"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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sexta-feira, 6 de março de 2015

SHORT-FIC [6/6]: Obsession.

Capítulo Anterior:
Sem entender o porquê começamos a rir um do outro. Eu me sentia feliz e amada. Apesar de não estar com a pessoa que eu amava verdadeiramente.
- Você é tão linda! – Ele falou, acariciando meu rosto. Aproximei meu rosto do seu e uni nossos lábios, lhe dando um beijo demorado e lento.




Travis’ POV

Domingo, onze e cinquenta e sete.

Acabara de chegar em casa. Passei o dia inteiro na casa de Jenny, fingindo que estava tudo certo, que tudo estava bem. Porém, nada estava bem. Eu sabia disso. Precisava conversar com Demetria.
Fechei a porta e tranquei a mesma. A casa estava um total silêncio e as luzes estavam apagadas. Estranhei. Talvez ela estivesse no trabalho, mas sempre deixava uma luz acessa. Ao colocar a chave do carro, na mesinha ao lado da porta, percebi que havia um papel ali. Uma carta. Acendi a luz e abri a tal carta. A caligrafia era de Demetria.

“Travis, eu acho que finalmente tomei juízo (ou vergonha na cara, como você gosta de falar) e decidi ir embora. Não se preocupe, eu ficarei bem. Irei morar com Sterling por um tempo e depois irei para Nova York. Acho que depois de ter acordado ao lado de alguém que não era você, percebi que era a hora de parar. Parar de insisti numa relação, num sentimento, que nunca irá ter futuro. Parei de insistir em você. Eu amo você e muito, e não é como irmão. E você sabe disso. Sei que você me ama da mesma forma, mas não demonstra isso, não fala isso para mim e eu simplesmente cansei. Cansei de ver você com alguém que você sabe que não ama, cansei de ver você fingindo ser quem não é, fingindo amar outra pessoa. Mas principalmente cansei de tentar fazer você ver, admitir que me ama. Sei que mereço mais que isso e, bem, estou correndo atrás de alguém me faça feliz e que vou tentar fazer feliz de todas as maneiras possíveis. Enfim, Travis. Só queria dizer que eu finalmente vou seguir seu conselho e parar de encher seu saco. Vou deixar você viver em paz sem mim e vou parar de tentar estragar sua vida, como você dizia. Não lhe desejo nenhum mal, Travis. Muito pelo contrário. Desejo à você tudo de melhor. Que você consiga se encontrar e ser você mesmo. Pare de pensar no que os outros acham e comece a viver por si mesmo, Trav.
Com todo meu amor, Demi.”

Não acredito que li tudo isso. Ela não poderia fazer isso. Ir embora e deixar uma carta idiota e achar que estava tudo bem, que eu iria deixa-la ir assim sem explicações coerentes. Demetria estava ficando louca. Amassei a carta e peguei minha chave do carro. Saí de casa, fechando a porta, e caminhei até o elevador. Apertei o botão para chama-lo e poucos minutos o mesmo veio. Entrei no elevador e apertei o botão da garagem.

O elevador parou e eu saí, caminhei em direção ao carro e destravei as portas, entrando no banco do motorista. Coloquei a chave na ignição e dei partida, saindo dali de uma vez por todas. Eu sabia onde ficava a casa de Sterling.  Foi só conhece-lo para eu já começar a buscar algumas coisas sobre sua vida, como por exemplo: o endereço de sua casa.
Dirigi numa velocidade até o apartamento de Sterling. O mimadinho morava no centro da cidade. Por que será que no momento em que vi ele, não fui com sua cara? Eu sabia que ele me causaria problemas. E que ideia absurda era esse de Demetria de ir embora e morar com ele? Ela estava comigo e ela tinha que continuar comigo.
Senti meus olhos arderem. Estava com vontade de chorar, mas não iria fazê-lo. Iria buscar Demetria e nós voltaríamos ao meu apartamento. Conversaríamos e tudo daria certo entre nós.

