Capítulo 22: Vamos pensar em coisas boas...

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Apesar de eu me sentir estranho com tudo isso que havia acontecido, que estava acontecendo, eu gostava da sensação. Gostava de poder saber que acordaria e ela estaria ao meu lado. Gostava da sensação de poder abraça-la, enquanto ela dormia. Gostava da sensação de poder vê-la, enquanto dormia. Gostava de estar aqui. Aqui com ela!

Demi’s POV

Domingo, meio-dia e meia.

Abri meus olhos lentamente e ao esticar meus braços para o lado direito da cama, percebi que estava vazio. Virei-me lentamente e vi que, de fato, estava vazio. Ele havia ido embora. Não precisava me dar ao trabalhar de levantar e ir procura-lo para ter certeza que ele havia ido embora ou se ele estava em algum outro cômodo da casa, já que a mesma estava em total silêncio. Eu sabia que seria assim. Por mais que eu pedisse a ele que ficasse comigo, que dormisse comigo, na manhã ele iria embora. Nicholas era mais velho que eu, estava noivo de uma mulher, que por mais que eu não quisesse admitir, era linda, respeitada e independente. O que ele poderia querer de mim, uma adolescente de dezessete anos que vive com a mãe?
Aliás, por que eu estava dando tanta importância para isso? Eu comecei com tudo isso. Fiquei provocando-o, me divertindo ás custas dele e a única coisa que eu realmente queria, eu consegui. Sexo, era só isso. Nada mais.
Levantei lentamente e caminhei até o banheiro, onde escovei meus dentes, lavei meu rosto e fiz toda a minha higienização matinal. Vesti meu hobbie azul-claro, que estava na cabide do banheiro, amarrei meu cabelo num coque malfeito e voltei ao quarto.
Caminhei em direção ao criado-mudo e peguei meu celular na mão. Vi que havia algumas ligações de mamãe – que eu daria a desculpa de estar dormindo, por isso não atendi – e duas mensagens. Uma mensagem era de Selena e a outra era de Nicholas. Uma expressão de surpresa tomou conta de meu rosto e eu não hesitei em abrir logo aquela mensagem.
“Demetria, me desculpe por não estar aí quando você acordar. Tive que ir embora para resolver algumas coisas do trabalho. Passarei na sua casa á noite.
Ah, bom dia!

P.S: Eu gosto do seu cheiro! E você ronca! (: – Nicholas.”

- Eu não ronco não! – Falei meio indignada, mas risonha.

Estaria mentindo se não dissesse que um largo sorriso se abriu em meu rosto ao ler aquela mensagem. Oh, meu Deus, ele viria aqui! Viria me ver novamente.
Certo, a primeira coisa que eu precisava fazer é me controlar e não aparecer uma adolescente boba. Porque isso não fazia meu tipo. Com certeza não. Sempre fui muito decidida, centrada e provocativa, não daria uma adolescente apaixonada e iludida agora.

Depois de ler aquela mensagem umas duas, três, quatro ou não sei quantas vezes, li a mensagem de Selena, que dizia que ela havia saído com o seu vizinho gostoso de novo e depois liguei para mamãe. Ela disse que estava bem; que conheceu várias pessoas novas, mulheres tão elegantes que nem pareciam ser secretárias; disse que o congresso estava dando bons conselhos e especializando todas as secretárias sobre tecnologia; e por fim, disse que havia conhecido um homem. Fiquei quase duas horas (ou mais) perguntando quem era esse homem. Ela não quis me contar muita coisa. Ela só disse que o nome dele era Eddie, ele era empresário e patrocinador do congresso e quando ela teve tempo, saiu duas vezes com ele. Bem, parecia que o congresso estava bem divertido e isso só me fazia ter mais vontade de esganar Nicholas por mandar minha mãe para New York.

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Sai do banheiro com a toalha enrolando em meu corpo e caminhei até minha cama, onde estava a roupa que eu havia separado. Vesti um shorts jeans simples e uma blusa de lã roxa de mangas cumpridas. Arrumei meu cabelo num coque firme.
Saí de meu quarto, deixando a porta aberta e caminhei pelo corredor, até chegar á escada, onde desci e caminhe em direção á cozinha. Olhei para o relógio, que ficava na parede da cozinha e o mesmo marcava duas e quinze da tarde.
Estava sem muita fome, então, meu almoço foi um sanduiche de frango com o suco de limão.
Assim que terminei de comer, lavei a louça que havia sujado e voltei ao meu quarto, onde me joguei na cama e liguei a televisão, colocando em um canal qualquer. Odiava domingos, ainda mais quando minha mãe não estava em casa ou quando minha melhor amiga estava com algum garoto. Eu até poderia sair, ir para o shopping ou para qualquer outro lugar, mas estava com muita preguiça de ter que me arrumar e pegar um metrô ou ônibus. Além de que a única coisa que pensaria, seria na vinda de Nicholas aqui em casa. Não posso negar que estava ansiosa para vê-lo de novo, ainda mais depois do que aconteceu ontem.

