"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Capítulo 88: Eu espero nunca ser como você, Dianna.

Capítulo Anterior:
Ela precisa pensar. Pensar sobre tudo o que disse, sobre o que Eddie disse e sobre o que eu e Nicholas disséssemos a ela. Talvez possa ser difícil para ela aceitar o que sinto por Nicholas, mas ela terá de fazê-lo. Eu a amo com todas minhas forças, ela é minha mãe! Mas eu também amo Nicholas e ela precisa entender isso.



Capítulo dividido:
Parte III.

Demi’s POV

Segunda-feira, cinco e cinquenta e um da tarde.

O meu final de semana se passou rapidamente e eu agradeci por isso, pois ele foi horrivelmente terrível. Perceba que eu usei ‘horrivelmente’ e ‘terrível’ para deixar bem claro que meu final de semana realmente não foi nada bom.
No sábado a noite, não tentei falar com minha mãe, dei o espaço que eu achei necessário para que ela pensasse sobre tudo o que havia acontecido. Porém, no domingo, quando tentei falar ela, ela se recusou falar comigo. Ela apenas abriu a boca para avisar que estava retirando de mim todos os meios de contatos que eu tinha para falar com Nicholas. 

Hoje de manhã, ela me avisou que eu não iria pra escola e eu até tentei argumentar contra, mas ela retrucou zangada, dizendo que eu não precisei mais pisar naquela escola. Se entendi bem, ela me mudaria de escola, é isso?!

Mamãe ficou a manhã toda fora, só voltou na hora de almoço, trazendo algo para nós comermos e eu recusei, não para fazer birra, mas porque já havia comido algo antes. Depois do almoço, onde apenas ela comeu, ela saiu novamente e ficou a tarde toda fora. Ela apenas saiu, não me disse onde ia, o que faria.

Suspirei infeliz. Não queria apenas falar com Nicholas, queria falar com Selena também, queria saber como foi seu dia e eu sei que ela conseguiria me fazer sentir melhor de alguma forma, conseguiria me fazer rir. Ela sempre conseguia. Mas nem isso eu podia. A única companhia que eu tinha no momento era apenas eu, meus livros e meus pensamentos tristes. Apenas minhas expectativas do que aconteceria daqui em diante.

Quando acordei, no domingo, achei que eu e minha mãe teríamos uma conversa civilizada, de fato. Que ela me escutaria falar sobre o que sinto por Nicholas, que ela de alguma forma tentaria entender meu lado, mas nada disso ocorreu. A única coisa que eu ganhei naquele domingo foi seu olhar duro e severo. E ele se mantéu nesta segunda-feira.

Estava em meu quarto, sentada na poltrona de frente para a janela de meu quarto enquanto lia um livro qualquer. Não estava lendo o livro com a devida atenção que ele merecia. Minha mente estava preocupada demais com Nicholas. Queria saber como ele estava lidando com tudo aquilo. Queria saber se minha mãe foi procura-lo. O que eu não duvido, já que ela saiu o dia inteiro.

Larguei o livro no momento em que ouvi o som da porta de meu quarto sendo aberta – eu não estava trancada em meu quarto, como castigo, mas preferi me esconder aqui, no único lugar que me sentia a vontade, ou quase isso. Virei minha cabeça lentamente e encontrei minha mãe entrando em meu quarto. Ela seguiu em direção a minha cama, onde sentou-se. Seu semblante continuava sério e severo. Nada mudou desde domingo. Isso me preocupava bastante.
Voltei a dar atenção ao livro,tentando fingir que o que estava lendo era muito mais interessante do que a presença dela. Se ela queria me ignorar, não seria eu quem a obrigaria a falar comigo.

- Demetria. – Chamou-me com a voz firme.
- Sim? – Falei sem encara-la.
- Fui á sua escola hoje e peguei sua transferência. – Comentou séria.
- Vai me mudar de escola? – Ri debochada. – Acho que isso não irá dar muito certo. – Acrescentei.
- Não irei mudar você de escola. Nós iremos mudar de cidade. – Retrucou séria. Encarei-a imediatamente e me levantei súbito.
- Você está louca? Nos mudar? Moramos aqui a vida toda! – Falei alto.
- Não fale assim comigo, garota. Sou sua mãe. – Falou sem se abalar.
- A última coisa que você está sendo nesses últimos três dias é mãe. – Gritei. Ela abriu a boca, mas fechou rapidamente. – Por que faz isso? Não percebe que está me magoando? É isso que quer, me magoar? – Perguntei tentando conter minhas lágrimas. Ela pareceu abalada. Uma expressão de culpa tomou seu rosto, mas logo aquele olhar severo voltou a me encarar.
- Estou fazendo isso para o seu bem. – Respondeu séria. – Você pode chorar, gritar, espernear e até mesmo quebrar seu quarto inteiro, mas nada fará eu mudar minha decisão. – Levantou-se. – Nos mudamos no final desta semana. Comece a preparar suas coisas. No final você verá que eu sempre estive certa e sempre quis seu bem. Nicholas Jonas não é homem pra você, Demetria. Você é muito nova, quando for maior e, talvez até, mãe, como eu, ira me entender e me dar razão. – Acrescentou, sem me encarar enquanto caminhava até a porta de meu quarto.
- Eu espero nunca ser como você, Dianna. – Gritei. Ela me olhou uma última vez antes de sair do quarto e eu pude ver seus olhos marejados.

