"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Capítulo 68: Merda! Eu e minha boca grande!

Capítulo Anterior:
Seu olhar se encontrou com o meu e ele estava carregado de raiva, enquanto o meu estava carregado de culpa. Ao invés de eu ajudá-la, acabei deixando ainda pior. Ainda mais triste. Talvez eu não fosse tão mandona assim como Mikey achava. 



Capítulo dividido:
Parte I.

Nick's POV

Sábado, dez e dez da noite. 

Mikey havia chego ao meu apartamento á poucos minutos. Consegui ter um descanso de Olívia, que apesar de saber que nosso relacionamento agora era uma fachada, não me deixava em paz. Vivia me ligando ou me obrigando á aceita-la a dormir aqui. É obvio que eu dormia na sala. Dormiria até no chão a ter que dormir ao lado daquela mulher. 
Enfim.
Mikey chegou aqui e nós iríamos assistir um jogo, falar sobre besteira ou sobre mulheres gostosas (o que eu não acho provável, já que nós estávamos apaixonados) e jogar vídeo game. Resumido: teríamos uma noite digna de macho. Sentia falta desses momentos com meu melhor amigo. Antes, quando estava com Demetria, não saímos muito e agora ele estava com Selena e não tinha muito tempo para mim, apesar de eu não querê-lo por perto enquanto não resolvo essa situação com Olívia. Eu ainda não contei a Mikey sobre a chantagem da vagabunda. E nem pretendia. Quanto menos pessoas envolvidas nessa sujeirada de Olívia, melhor. 

- Mano, ele podia ter passado a bola pro atacante! Meu Deus, que bicho burro! – Mikey gritou. Ri. Ele sempre se irritava com jogos. Ainda não entendo porque assistia. 
- Você vê futebol pra que? Pra ficar xingando os jogadores? – Perguntei divertido, dando um gole na minha cerveja.
- Não, querido amigo. Eu vejo futebol, porque é um jogo do caralho. Só não admito que jogadores do time que eu torço façam besteira.  – Ele respondeu, com os vidrados na televisão. Gargalhei alto. 
- Você é ridículo, cara! – Falei entre risos. 
- Ah, você essa boca, Jonas! Vá se foder! – Falou todo irritadinho, mostrando o dedo do meio pra mim. 
- Você está fazendo minha noite mais divertida, querido amigo. – Continuava rindo. Dei mais um gole em minha cerveja. 
- Jonas, por que você não vira uma boa mulherzinha e não vai lá buscar mais pipoca pro seu macho?! – Perguntou ainda irritadinho, mas agora, me encarando. 
- E onde meu macho tá? Não estou encontrando. – Falei, ainda rindo. Fazia tempo que não ria dessa forma. Ele fez uma careta. 
- Vai trepar! Talvez esse seja o problema. Olívia não tá dando conta do recado e tu fica me infernizando. – Retrucou, voltando seu olhar pra televisão. 
- E não tá mesmo. Aliás, nunca deu. Por isso eu a traia. – Falei amargo. 
- Ih, começou o papinho de bicha afetada. – Ele se encostou no sofá e me encarou. – Pode começar a contar... – Falou. 
- Vou buscar a pipoca. – Falei, me levantando. Ele segurou meu braço. 
- Ah, para com isso. Eu posso esperar a pipoca, mas quero saber o que tá acontecendo contigo, cara. – Falou, me encarando. Tentei rir. 
- Depois eu que sou a bicha afetada né?! Vou buscar pipoca pra mim e não pra você! – Falei divertido. Ele fechou a cara. Soltei meu braço da sua mão. – E depois volto e respondo todas as suas perguntas. – completei. Ele fez uma cara de quem diz "bom mesmo, cuzão". 

