"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Capítulo 89: Sente mesmo?

Capítulo Anterior:
A rua estava deserta e eu resolvi atravessa-la, mas quando menos percebi vi um farol se ligar em minha direção e uma buzina alta em minha direção. A última coisa que vi foi um clarão. Não senti nada além de uma dor terrível em um de meus braços e uma agonia ainda pior em uma de minhas pernas.



Capítulo dividido:
Parte I.
Nick’s POV

Terça-feira, cinco e cinco da manhã.

Acordei com o barulho do meu celular tocando escandalosamente. Retirei uma de minhas mãos para fora do cobertor e alcancei o celular em cima do criado-mudo. Não sei porquê, mas atendi a ligação e nem ao menos me importei em olhar o identificador de chamada ou que horas são.

- Alô? – Atendi com a voz sonolenta.
- Nicholas? – Era Mikey. Olhei a hora no relógio sobre o criado-mudo.
- Porra, Mikey, o que tu quer uma hora dessas? – Perguntei meio irritado, passando a mão livre por meu rosto.
- Nicholas, eu preciso te falar uma coisa... – Ele parecia nervoso.
- O que foi, cara? – Estranhei. – Você tá bem? Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, me sentando na cama.
- Aconteceu sim e, sim, eu estou bem. O problema não é comigo. – Respondeu ainda mais nervoso que antes.
- Cacete, Michael, me fala logo o que aconteceu. Você está me deixando numa pilha de nervos. – Bufei.
- Demetria sofreu um acidente. – Falou direto. Engoli em seco e fiquei alguns segundos em silêncio, sem saber o que falar. Minha menina... – Nicholas? Nicholas? Cara, me responde, pelo amor de Deus! Não diz que você teve um treco aí. – Começou a falar nervoso.
- Em que hospital você está? – Perguntei, me levantando súbito.
- No hospital central. – Respondeu.
- Certo, estou indo. – Falei.
- Vem com cuidado, por favor. – Pediu. Não respondi nada, apenas encerrei a ligação.

Caminhei em direção ao meu closet e troquei rapidamente de roupa, vestindo uma calça moletom preta e um moletom igualmente preto. Continuei a vestir minha camisa do pijama, roupa era minha última preocupação no momento. Calcei meu tênis Nike branco com pressa e saí do closet ligeiro. Peguei meu celular, colocando-o em meu bolso, a chave do meu carro e minha carteira, colocando-a no outro bolso da calça. Deixei meu quarto e desci á escada apressado. Caminhei até a porta, por onde saí e tranquei.

Ao chegar em frente ao elevador apertei o botão com tanta força, como se fosse quebra-lo. Não demorou muito e ele veio. Entrei e o mesmo estava vazio.

O elevador parou no andar da garagem e eu corri em direção ao meu carro, onde destravei e abri a porta, entrando. Ao tentar pôr a chave na ignição, acabei derrubando-a por causa do meu nervosismo. Minhas mãos tremiam. Suspirei, tentando procurar a calma que não vinha de jeito nenhum. Assim que coloquei a chave na ignição dei partida e saí dali numa velocidade absurda.

Durante o caminho até o hospital eu só conseguia pensar em Demetria, em como ela estava. Na ligação Mikey não me disse nada além de que ela tinha sofrido um acidente e isso só fazia com que eu pensasse o pior. Deus, ela precisa estar bem. Minha menina precisa estar bem. Só de imagina-la sofrendo, meu coração se parte em vários pedaços. Torço para que ela esteja bem. Que logo que eu chegue nesse maldito hospital eu possa vê-la e vê-la sorrindo. E se Dianna tentar me impedir eu sou capaz de cometer uma loucura.

Além da velocidade excessiva, acabei ultrapassando vários semáforos com o sinal vermelho e infligindo várias leis de trânsito, e por sorte em nenhuma dessas vezes havia policia por perto. Mas essa não era minha preocupação. Precisava ser rápido e ver Demetria logo. Estava sentindo uma agonia enorme desde que falara com Mikey pelo celular.

