"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

PROCURAR CAPÍTULO

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Capítulo 71: E você acha que eu me sentia como?

Capítulo Anterior:
Fiquei a noite toda acordado, zelando pelo sono de Demetria. Que por sinal, estava dormindo muito bem. Ela dormia serenamente e vê-la dormir tão em paz, me trazia uma certa tranquilidade. Em algum momento da noite, ela apertou sua mão em minha cintura, como se não quisesse que eu me afastasse. 




Capítulo dividido:
Parte I.
Demi's POV

Sábado, nove e cinquenta e dois da manhã.

Acordei sentindo minha cabeça doendo e um lado de meu rosto latejava de tanta dor. Sentia como se um trator tivesse passado por cima de mim milhares vezes. 
Assim que minha visão se focou, percebi que não estava no quarto de Jennifer e muito menos no meu. Eu estava no quarto de Nicholas! Forcei minha mente pra tentar lembrar o que aconteceu ontem. 
Minha memória até o jantar estava intacta, mas ao chegar na parte da boate eu já não lembrava mais de muita coisa. Só lembro de ter bebido muito e ter dançado muito. Também lembro de ter visto Nicholas. Ele estava realmente lá. E lembro, não muito, mas sim como estilhados, coisas rápidas, de Joe me agarrando e da voz de Nicholas, e depois de Joe e Nicholas brigando. Lembro também de ter levado um soco de Joe e isso explica o lado de meu rosto que doía muito. 

Levantei e vi que vestia uma camisa de pijama de Nicholas e uma calcinha rosa, que havia deixado aqui há muito tempo. Sentia o cheiro dele em mim. Fechei meus olhos por alguns segundos. 
Caminhei pra fora do quarto, deixando a porta aberta e desci a escada. Já no fim da escada escutei a voz de Nicholas. 
- Eu não quero saber! Depois do que ele fez ontem, eu quero Joseph internado ou preso. Ele surtou e bateu em uma garota. E se ele tivesse feito algo pior? Ele está louco! E se ninguém der um jeito, pode acontecer o pior. – Falou irritado, enquanto falava ao telefone. Ele vestia apenas a calça do pijama. Suspirei meio alto. Ele se virou e me encarou. Seu rosto demonstrava puro cansaço e havia olheiras enormes debaixo de seus olhos. – Irei falar com o tio dele mais tarde, mas como o senhor é meu advogado, já quero que fique sabendo de tudo, caso minha conversa não dê certo. – Falou mais calmo. Encerrou a ligação e colocou o telefone no lugar. – Você dormiu bem? Está melhor? – Perguntou sério, mas preocupado. 
- O que aconteceu ontem? – Perguntei. Ignorei sua pergunta. 
- Você bebeu tanto assim? – Perguntou sarcástico. Bufei. 
- Não lembro de muita coisa depois do jantar. – Respondi. Nós estávamos nos encarando. 
- Joseph te seguiu e tentou assedia-la mais uma vez. Porém, a única que ele conseguiu foi lhe dar um soco no rosto e levar uma surra de mim. – Respondeu sério. 
- Certo. Hm, obrigada. Agora vou embora. – Falei, me virando. 
- Liguei para sua mãe, Demetria. – Falou. Virei-me novamente, encarando-o. O que? Ele estava louco?
- O que? Por que você fez isso? – Perguntei irritada. 
- Contei algumas coisas que aconteceram ontem, havia certas cosias que ela precisava saber. Consegui convencê-la a não vir aqui. Disse á ela que cuidaria de você e depois te levaria embora. Ela concordou. Ela confia em mim. – Explicou. 
- Esse é o mau dela. – Retruquei amarga. Sua expressão se tornou triste. – Já estou melhor e vou embora. 
- Coma alguma coisa e depois eu te levo. – Falou calmo. 
- Não. Estou sem fome e com você terei menos fome ainda. – Falei ríspida. – Será que você não percebe que eu não quero nada de você? Não quero suas roupas, não quero sua comida, não quero sua ajuda. Não quero nada que venha de você. Por mim, você poderia ter me deixado em qualquer beco na rua, vomitando tudo o que eu tinha bebido ontem. – Falei irritada. 
- Não fale isso. Eu queria te ajudar, não me perdoaria se algo de ruim tivesse acontecido contigo. – Falou calmo. Ele estava se controlando pra não gritar comigo. Eu sabia disso. 
- Se algo ruim acontecesse comigo? Tudo de ruim já aconteceu comigo, Nicholas. E foi graças a você. O que vier agora, não se compara ao que você fez. – Retruquei. – Você quer me ajudar mesmo? Então, me esqueça. – Falei, me virando e caminhando em direção á escada. 