Fui até a cozinha e enchi o pote com pipoca novamente. Caminhei de volta para sala, onde Mikey estava. E, no momento, o folgado estava estarrado no meu sofá, ocupando quase ele todo. Eu não mereço isso. 
- Quer um travesseiro também? – Perguntei debochado. Ele me encarou divertido. – Vamos, cuzão, saí daí que eu quero sentar. – Falei, empurrando-o. Ele riu. 
- Você anda muito estressadinho, senhor Jonas. – Falou divertido e enchendo a mão de pipoca. 
- Eu não. Estou ótimo! Nunca estive melhor. – Falei sarcástico, dando um gole em minha cerveja. 
- Aham, tá. Você pensa que me engana né?! – Falou, pegando mais pipoca. 
- Por que você pensa isso? – Perguntei e o encarei. Ele me encarou. 
- Porque eu percebo como você está infeliz com essa vagaba da Olívia e não entendi até agora o motivo de tu ter terminado com a Demi. – Respondeu. – A Selena já me falou mil vezes o motivo, mas não entra na minha mente isso, porque eu vi e ouvi você agitando feito uma menininha cabaça apaixonada quando falava ou olhava pra Demi. Simplesmente não consigo acreditar em ti. – Completou serio. 
- Tudo o que a Selena te falou era a verdade. Demetria não serve para mim. – Menti, sem encara-lo. Mikey me conhecia mais do que ninguém, talvez até mais do que eu mesmo. Seria difícil ele acreditar numa mentira minha. Muito difícil. 
- "Demetria não serve para mim". – Encarei-o. Ele imitou de uma forma ridícula e começou a rir sozinho. – Você não deve saber o quanto é engraçado te ouvir falar isso, não é? Meu Deus, Nicholas! Se ela não serve pra você, não sei quem serve. Porque você estava de quatro por essa garota. Ela podia passar por cima de você, se quisesse, e tu não iria falar nada. Aposto que iria até achar lindo. – Falou serio, agora. – Você estava louco pra gritar ao mundo e pra quem mais quisesse ouvir que tu estava comendo aquela ninfeta em todas as posições possíveis e, agora, quer vir com essa de "Ela não serve pra mim"? Larga a mão de ser mentiroso, homem! – Sim. Era isso que a minha mente gritava. Mil vezes sim. Mikey nunca esteve tão certo. E, é claro, que eu não diria isso... Ou, talvez, diria. – Eu não sei o que está acontecendo contigo, mas se tu não se sente a vontade pra falar a verdade comigo, tudo bem. Mas só quero dizer: não deixa a Demetria ir embora da tua vida desse jeito. Eu nunca te vi tão feliz como te via enquanto tu estava com ela. Sério, cara. – Finalizou. Suspirou fundo. 
- Estou sendo chantageado pela Olívia. – Falei, apoiando meus braços em minhas pernas e enfiando meu rosto entre minhas mãos, ficando encurvado. Não queria encara-lo. Sentia-me envergonhado por ter cedido essa chantagem tão fácil. 
- O que? – Ele gritou. Suspirei mais uma vez. 
- É isso mesmo que você ouviu. – Respondi. 
- Me explica isso, porra. – Pediu. Encostei meu corpo no sofá, tentado ficar a vontade. Joguei minha cabeça com tudo no sofá, deixando-a torta. Encarei Mikey e ele me encarava preocupado. – Nicholas, eu sei que pra ti é foda falar de qualquer coisa quando não se trata de negócios, mas tu precisa se abrir. Pelo menos, comigo. Somos melhores amigos e tu sabe que eu nunca vou te julgar, por mais veadinho que tu pareça. – Falou sério, apesar das palavras. Soltei um riso fraco e baixo. Suspirei. Eu estava suspirando demais pra um dia só. 
- Eu não sei como, mas Olívia descobriu sobre meu relacionamento com Demetria. Ela deve ter me seguida ou algo do tipo. Só sei que ela tem fotos minhas com Demetria no dia no meu aniversário. Fotos minhas e de Demetria se pegando na sua boate e na porta da casa dela. – Expliquei. Ao contar isso para Mikey senti que um grande peso havia sido retirado de minhas costas, apesar de não ser ele a pessoa certa a saber disso. 
- Mas que porra! – Esbravejou. – Aquela vadia... Maldita seja a hora que eu te apresentei a ela! Nunca fiz uma merda tão grande como essa. – Falou. 
- Pois é. – Concordei e ri sem vontade. – Agora Demetria deve me odiar por tudo o que eu disse a ela. Mas, sabe Mikey, você está certa em cada palavra que disse para mim. – Confessei. 
- Nunca achei que estaria vivo para ouvir você dizendo isso. – Falou divertido. Rimos. 
- Nem eu. – Concordei. Ficamos um tempo em silêncio. Talvez Mikey tivesse alguma forma inteligente de me ajudar. 
- Hm... Eu acho que você deveria falar a verdade pra Demi. – Sugeriu sério. Esquece a parte em que eu pensei "Mikey tivesse alguma forma inteligente de me ajudar". Isso não é nada inteligente!
- Você não conhece mesmo Demetria, não é? – Perguntei. – Se Demetria sonhar com isso, ela é capaz de ir atrás da Olívia e falar umas poucas e boas. Com razão, é claro. Mas, de qualquer forma, não posso me arriscar dessa forma. Aliás, não posso arriscar Demetria e muito menos Dianna. – Falei sério, encarando-o. 