Quando cheguei á frente do hospital, estacionei meu carro do outro lado da rua, sem saber se era permitido ou não. Apenas estacionei, saí do carro e tranquei-o. Corri até a entrada do hospital e fui até a recepção. Perguntei por Demetria Lovato e a recepcionista me respondeu que ela estava em cirurgia. Ela também disse que eu podia ficar na sala de espera, junto com os outros familiares da paciente. Meu coração parecia bater de uma forma mais lenta contra meu peito.
Caminhei até a sala de espera e ao entrar na mesma vi Dianna, que estava sentada e sendo abraçada por Eddie, Mikey, que estava em pé e parecia meio aéreo a tudo, Selena, que também chorava e era abraçada por seus pais.

- O que aconteceu com ela? – Perguntei, me aproximando de Mikey. Só agora eles notaram minha presença.
- Nicholas! – Mikey falou surpresa.
- O que aconteceu com Demetria? – Perguntei, alterando minha voz, e encarei Dianna.
- Nicholas, calma. – Mikey pediu.
- Calma, o caralho! Eu quero saber o que aconteceu com ela. Alguém vai me dizer ou não?! – Perguntei quase gritando. Mikey agarrou meu braço e me puxou para fora da sala de espera. Fomos para o corredor.
- Sei que está abalado, nervoso e quer respostas como o resto de nós. Mas se acalme, não é hora de brigar. – Falou ríspido. – Vou lhe contar tudo o que sei, mas se acalme. Sim? – Acrescentou. Apenas assenti a cabeça. – Ótimo. – Largou meu braço. Ele suspirou. – Demetria fugiu de casa. Bem, ela fugiu de casa e iria até seu apartamento te ver, iria conversar contigo, depois disso iria para outro lugar. Telefonaram pra Dianna no meio da madrugada, parece, avisando que sua filha havia sofrido um acidente. Ela achou que fosse pegadinha e foi até o quarto de Demi, para confirmar que ela realmente estava lá. Mas não estava. Ela viu a janela do quarto aberta e depois viu que havia um papel sobre o travesseiro da filha. – Explicou. Ele retirou algo do bolso. Era um papel. – Foi o que Demetria escreveu para Dianna. Dianna mostrou a Selena e Mandy, e eu acabei guardando. – Entregou á mim. – Nada disso é culpa sua ou dela. Nem mesmo de Dianna. As coisas saíram do controle. Desde o começo e todos nós sabemos disso. – Ele falou enquanto eu lia atenciosamente a carta, que dizia Demetria que iria me ver, pois estava preocupada comigo e depois iria para casa de alguém que ela confiava.
- Como ela está? Qual é o estado dela? – Perguntei, terminando de ler o texto e guardando o papel em meu bolso. Algumas lágrimas desceram por meus olhos e eu tratei de limpa-las logo.
- O médico ainda não veio falar. Ele apenas disse que ela precisava fazer uma cirurgia as pressas e depois diria o estado dela á nós. – Respondeu. – Agora, por favor, vamos voltar á sala de esperar e se mantenha calmo. Se você quiser chorar, chore. Mas não faça confusão. Ninguém está bem e o que menos precisamos agora são brigas. – Acrescentou. Apenas concordei com a cabeça.
Mikey e eu voltamos á sala de espera, onde estavam todos e permanecemos ali. Enquanto não vinha nenhuma noticia sobre Demetria eu lia naquela maldita carta várias e várias vezes. Mesmo com Mikey dizendo que aquilo não era culpa minha, eu me sentia culpado, sim, pois ela fugiu para ir me ver. O que minha menina tinha naquela cabeça ao pensar nisso?
Aquilo estava me matando. As horas passavam e nenhum médico ou enfermeira vinham nos dar noticia sobre Demetria. Quanto mais tempo eu esperava, mais eu sentia meu corpo agoniado. Minha cabeça só conseguia pensar nas piores hipóteses e com tanta demora não sabia como afastar tais pensamentos.

Sete e quinze da manhã.

Perdi as contas de quantos cafés eu e Mikey bebemos durante aquele tempo. Dianna continuava chorando e Eddie continuava abraçando-a, Selena já havia parado de chorar, mas estava muda, enquanto sua mãe a abraçava. Não dizia nada, não olhava para ninguém. A pedidos de Mandy, Max foi embora cuidar da filha mais nova, pois não queria deixar a filha tanto tempo com a babá.

