Capítulo 38: O que vocês dois estão fazendo juntos?

Capítulo Anterior:
Nicholas voltou sua concentração ao trânsito e o silêncio se instalou entre nós.
O silêncio do carro foi quebrado assim que Nicholas colocou uma música, que era desconhecida por mim. Porém, essa música era lenta e começou a me deixar com sono, foi então, que fechei meus olhos e lentamente peguei no sono.

Capítulo dividido:
Parte V.

Demi’s POV

Domingo, meio-dia e doze.

Acordei e, por conta da claridade que vinha da janela (ou de algum lugar, que seja), estiquei meus braços para o lado. Percebi que estava na cama, por conta do grande espaço vazio, e estava sozinha. Abri meus olhos lentamente e olhei em volta. Estava no quarto, a cortina estava com uma enorme fresta aberta e dali vinha a claridade. Um lençol fino verde-musgo envolvia meu corpo, que estava nu.
As lembranças da noite da passada, ou melhor, da madrugada passada me fizeram sorrir feito uma idiota. Lembrando das mãos de Nicholas sobre meu corpo, me tocando como queria e onde queria, sem nenhum pudor. Lembrando dele dentro de mim, dos seus beijos e apertões. Oh, meu Deus! Selena tinha razão, eu estava apaixonada por Nicholas!
Escutei a porta sendo aberta e direcionei meu olhar para o local. Era Nicholas, óbvio. Ele estava usando apenas cueca box preta e... Puta merda! Por que ele faz isso comigo? É algum tipo de prova ou castigo que eu fiz? Teste a prova de pecados?

- Bom dia! – Ele falou, sorridente.
- Bom dia nada. – Resmunguei manhosa. – Fecha a cortina, porque eu quero voltar a dormir. Ainda estou cansada. – Falei, ficando de costas para ele e pondo um travesseiro em cima da minha cabeça, afim de acabar com aquela escuridão.
- Aposto que está cansada mesmo... – Ele falou sacana e escutei sua risadinha baixa (e maliciosa). Mostrei o dedo do meio para ele, o que o fez rir novamente, mas desta vez, em sinal de diversão.

Escutei os passos lentos de Nicholas se aproximando e logo ele deitou-se atrás de mim, pondo uma de suas mãos por dentro do lençol e acariciando minha bunda. Suspirei. Ele retirou o travesseiro de minha cabeça, mas mantive meus olhos fechados. Senti beijos seus sendo distribuídos por meu pescoço, ombro e lóbulo.
- É nosso último dia, Demetria, vamos curtir! – Ele falou com a voz rouca em meu ouvido e apertando levemente minha bunda. Grunhi.
- Você não acha que é muito cedo pra isso não? Acabei de acordar! – Resmunguei manhosa, novamente.
- Não. Na verdade, eu acho que quando se trata de você, não existe hora para isso. – Falou sacana, direcionando sua mão para outro lugar...
- Você está abusando de mim, isso sim! – Falei. Ele riu.
- Suas piadinhas sobre abuso antes começavam a me assustar, hoje em dia posso dizer que elas até me excitam. – Ele falou, posicionando sua mão em minha intimidade. Agora quem riu fui eu.
- Não são piadinhas, é apenas a verdade, senhor Jonas. – Falei e empurrei meu quadril contra o seu, fazendo minha bunda bater em seu membro. E quem suspirou agora foi ele. Ri.

Antes que Nicholas continuassem, busquei força de vontade o suficiente e me levantei bruscamente da cama, fazendo ele se assustar e, sem querer, caindo da cama. Gargalhei alto, enquanto me enrolava no lençol e encarava Nicholas, com aquela cara de bobão, sentado no chão ao lado da cama.
- Você é muito idiota! – Falei, ainda rindo.
- E você é uma estragar-prazer... – Ele resmungou, levantando-se e sentando-se na beirada da cama. – Literalmente. – Sorriu malicioso.
- Nem caindo você toma jeito. – Falei divertindo, me aproximando dele e bagunçando seus cabelos.
- Se você continuar rindo de mim, irá sofrer. – Ameaçou-me.
- E o que vai fazer? – Perguntei provocativa, cutucando-o.
- Não me provoque. – Falou, me encarando.
- Ou...? – Falei, me afastando.
- Ou eu vou pegar você! – Falou, levantando-se.

Corri rapidamente em meio de risos e entrei no banheiro, fechando e trancando a porta. Consegui escutar Nicholas bufar.
- Não foi desta vez que você me pegou! – Falei, ainda rindo.
- Uma hora ou outra você terá que sair daí e, nesse momento, eu irei pegar você. – Ele falou do outro lado da porta, o que me fez rir mais.

Sete e trinta e dois da noite.

