedimos de sua mãe, e Selena avisou que quando terminássemos aqui, ela ligaria. Entramos no shopping e a primeira loja que fomos em direção foi a de sapatos.

Depois de comprarmos roupas, sapatos e bijuterias, finalmente paramos para comer. Fomos ao nosso fastfood favorito: Subway. E depois dali Selena ainda queria tomar sorvete. Não sabia se tinha espaço no meu estômago, mas concordei. Se era para eu me divertir, então vou me divertir.

Seis e trinta e sete.

Estávamos prontas para irmos embora, mas passamos por uma nova loja de joias e Selena insistiu horrores para entrar, mesmo sabendo que a única coisa que faríamos ali seria olhar.
Entramos na loja e uma moça de tamanho médio, vestida naqueles ternos femininos e os cabelos loiros presos num coque muito bem feito, veio nos atender. Selena respondeu que só estávamos olhando. Ri.
Uma mulher saiu da loja, com uma sacola na mão e a tal sacola me chamou atenção por um único motivo: JE – Jonas Enterprises. Não precisava um mais um para saber á quem pertencia aquela loja.
- Melhor nós irmos embora... – Selena falou baixo, assim que tocou meu ombro.

Olhei para ela sem entender e ela fez sinal com a cabeça, para que eu olhasse para frente. Feito isso, encontrei Nicholas vestido num terno gelo, perfeitamente alinhado ao seu corpo, entrando na loja. Ele me encarou com surpresa. Peguei na mão de Selena, agradeci a atendente e saí logo dali. 

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Capítulo 30 postado! Gente, achei que o capítulo 30 não ia terminar nunca. Parece que a fanfic tinha empacado nos capítulos 20, hahahahahahaha. Me desculpem por ter postado tão tarde, foi mal mesmo. Enfim. Espero que vocês gostem (frase de sempre) e queria agradecer de coração por esses 11 comentários, no último capítulo! Eu estou surtando, sério! Obrigada de coração! Continuando comentando e dizendo o que cês acham que vai acontecer na fic e tal. Beijocas e até sexta-feira!