- Família de Demetria Lovato? – Virei-me imediatamente, observando o médico entrar na sala enquanto retirava as luvas. Dianna levantou em súbito, assim como os outros, e se aproximou do médio.
- Como minha filha está, doutor? – Perguntou com a voz chorosa.
- O caso dela é bem delicado. – Respondeu sério. – Tivemos que fazer a cirurgia para remover os pedaços de ferro do automóvel que ficaram presos em sua perna esquerda, que aliás, está quebrada. Além de ter quebrado a perna esquerda, ela também quebrou o braço esquerdo, pois o impacto contra o chão e o braço foram muito forte, também trincou a costela direita. Até aí, tudo bem. Ela pode demorar a se recuperar, mas com fisioterapia e os cuidados necessários irá melhorar. – Suspirou. – Agora vamos para parte não tão boa da história. Ela estava grávida de quase um mês e, infelizmente, o bebê não resistiu. –Engoli em seco. Ao ouvir isso senti todo meu corpo tremer, o ar parecia faltar em meus pulmões e podia sentir minha pele suar frio. Não sei por quanto tempo fiquei parado, encarando o nada. Era como se tivessem tirado meu chão.
- Grávida? – Perguntei com a voz falha. – Demetria estava grávida? – Minha voz vacilou mais uma vez.
- Sim. Eu pensei que vocês soubessem. – O médico falou. – E também tem mais uma coisa. Como ela perdeu muito sangue no acidente, precisa fazer uma transfusão de sangue o quanto antes possível. Porém, o sangue dela é O negativo e estamos em falta deste sangue. Se algum de vocês for portador deste tipo de sangue, avise imediatamente a recepcionista para que nós comecemos o quanto antes o processo. – Terminou de falar.
- É... – Eu ainda estava atordoado com a notícia de que Demetria tinha perdido um bebê. – Meu sangue é O negativo. – Avisei com a voz ainda falha.
- Ótimo. Vamos até a recepção. Iremos tirar seus dados e logo faremos a coleta de sangue, se tudo estiver correto. Agora, se vocês me dão licença. – Acenou com a cabeça. – O senhor pode vir comigo. – Encarou-me.

Demorei alguns minutos até que minhas pernas obedecessem meus comandos e seguissem o tal médico. Fomos até a recepção, onde o médico me deixou conversando com a recepcionista e ela me fez algumas perguntas e eu tive que fazer um questionário e assinar uma papelada rápida. Depois disso, a enfermeira veio em minha direção e me levou até uma sala, onde coletou meu sangue. 

- Você sabe quando posso ver Demetria? – Perguntei, assim que ela retirou a agulha de meu braço.
- Daqui a pouco ela será levada ao quarto. Você pode vê-la, mas ela está bem debilitada. Então, evite que ela faça qualquer esforço. – Avisou. Apenas concordei com a cabeça.

Logo a enfermeira me liberou e eu caminhei de volta á sala de espera. Durante o caminho fiquei pensando em Demetria. Ela estava grávida. Grávida. E o filho era meu. Ela iria gerar outra vida e seria o nosso filho. Nós iriamos ter um filho, mas ela perdeu. Perdeu graças a sua mãe mesquinha e egoísta. Se algum dia eu tive alguma consideração ou carinho por Dianna, esses sentimentos acabaram neste momento. Acabaram aqui e agora, no momento em que descobri que graças a ela quase perdi a mulher da minha vida e perdi meu filho.

Entrei na sala e a primeira pessoa que encarei foi Dianna. Se antes eu achava que ela estava destruída, agora eu não tinha palavras para descrever seu estado. Todos pareciam tão abalados e surpresos quanto eu. Demetria esteve grávida e ninguém de nós soube. Talvez se soubéssemos as coisas podiam ter sido diferentes. Ou não. Talvez pudessem ter sido piores.