Neste momento, estava terminando de arrumar minha mochila, pondo todos meus pertences dentro da mesma. Nicholas não fez questão de arrumar suas coisas, já que a casa era dele. Estava um pouco tarde, devíamos ter ido embora mais cedo, mas por causa da insistência de Nicholas acabamos ficando mais do que devíamos.

 Nosso domingo foi bastante relaxante. Depois da nossa pequena guerra dentro do quarto, somos almoçar fora, passeamos depois do almoço e fomos à mesma sorveteria de ontem. De tarde resolvemos aproveitar um pouco mais a praia e, ao voltarmos para casa, tomamos juntos (lê-se: nos pegamos no banheiro), fomos passear novamente e depois voltamos para casa, onde ficamos assistindo filme e trocando caricias.

Senti Nicholas me abraçando por trás, envolvendo seus braços em minha cintura e me puxando para mais perto dele. Antes que eu fechasse minha mochila, ele colocou a mão dentro da mesma.
- Essa aqui fica de presente. – Falou malicioso, enquanto segurava minha calcinha preta de renda, e me dando um beijo no pescoço. Sorri.
- Não inventa coisa, Nicholas. Me dá! – Falei, tentando pegar a peça.
- Nada disso. – Ele falou e se afastou de mim, sorrindo malicioso.
- Vamos, Nicholas, me dê a minha calcinha. – Pedi, meio impaciente, revirando os olhos.
- Deixa de ser chata! – Retrucou. – Essa fica aqui comigo. Já disse. – Falou, pondo a calcinha no bolso da calça. Suspirei.
- Quer saber? Que seja! – Falei e fiz uma careta, o que fez ele rir, mais uma vez.

Antes de irmos embora Nicholas telefonou para o homem que cuidava da casa e disse que já estava indo, perguntou se o homem podia passar mais tarde aqui ainda hoje, para dar uma última olhada na casa. Ligação feita e resolvemos ir embora. Nicholas levou minha mochila e colocou-a no porta-malas de seu carro. Quando ele destravou o mesmo, entrei no lado do passageiro e ele do no motorista, como sempre. Colocou a chave na ignição e deu partida no carro, saindo dali logo.
Retirei meus tênis e pus meus pés em cima do painel do carro e Nicholas pareceu não se importar com a minha falta de modos. No meio do caminho até em casa fomos escutando o novo álbum de uma das bandas favoritas dele, U2, eu acho. Nicholas cantarolava algumas partes das músicas e eu me sentia uma besta por acha-lo ainda mais bonito e incrível.

- Adorei o final de semana... – Confessei, o encarando. Estávamos na entrada de Los Angeles. Nicholas sorriu abertamente.
- Eu também! – Concordou.
- Espero que possamos ter mais momentos assim. – Falei meio manhosa. E o sorriso dele se alargou mais, se é que era possível.
- Vamos ter, com certeza. – Falou convicto.

Longos minutos depois, chegamos à frente de minha casa e senti meu coração congelar. Fodeu! Havia um carro ali na frente e era o mesmo carro que eu tinha visto quando Eddie veio buscar mamãe. Oh, meu Deus! Não, não, não. Mil vezes não!
Peguei meu celular, que estava no bolso de minha calça, e o vi pelo visor que havia várias ligações perdidas de mamãe, sem contar as mensagens não respondidas. Como eu não havia visto ou escutado nada?
Encarei Nicholas e sua expressão era preocupada, diferente da minha que estava desesperada.
- O que eu vou fazer? – Perguntei para ele.
-  Calma. Vamos dar um jeito. Juntos.  – Falou, saindo do carro. O acompanhei.

Nicholas entregou minha mochila e caminhamos até a entrada minha casa. Retirei minha chave da mochila e no momento em que fiz menção de coloca-la na fechadura, a porta se abriu. Encarei minha mãe, que estava com uma expressão ainda mais desesperada que a minha e os olhos avermelhados, assim como as bochechas e ponta do nariz. Eddie apareceu em seguida, posicionando-se atrás dela.