Assim que ela fechou a porta de meu quarto, um grito altíssimo e estridente saiu por minha garganta, fazendo com que ela doesse. Peguei a primeira coisa que vi em minha frente, que era um abajur, e joguei-o contra a parede.
Não posso acreditar que ela fará isso comigo. Simplesmente não posso acreditar. Ela nem ao menos parou para me ouvir. Apenas fez o que ela queria. Do jeito dela. Ela não estava pensando em mim, estava pensando em si própria. Pensando no que os outros irão pensar por sua filha estar com um homem mais velho. Pensando no que os outros irão pensar por sua filha estar com o patrão dela. Ridícula. Mesquinha. Egoísta!

Quando menos percebi, estava chorando. Mas não era como das outras vezes. Meu peito doía de uma forma inexplicável, cada vez que eu respirava sentia meu pulmão se agoniar de dor e minhas lágrimas saiam numa velocidade rápida, saiam intensas. Não queria deixar Nicholas. Não podia deixar Nicholas.  

Darei um jeito nisso. Ela não quer que eu me mude? Pois bem, eu irei me mudar mas não com ela. Daqui a poucas semanas irei fazer dezoito anos e não precisarei mais da permissão dela pra nada!
Caminhei até meu guarda-roupa e retirei minha mochila de lá. Tirei todo o material e coloquei na estante. Arrumei a mochila colocando algumas peças de roupas, alguns objetos úteis e minha carteira, com meu cartão e tudo o que eu precisava dentro. As lágrimas continuavam a cair de meus olhos enquanto eu arrumava a mochila. Não queria que fosse assim, mas ela me obrigou. Ela não quis me ouvir, ela não estava pensando em mim. Tudo isso estava me quebrando por dentro. Queria que tivesse sido melhor. Sei que tenho uma parcela enorme de culpa em tudo o que está acontecendo. Sei que eu e Nicholas mentimos, mas foi exatamente por isso que mentimos. Por medo da reação dela.

Assim que arrumei minha mochila, coloquei-a debaixo de minha cama, onde minha mãe não olharia. Resolvi pegar algumas peças de roupa e tomar banho.

Entrei no banheiro e retirei minhas roupas, pondo-as no cesto de roupa suja. Coloquei a toalha no suporte e entrei no box, ligando o chuveiro. A água quente caiu sobre meu corpo e busquei por conforto, mas ele não veio. A única coisa que veio, foram mais lágrimas. Eu realmente faria isso? Eu realmente fugiria?
Obviamente, o primeiro lugar que minha mãe procuraria seria no apartamento de Nicholas. Claro que eu não pretendia fugir pra lá, mas eu realmente precisava vê-lo. Depois disso eu buscaria ajuda de uma pessoa, que foi afastada de mim por causa de minha mãe, mas que sempre disse que iria me ajudar.

Suspirei decidida e desliguei o chuveiro. Enrolei-me na toalha e saí do banheiro, voltando ao meu quarto. Sequei meu corpo e vesti minhas roupas intimas para depois vestir meu pijama.
Deitei em minha cama e coloquei o relógio para despertar.

[...]

Mais tarde mamãe veio ao meu quarto, dizendo que o jantar estava pronto e era pizza, mas eu recusei, disse que estava sem fome. Ela não insistiu, provavelmente pensava que eu estava furiosa, e realmente estava.

Três e dez da madrugada.

Acordei com o barulho de meu despertador tocando escandalosamente. Tratei de desliga-lo rapidamente antes que mamãe acordasse também. Levantei-me sem muita preguiça e fui em direção ao meu guarda-roupa, onde peguei peças de roupa. Retirei meu pijama, jogando-o na poltrona, e vesti uma calça jeans confortável, uma camisa preta gola V de mangas cumpridas e um casaco vermelho xadrez por cima. Calcei meu tênis allstar e coloquei uma touca sobre minha cabeça. Fui em direção á escrivaninha de meu quarto e peguei uma caneta e o bloco de notas, que ficava ali. Escrevi um texto sobre minha fuga.