- Aposto que agora você está bastante feliz. – Falei, encarando Dianna. Ela me encarou de volta.
- Nicholas... – Mikey me repreendeu.
- O que foi? Não estou mentindo. – Falei sem tirar meus olhos da mulher.
- Você realmente acha que eu estou feliz com tudo isso que está acontecendo com minha filha? – Perguntou incrédula, com a voz embargada.
- Sim, eu acho. Até porque ontem mesmo você estava jogando na minha cara que iria se mudar para afasta-la de mim. E, veja só, além de afasta-la de mim, você conseguiu matar nosso filho! Seu neto! – Falei com raiva. – Aposto que agora você está radiante de tanta felicidade. – Gritei. Todos me olharam surpresos. Senti as lágrimas descendo de meus olhos e, desta vez, não me importei de limpa-las.
- Nicholas, pelo amor de Deus, não fale isso. – Eddie pediu.
- Eu fico pensando se ela sabia ou não que estava grávida. E se sabia, deveria estar muito assustada. Como poderia dizer que estava grávida de um homem a qual sua mãe não permitia que ela ficasse? – Perguntei em gritos. Mikey se aproximou de mim, me segurando pelos braços.
- Sinto muito. Não queria nada disso. – Dianna começou a chorar, pondo suas mãos em seu rosto.
- Sente muito? Sente mesmo? – Perguntei sarcástico. Sentia raiva, angustia e medo. Raiva de Dianna. Angustia pela descoberta que acabara de fazer. E medo de perder de vez minha menina. – Sempre gostei de você Dianna. Sempre admirei a mulher que você era, mas você se mostrou ser alguém ruim. – Gritei. Sentia minha garganta doer e meus olhos arderem. – Tudo podia ter sido diferente. Tudo! Mas graças a você e seu egoísmo não foram. E agora estamos aqui. Demetria está internada e perdeu nosso filho. – Continuei gritando.


Senti mãos fortes segurando meus dois braços e vi que essas mãos não pertenciam a Mikey, mas, sim, aos seguranças do hospital, que me arrastaram para fora da sala de recepção. Eles me levaram até a entrada do hospital e Mikey foi comigo, alegando que eu estava abalado e que logo me acalmaria. Os seguranças disseram que eu só poderia entrar se me acalmasse de uma vez por todas. 

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Primeira parte do capítulo 89 postada! Acho que esse é o último capítulo dividido, depois de todo mundo sofrer com essas três partes do capítulo as coisas vão começar a melhorar. Espero que gostem do capítulo de hoje e que não sofram muito com o Nick, pois eu sofri escrevendo essa parte. Enfim. Beijocas e até, babies! <3

10 comentários:

  1. Aí, chorei. Não acredito que ela perdeu o bebê :(
    Que triste esse capítulo. Sem palavras aqui. Tadinho do Nick, a Demi vai ficar muito triste quando souber também. O Nick falando com a Dianna foi forte demais. Acho que agora ela viu o quanto ele ama a Demi
    Preciso do próximo capítulo, curiosidade a mil
    Até segunda, beeijos Mila

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  2. Meu coração tá acelerado, nunca iria imaginar que ela estava grávida, eu não acredito que ela perdeu, meus olhos não param de lacrimejar, não creio que tivemos que chegar a esse ponto.. tudo bem que depois eles podem ter outro filho mas nunca vai substituir, sei que ele foi um pouco duro com a Dianna mas perder um filho não é qualquer coisa.. É muita informação pra cabeça do Nick saber tudo isso assim e imagine pra Demi também. Sofri hunto com o Nick e Amei o capítulo mas não dá pra não sofrer. Tadinha da Dianna também quase perdeu uma filha também acho que agora ela vai começar a pensar melhor no que aconteceu e no que pior que poderia ter acontecido. Okay ja sofri bastante com essas partes você ja pode me fazer sorrir :) bjs e ate segunda
    Ass.: Cys

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  3. Ai, Jesus! Bebê???! Como você faz isso comigo? Eu to mais que sofrendo. Eu pensei até que cê ia deixar a Demi paraplégica! Pelo menos, isso não, mas a tadinha ta toda quebrada. E o Nicholas? To sofrendo junto com ele aqui. Esperá que agora a tia D caia na real e perceba o absurdo que estava fazendo.

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  4. Oq fazer com essa anciedade que não passa. Segunda, chega logo por favor
    Bjinhos Mila

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  5. Nossa, quero muito saber oq será agora. Tadinho do Nick, ficou sem chão. Ele foi duro com a Dianna mas foi bom pra ver se ela acorda.
    Anciosa, bj bj

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  6. Ja e segunda ja pode postar to esperando kkkk

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