- Demetria, onde você estava? – Perguntei preocupada e ao mesmo tempo zangada. Antes que eu pudesse pensar em responder algo, ela continuou: – Cheguei e você não estava em casa. Telefonei para Selena e para todos seus amigos, e eles disseram que não sabiam onde você estava. Onde você se meteu? – Perguntou novamente zangada. – Você está querendo me matar do coração, garota? Como você some, assim do nada, sem avisar ninguém e fica sem atender essa merda de celular? – Completou da mesma forma, ou talvez ainda mais zangada.
- Dianna, calma, tenho certeza que eles podem nos explicar. – Eddie falou calmo, mas sério.
- Eles? – Mamãe perguntou confusa e só, então, seu olhar direcionou-se a Nicholas, que estava ao meu lado. – Nicholas? – Perguntou ainda mais confusa. Engoli em seco. – O que vocês dois estão fazendo juntos? – Perguntou. Eram perguntas demais e eu não sabia por onde começar.
- Mãe eu poss... – Quando comecei a falar, mamãe voltou a me encarar, mas Nicholas me interrompeu bruscamente.
- Dianna, Demetria estava em meu apartamento. – Falou simples e sério. Que porra ele estava fazendo?
- E o que ela fazia lá? – Mamãe perguntou, enquanto o encarava e cruzava os braços.
- Bem... – Ele pigarreou. – Demetria estava saindo, acho que estava indo ao shopping, quando eu a vi junto com um garoto que eu não sabia quem era. Ele estava brigando com e ela parecia desesperada. Então, fui ajuda-la e depois ela me contou que estava sozinha em casa, me explicou onde você estava e que não queria estragar seu final de semana, e com medo desse garoto ir procura-la em casa, ela pediu que eu ficasse com ela, já que não queria incomodar a mãe de Selena, que pelo o que eu saiba ainda está grávida. Ao invés de ficar na sua casa, eu a levei para meu apartamento. – Explicou calmo. Pelo menos mente melhor do que eu. – Achamos que seria melhor se mantivéssemos isso entre nós, para não estragar seu final de semana e não te preocupar. Do jeito que você é, aposto que se soubesse disso tudo, pegaria o primeiro avião para voltar pra casa e ver se Demetria ainda tinha a mesma quantidade de cabelo. – Completou sério. A expressão de mamãe suavizou, o que significava que ela havia acreditado nesta bela mentira.
- Eu agradeço, Nicholas, mas de qualquer modo eu sou a mãe dela e devo ficar sabendo de qualquer coisa que aconteça e envolva Demetria. Já pensou se algo da errado nisso tudo? Como você iria me explicar? – Mamãe, falou ainda zangada. – Demetria, entre. – Ordenou. Entrei, sem hesitar.
- Tchau, Nic... Senhor Jonas e obrigada. – Falei, entrando.

A última coisa que escutei, antes de subir a escada rapidamente, foi mamãe agradecendo Nicholas e fechando a porta de um modo grosseiro. Entrei em meu quarto e joguei minha mochila em cima da cama e depois me joguei na mesma. Eu estava completamente fodida! Isso não devia ter acontecido. Não podia ter acontecido. Sabia que eu e Nicholas tínhamos que ter vindo mais cedo.

Minutos depois, a porta de meu quarto se abriu e mamãe apareceu entre ela. Sua expressão estava melhor do que antes. Talvez eu não estivesse tão encrencada. Talvez.
- Desculpe. – Falei, encarando-a. Ela caminhou em minha direção e sentou-se ao meu lado. Suspirou.
- Você sabe que o que foi errado, deveria ter me avisado e mais, ir para casa de Nicholas? Sei que ele é um bom homem, apesar de toda aquela pose grosseira, mas ele é mais velho que você e é muito incomodo para ele.  O que as pessoas iriam pensar se vissem você com ele? O que elas iriam dizer? – Falou calma.
- Eu sei, mãe. Mas eu estava com medo de Joe, não queria que ficasse me perseguindo ou coisa do tipo. Só queria me sentir segura. – Menti descaradamente. Senti até algo ruim dentro de mim.
- Certo, amanhã nós conversamos melhor sobre esse Joe. Agora vá dormir. – Falou, levantando-se.
- Boa noite, mãe. – Falei baixo, antes que ela saísse de meu quarto.

Tomei um banho demorado e fiquei pensando em como as coisas tinham sido tão boas e agora estavam um belo desastre. Certo, talvez, seja muito dramático ver por esse lado. Meu final de semana foi incrível e nada deu errado, mas o negócio é a mentira. Eu odiava mentir, ainda mais para minha mãe. E o que mais me doía, é que ela confiava totalmente em mim e em Nicholas, e nós não merecíamos essa confiança, afinal, estávamos mentindo para. E para ajudar, metemos o Joe nessa confusão, que não tinha nada a ver com isso, desta vez.
Cansada de me auto julgar, desliguei o chuveiro e saí do box. Sequei-me e vesti meu pijama e escovei meus dentes.
Assim que deitei na cama, peguei meu celular e fiquei trocando mensagens com Selena, que estava preocupada. Contei tudo para ela. Tudo. Verdade e mentira.  

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Quinta e última parte do capítulo 38 postada! Espero que gostem e se tiver algum errinho ignorem, porque dei um relida super rápida no capítulo. Enfim. Comentem e até sexta-feira, beijocas babies!