Subi a escada e fui em direção ao quarto de Nicholas, entrando e procurando minhas roupas pelo quarto e pelo banheiro, que não encontrava de jeito nenhum. Ouvi a porta sendo aberta e me virei. 
- Onde estão minhas roupas? – Perguntei sem paciência. 
- Demetria, vamos conversar, por favor. – Pediu. Senti meu coração apertar quando encarei seus olhos, mas não iria ceder. 
- Onde estão minhas roupas? – Perguntei novamente. Ele se aproximou de mim e agarrou meus braços. – Que foi? Vai dar uma de Joseph e querer me agarrar á força também, é?! – Falei sarcástica.
- Cala a boca, por favor. – Pediu.     
- Me solta! – Gritei, tentado soltar meus braços. 
- Olívia está me chantageando! – Gritou. O que? Encarei-o confusa. 
- Do que você está falando, Nicholas? – Perguntei sem entender. 
Ele me soltou e se afastou, caminhando até a enorme janela de seu quarto e ficando em frente da mesma. Fiquei um tempo em silêncio, parada, onde estava. Caminhei até ele e toquei seu ombro com delicadeza. 
- Me explica isso, Nicholas, por favor. – Pedi mais calma. 
- Terminei com você, porque Olívia está me chantageando. – Falou sério. Ele suspirou e se virou, me encarando. 
- Me explica isso direito, Nicholas. – Pedi. – Eu tenho todo o direito de saber. Ele suspirou. 
- Mês passado, Olívia foi até a minha empresa e me mostrou fotos. E essas fotos eram nossas, Demetria. Fotos minhas e suas, juntos, na minha festa de aniversário na boate de Mikey e outras fotos na porta da sua casa. Ela disse que se eu não terminasse contigo, iria mostrar essas fotos a todos. – Explicou, desviando seu olhar do meu. – Não te contei, porque ela disse que tinha cópias e eu tinha medo dela contar pra essas revistas de fofocas. – O interrompi. 
- Por que você não me disse nada? Aquela vadia! – Falei alto, sentindo raiva. 
- Eles inventariam coisas ao seu respeito e você não merecia passar por isso. Eu sei como essas revistas são. Eles aumentam tudo, te perseguem, fazem as outras pessoas acreditar nas mentiras que inventam sobre você. Eu queria te poupar disso, Demetria. – Falou e me encarou. Ele se aproximou de mim. – Queria poupar você e a sua mãe de tudo o que eu já passei. Eu sei como eles podem ser cruéis! – Falou alto. 
- Você sabe o que eu passei esses dias todos? Você sabe o que eu pensei sobre você e sobre tudo o que nós tivemos, Nicholas? – Perguntei em gritos. – Eu poderia ter aguentado mil paparazzis, mil mentiras, mas não aguentei ouvir você dizendo que eu não era boa o suficiente pra você, que você não me amava. Isso eu não aguentei. – Gritei furiosa. Sentia minha garganta doer, por causa da bebedeira da noite passada. Eu não estava com raiva dele, mas sim, do que ele fez. 
- E você acha que eu me sentia como? Bem? – Gritou de volta, vindo pra cima de mim. – Eu me culpava toda a noite por ter dito aquelas coisas para ti. Toda noite quando eu ia dormir, lembrava de você chorando na minha frente e me dizendo as coisas que você me disse aquele dia. Não foi fácil para mim, Demetria. Não foi. – Falou mais baixo. – Não está sendo fácil ter que aturar Olívia todo dia. E depois do que Mikey falou o que estava acontecendo contigo, a minha vida só piorou. Ficou um verdadeiro inferno! – Completou. Suspirei. 
- Eu não acredito nisso. Não acredito que isso está acontecendo. – Falei baixo. Comecei a caminhar de um lado para outro enquanto mexia nervosamente em meus cabelos. 
- Eu só queria te poupar, Demetria, te proteger, porque eu amo você. – Ao escutar isso, senti meu coração doer. Parecia mentira. – Nessa história não existe apenas eu e você. Há outras pessoas envolvidas, sua mãe. Se ela soubesse da maneira errada me odiaria para sempre, sem contar que me proibiria de ver você e isso poderia causar uma briga entre você e ela. E a última coisa que eu quero é ver você e sua mãe brigando por minha causa. – Comecei a chorar. Sentia os olhos de Nicholas presos á mim. – Se tudo ocorresse como eu havia planejado, esperaria você completar dezoito anos e te contaria toda a verdade. Eu tinha, e ainda tenho, esperança de você me perdoar. Eu te contaria a verdade e você me perdoaria. Nós ficaríamos juntos novamente e você contaria pra sua mãe. Não íamos precisar contar nada sobre antes da chantagem. Seria um recomeço pra nós. – Senti suas mãos em meus ombros, me fazendo parar. Virei-me e encarei-o. Eu ainda estava chorando. – Por favor, não chore. Eu me sinto pior do que já estou. – Pediu com a voz doce. 
- Mas é assim que você tem que se sentir, Nicholas, culpado. – Falei entre soluços. Ele me abraçou. 
- Por favor, Demetria, me perdoe. Me perdoe. Eu achei que estava fazendo a coisa certa. – Ele me apertava entre seus braços, enquanto eu apenas chorava. – Eu amo tanto você. Te conhecer foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. – Suas mãos subiram para meu rosto, acariciando minhas bochechas. – Eu não poderia querer alguém melhor que você... – Falou, me encarando fixamente. – Não há no mundo ninguém melhor que você pra mim. – Limpou minhas lágrimas com as costas das suas mãos. 
- Nunca mais me deixe, por favor. – Falei, abraçando-o com força e escondendo meu rosto no seu peito nu. Senti as mãos dele acariciando meus cabelos. 
- Vem. – Ele me abraçou de lado. – Você precisa descansar. É muita coisa pra um dia só. – Falou. – Vou te trazer algo pra comer, depois você irá dormir mais um pouco e mais tarde eu te levo pra casa. – Ele falou. 
- Não estou com fome e você não precisa fazer isso. – Falei, enxugando minhas lágrimas. 
- Você pode tomar a batida que eu fiz. Não precisa necessariamente comer, apesar de eu achar melhor. – Sentei na cama e ele se agachou, ficando entre as minhas pernas e acariciando meus joelhos. – E eu devo sim fazer isso por você. Quero cuidar de ti. – Sorriu fraco e apertou levemente meu nariz. Tentei sorrir, mas não consegui. Estava me sentindo mal com tudo que estava acontecendo, com tudo o que descobri. – Já volto. – Nicholas falou, levantando e caminhando até a porta, por onde saiu. 