"Mamãe, é provável que quando você esteja lendo isso eu já esteja longe demais. Então, a primeira coisa que lhe peço é desculpas por fugir, porém, não me arrependo. Antes de ir para meu destino, irei passar no apartamento de Nicholas e falar com ele, pois estou preocupada com ele depois de tudo o que aconteceu. E você até pode ir me procurar lá, mas não me encontrará. Meu destino é outro, uma única pessoa que pode me ajudar numa situação dessas. Ficarei com essa pessoa até meu aniversário de dezoito anos, que acontecerá dentro de poucas semanas e, então, depois disso voltarei para você... e para Nicholas. Em segundo lugar, gostaria de lhe dizer que lhe desculpo por tudo o que fez e disse. Eu lhe amo imensamente e nunca poderia sentir raiva de você, mas eu também amo Nicholas e espero que de alguma forma você entenda isso. Não é um amor adolescente ou um amor que irá acabar se nos mudarmos para longe dele. É amor. Amor de verdade. O mais puro e singelo amor. Não há palavras que possam explicar o quanto eu o amo, assim como não há palavras para explicar como eu amo você. E em terceiro lugar e não menos importante, peço desculpas novamente, mas dessa vez por ter mentido sobre meu relacionamento com Nicholas. Talvez, se nós tivéssemos dito tudo antes, as cosias seriam diferentes agora e eu não precisaria fugir de você. Também não tenho palavras para explicar o quanto me arrependo por mentido pra você, mas eu realmente me arrependo. Não foi fácil estar com a pessoa que eu amo enganando outra pessoa que amo. É isso. Até daqui a alguns dias, mamãe.

Com todo meu amor, Demi."

Levantei e rasguei o papel, pondo-o sobre meu travesseiro. Abaixei-me ao lado da cama e peguei minha mochila. Peguei meus últimos pertences úteis e coloquei-os dentro da mochila. Coloquei as duas alças da mochila em meu ombro e caminhei em direção á minha janela. Abri a janela fazendo o menos barulho possível e me sentei sobre ela. Aproximei-me da árvore, que ficava bem ao lado de minha janela e pulei nela, conseguindo ficar sobre o grande braço grosso. Tentei descer com cuidado da árvore, mas acabei me desequilibrando e caindo, o que acabou me resultando um rasgo em minha calça e um corte leve em meus joelhos.

Levantei-me rapidamente e caminhei desajeitada e rapidamente para longe dali. Não podia correr o risco de minha mãe acabar acordando e me ver, ou qualquer outra pessoa.
Sabia que era perigoso o caminho de meu bairro até o bairro de Nicholas, mas nesse momento isso era a coisa que menos me preocupava.

A rua estava deserta e eu resolvi atravessa-la, mas quando menos esperei vi um farol se ligar em minha direção e uma buzina alta em minha direção. A última coisa que vi foi um clarão. Não senti nada além de uma dor terrível em um de meus braços e uma agonia ainda pior em uma de minhas pernas.


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Terceira e última parte do capítulo 88 postada!!! Demorei um tempão pra escrever esse capítulo, pois eu ainda estava tentando formular o final dessa fanfic da melhor forma possível. Disse á vocês que a fanfic iria até o capítulo 90, mas é provável que ela vá terminar lá pelo capítulo 95, pois ficar dividindo os capítulos é horrível e eu realmente odeio isso. Me desculpem pelo atraso e eu espero que gostem do capítulo de hoje. E me contem também como vocês imaginam o final de TWC! Beijocas e até amanhã com CC, mores! <3 

7 comentários:

  1. Aí Senhor, que capítulo tenso. Esse final então, me deixou com o coração na mão.
    Nossa, tô sem palavras, e tô tão abalada que não consigo imaginar oq vai acontecer.
    Só sei que preciso urgente do capitulo
    Por favor por favor por favor
    Até sexta, beeijao Mila :)

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  2. Caramba, Demiiiíi. Aí meu Deus, e agora? Nossa me abalou esse capítulo. Que tensão
    Preciso de mais. Por favorzinho, sexta chegue logo

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  3. ai meu deus do céu DDDDDDDD:

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  4. Não quero nem pensar no final, quero seja inesperado prefiro não pensar mas que eu tô muito agoniada aah isso eu tô. Por que tem que ser assim, tadinha, pensei que a Dianna fosse entender. Ele ta muito rígida. Eu quero Nemi, quero eles juntinhos e Eddianna (existe? kk) também. Enviando calmante pra Dianna já.. todo mundo triste, não quero assim.. ain e esse acidente, medo, medo e mais medo. :|
    Ass.: Cys

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