- O que poderia acontecer de tão grave? – Perguntou. 
- Primeiro: Dianna me proibiria de ver Demetria. Talvez até conseguisse uma ordem judicial para eu ficar longe dela. E eu só poderia ver Demetria legalmente até ela completar dezoito anos. Segundo: Além de Dianna se demitir, ela também nunca mais olharia na minha cara, e eu gosto demais dela pra isso. E terceiro: Quero evitar os rostos de Demetria e Dianna estampados em revistas de fofocas. Falando coisas as quais eles não sabem, inventando mentiras sobre elas. Se isso acontecesse eu jamais me perdoaria. – Falei sério, enumerando em meus dedos. – Sei o quanto Demetria e Dianna são fortes e sei que elas podem aguentar isso sim, mas se eu tiver qualquer meio de tentar evitar tudo isso, eu o farei. E se esse meio for não ter Demetria comigo, mas ter ela em segurança, é um preço que eu estou disposto a pagar. Até porque não ficarei com Olívia mais que um ano e até lá, Demetria estará com dezoito anos e eu poderei explicar toda essa situação pra ela. Talvez ela me entenda, talvez ela me perdoe. Mas até lá, Demetria e Dianna estarão bem, e eu estarei sem a minha menina. – Conclui. 
- Eu não sei nem o que te dizer, cara. – Falou meio frustrado. 
- Você não precisa dizer nada. Eu já me sinto um pouco mais aliviado por conta isso á alguém de confiança. – Falei. – Só digo a você, meu caro: te invejo por poder ter a garota que ama em seus braços, sem precisar se esconder. – Sorri de lado, encarando-o. 
- Pois é, acho que um de nós tinha que ter sorte, não é?! – Falou divertido. Ou tentando ser, pois eu sabia que ele estava preocupado com o que acabará de descobrir. 
- E Mikey, por favor, não conte isso a Selena. Eu sei que ela é sua namorada, mas tenho certeza que se ela souber disso não pensará duas vezes em contar para Demetria. – Pedi. 
- Claro. Amo Selena, mas nunca contaria algo que é seu á ela. – Sorri em forma de gratidão. – Ainda mais que Selena nunca seguraria a língua sabendo como Demetria está ultimamente. – Falou. Encarei-o confuso. Como assim "como Demetria está ultimamente"? O que estava acontecendo com a minha menina?
- Do que você está falando, Mikey? – Perguntei sério, encarando-o ainda confuso. Ele fez uma cara de quem contou o que não deveria. 
- Merda! Eu e minha boca grande! – Resmungou. 
- Olha, Michael, eu não vou pergunta novamente. Responda-me! – Mandei quase que irritado. 
- Certo... – Ele suspirou derrotado. – Como posso começar?! – Eu iria falar do começo, mas não queria atrapalhar Mikey e seu raciocínio, que ás vezes era lento demais para minha pouca paciência. – Então, desde que você e Demetria terminaram, ela tem agido de uma forma estranha. Selena me contou que nas primeiras semanas ela estava bem deprimida e quase não saía de casa. Às vezes ela chegava na escola com cara de sono e com olheiras terríveis, do tamanho de jujubas, como Selena gosta de falar. Era difícil convencer aquela garota tão teimosa a sair comigo e Selena, que até então éramos suas únicas companhas. – Fechei uns olhos por alguns segundos tentando imaginar o que Demetria estava passando. Tentando imaginar o tamanho do sofrimento dela. E isso me matava por dentro. – Mas depois, parece que ela se juntou com outras duas garotas da sala de aula, que são bem aproximas à Selena e ela, e elas começaram a sair. Às vezes Selena deixava de sair comigo e ia sair com elas, até aí tudo bem. Acho normal ela querer sair com suas amigas, principalmente com a Demi. Enfim. Nessas vezes em que Selena saiu com Demetria e mais as outras duas garotas, ela contou que Demetria estava bebendo mais que o normal. Às vezes chegava a cair ou vomitar de tão bêbada. E em outras vezes ela saía com caras diferentes. Caras mais velhos. Alguns iam até visita-la na escola final da aula. – Eu não queria acreditar no que estava ouvindo. Essa não era a minha Demetria! Não posso acreditar que ela estava agindo dessa forma por causa do termino. Essa era a forma que ela encontrou de me esquecer? Ouvir que a minha menina estava se destruindo desse jeito me fazia sentir o pior tipo de ser humano, pois eu sei que se eu não tivesse dito aquelas palavras tão cruéis a ela, ela não estaria assim agora. – Selena conversou com as duas garotas, perguntando se era assim que Demetria agia quando só a três saiam juntas e elas disseram que sim. Selena já tentou falar com ela e parece que não deu muito certo. Aliás, eu a deixei na casa de Demetria, pois ela vai tentar falar com ela novamente. – Concluiu. 