Deitei na cama e senti mais lágrimas saindo de meus olhos. Ultimamente as únicas coisas que eu sabia fazer era chorar e beber. Eu não estava mal somente pela merda da enxaqueca que sentia, por causa de ontem, mas também pelo o que Nicholas me disse. Ele estava sofrendo todo esse tempo calado, teve que ceder todas as vontades de Olívia só para me proteger, enquanto eu andava por aí agindo feito uma vadia e pensando as piores coisas dele. 

________________________________________________
Primeira parte do capítulo 71 postada! Mores, péssima notícia, segunda-feira não poderei postar. Motivos: a ventilação do meu notebook está com problemas e eu preciso mandar arrumar urgentemente, antes que queime e eu tenha que pagar mais caro. Deixei de levar hoje só pra postar essa parte do capítulo e avisar vocês. Assim que ele voltar eu posto o capítulo e caso ele volte só sexta-feira, posto dois capítulos. Espero que possam entender. Comentem bastante, porque sinto saudades dos comentários do povo. Beijocas! 

6 comentários:

  1. Perfeito ela ficar sabendo, chorei lendo, ta perfeito.Aguardando ansiosamente sexta

    ResponderExcluir
  2. Perfeito perfeito perfeito!

    ResponderExcluir
  3. Nem preciso falar que quero mais neh? Poxa que pena seu note, posta 2 sim na sexta por favor. Quero muito saber oq acontece. Tá sensacional a história.
    Beeijao, Mila

    ResponderExcluir
  4. ele contooou, ela acreditoou. eeeeh, essa não é a solução pra chantagem mas pelo menos ela já sabe e juntos eles podem pensar em alguma coisa, então já é um adianto... owwwn gostei.
    pena, pelo seu note mas 2 capítulos seguidos sexta é melhor adoro ler vários capítulos no mesmo dia tipo maratona, bjs ate sexta.
    Ass.:Cys

    ResponderExcluir
  5. Quero mais. Tá perfeito demais. Meu Deus, preciso deles juntos contra essa vaca da Olivia.
    Posta 2 sim por favor.
    Beeijao! ��

    ResponderExcluir