Resolvi descer novamente e fazer pipoca, para assistir um filme que passaria. Assim que a pipoca ficou pronta, coloquei-a num pote e peguei uma lata de Coca-Cola, que tinha na geladeira. Subi novamente e entrei em meu quarto. Deitei na cama, peguei o controle remoto, que estava em cima da mesma e coloquei no canal desejado.

Sete e vinte da noite.

Percebi que havia pego no sono durante o filme, quando escutei meu celular tocando escandalosamente e meus olhos foram se abrindo aos poucos, enquanto minhas mãos tratavam de procurar o aparelho ás cegas. Encontrei o celular debaixo do travesseiro e assim que minha visão entrou em foco, atendi a ligação. Era Nicholas.

- Você não está em casa? – Nicholas perguntou sério.
- Estou. – Respondi. – Por que? – Perguntei, passando a mão por minha franja.
- Estou buzinando á quase uma hora. – Ele respondeu. Merda!
- Ah, me desculpe. Estou indo aí. – Falei, já me levantando.

Encerrei a ligação e joguei o celular em cima da cama, em seguida, caminhei para fora do quarto. Desci a escada rapidamente e caminhei mais rápido ainda até a porta.
Abri a porta e encontrei Nicholas encostado com a mão na batente. Ele vestia um moletom cinza, uma calça jeans e calçava tênis Nike branco. Os cabelos estavam úmidos e bagunçados. Estava tão bonito!
- Oi. – Falei e sorri de lado, dando espaço para que ele passasse.
- Oi pra você! – Nicholas falou animado. – Que cara de sono é essa?! – Ele passou, apertando meu nariz de leve e logo entrando. Fechei a porta.
- Estava dormindo, por isso demorei pra abrir a porta. – Falei, caminhando atrás dele.
- Que domingo empolgante! – Ele comentou sarcástico.
- Você nem imagina. – Retruquei da mesma forma.

Caminhamos até a sala, onde Nicholas sentou-se no sofá e eu me sentei ao seu lado. Ficamos nos encarando por um tempo em silêncio. Parecia que as palavras não eram necessárias, nossas trocas de olhares falavam por si só. Ele sorriu e eu sorri de volta.
Ele estava sentado de frente e com a cabeça apoiado no encosto do sofá, enquanto eu estava sentada de lado, com as pernas para cima e com o ombro direito apoiado no encosto.
Olhei para nossas mãos, que estavam unidas e eu nem lembro de ter feito tal coisa.
- Então... – Resolvi quebrar aquele confortável silêncio. – O que foi fazer hoje de manhã? – Perguntei curiosa.
- Hm... Fui resolver algumas coisas do trabalho. Pretendo tirar á tarde de folga amanhã. – Nicholas respondeu sério, me encarando.
- Tirar outra tarde de folga? Está ficando muito preguiçoso, não acha, senhor Jonas? – Perguntei divertida.
- Não. Eu sou o chefe. Posso tirar folga quando bem entender. – Ele respondeu sério, mas logo riu. Revirei os olhos e ri. – Recebi uma ligação de sua mãe hoje. Ela disse que está adorando tudo. – Ele comentou.
- Ah, mas é claro que ela está adorando. Conheceu um empresário e já saiu com ele. – Falei emburrada, revirando os olhos. – Nem sei quem mato primeiro: você ou ela. Eu já não queria que fosse nesse maldito congresso e ainda ela sai com um homem que nem conhece. – Completei, ainda emburrada.
- Você por acaso não quer que ela conheça alguém? Sua mãe ainda tem tudo para namorar. – Nicholas falou.
- Claro que eu quero. Depois que o Patrick nos abandonou, fiquei muito preocupada com mamãe, mas sei lá, não quero que ela se magoe. – Expliquei.
- Quem é Patrick? – Ele perguntou.
- O homem que era pra ser meu pai. – Respondi e soltei uma risada anasalada. Nicholas ficou sério. – Sempre foi nós cuidando uma da outra e agora eu nem estou lá para saber quem é esse homem. – Comentei.
- Relaxa, Demetria, tudo vai dar certo. – Ele falou, me puxando mais para ele. Sorri. – Agora, vamos pensar em coisas boas... – Ele falou, sorrindo malicioso enquanto aproximando mais seu rosto do meu.
- Como? – Perguntei provocativa, mordendo meu lábio inferior. Sabia que ele odiava (ou adorava) quando eu fazia isso.

Não demorou muito, para que meus lábios estivessem grudados aos de Nicholas e ele como vingança, mordendo meu lábio, do jeito que eu aprendi a gostar em tão pouco tempo. Toda a vez que a língua dele tocava na minha, sentia um arrepio por todo meu corpo. Como se fosse uma sensação nova, algo desconhecido. Mas não era. Nossas línguas se entrelaçavam e desentrelaçavam num movimento calmo, mas vicioso. 

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Capítulo 22 postado! Demorou, mas tá aí. Acho esse cap bem zzzz, mas espero que vocês gostem (sempre digo isso, já tô enjoada hahahahaha). Enfim. Queria agradecer pelos comentários do último cap, adorei todos, obrigada de verdade! Seja legais e comentem nesse cap também, mesmo ele sendo chatinho. Beijocas!