Eu não sabia o que dizer sobre o que acabará de escutar. Não conseguia acreditar que Demetria, a minha menina, estava sofrendo tanto ao ponto de se transformar em outra pessoa. Só de pensar em outros homens tocando nela, tratando como se ela fosse uma qualquer, meu sangue fervia, sentia um ódio descomunal e inexplicável. 

A coisa que eu mais queria no momento era poder pegar meu carro, dirigir até a casa de Demetria e abraçá-la, dizer a verdade á ela. Dizer o quanto eu amava e que ela não precisava fingir ser quem não é, que eu estaria sempre com ela. 

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Primeira parte do capítulo 68 postada! Já vimos a Demi sofrendo, agora, vocês estão preparadas para ver o sofrimento do Nick? Espero que sim, porque na segunda parte vai ser mais ou menos. Hahahahaha. Espero que gostem e comentemmm! Até segunda-feira, beijocas, babies! 

2 comentários:

  1. Delicia, tava doida pra essa parte chegar, ele descobrir, desculpa Nick mas eu quero ver você sofrer segunda feira, ja tô sentindo as lágrimas k' me parece que as reações e os pontos de vista do Nick são mais intensos não sei pq mais eu gosto muito, esse capitulo tava muito bom, Mikey obrigada por aparecer e pela boca grande tb ela esta e espero q ajudar bastante k', que venha segunda feira.. Até. Beijos
    Ass.: Cys

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  2. Parte 2: É hoje, é hoje, é hooje

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