Estacionei meu carro em frente ao prédio de Sterling e saí, trancando-o. Caminhei até a portaria e inventei uma desculpa pro porteiro, dizendo que eu era um primo distante de Sterling e nossa avó estava doente, e ele me deu o andar e o número do apartamento de Sterling fácil. Agradeci e caminhei em direção ao elevador, apertando o botão para chama-lo. 

O elevador veio e eu apertei o andar da cobertura. Não era novidade um mauricinho como Sterling morar na cobertura. Provavelmente presente dos papais.
O elevador parou e eu segui em direção a única porta que havia naquele andar. Bati várias vezes na porta e perdi as contas de quantas vezes apertei no botão da campainha. Escutei o barulho da porta sendo destrancada e a mesma se abriu. Demetria pareceu entre a porta, vestindo uma camisa dez vezes maior que ela, que parecia ser masculina. Senti meu sangue ferver.
- Vamos. Embora. Agora. – Falei pausadamente e agarrei seu braço.
- Não! Me solta! – Ela falou alto.
- Quem é, Demi? – Escutei a voz de Sterling e o mesmo apareceu atrás dela, vestindo apenas uma calça de pijama.
- Você vai embora comigo! – Falei irritado.
- Me solta, Travis! – Ela falou, tentando soltar seu braço.
- Ei, solta ela! – Sterling veio para cima de mim, para que eu soltasse o braço dela.
- Isso tudo é culpa sua! – Falei dando um soco em Sterling, que caiu. Demetria deu um grito. Eu ia continuar batendo nele, mas Demetria se aproximou dele, me impedindo.
- Nada disso é culpa dele! É culpa sua! – Ela gritou.
- Culpa minha? – Perguntei sarcástico. – Nós estávamos bem.
- Nós quem? Você? Que só me olhava quando eu era obrigada a te provocar? Não, Travis, eu não estava nada bem. – Retrucou furiosa. – Você não leu a carta que eu te deixei? – Perguntou. Ri debochado.
- Li e achei aquilo uma palhaçada! Você acha mesmo que era só fazer uma carta e ir embora? – Perguntei irritado. Ela e Sterling se levantaram, ele estava com o canto da boca sangrando.
- Sim, Travis. É sim! – Respondeu. – Agradeço por você ter me acolhido na sua casa, mas o melhor que eu tenho á fazer é me afastar de você. Nós dois sabemos disso. – Falou séria. – Você vivia dizendo que eu deveria te deixar em paz, que eu deveria viver a minha vida e deixar a sua em paz. Então, é isso que eu estou disposta a fazer. Não vou mais te incomodar, Travis. Você será livre pra ficar com Jenny 
. – Conclui. Não acredito que eu estava escutando toda aquela baboseira dela. Não podia ser. Eu não sabia o que dizer. A única coisa que eu sabia, era que estava sentindo raiva. Muita raiva. Minha vontade era de arrastar Demetria pelos cabelos até em casa. Depois de espancar Sterling, é claro. Mas obviamente isso não seria nada bom. 

- Jura que agora você resolveu me dar ouvidos? – Perguntei sarcástico. – Você que sempre dizia não se importar, agora está se importando. Sério mesmo, Demetria? – Perguntei.
- E jura que você acreditava que eu realmente não me importava? – Perguntou. – Eu tenho sentimentos também, Travis. Assim como você me queria longe, eu queria estar perto de você, porque eu amo você, mas eu cansei. – Falou. – Só quero fazer as coisas direito, seguir minha vida e vou deixar você seguir a sua, como sempre pediu. – Completou. Ri sarcasticamente.
- Quer saber, Demetria? – Perguntei, enquanto ria. Ela permaneceu em silêncio. – Você tem toda razão. Eu finalmente consegui me livrar de você, um parasita na minha vida, e o que eu faço? Fico, aqui, implorando para que você voltar, quando na verdade deveria estar comemorando por você finalmente sair da minha casa e sair da minha vida. Agora eu finalmente vou poder viver em paz, como antes de você chegar aqui. – Falei ríspido, encarando fixamente. Nossos olhares estavam conectados um ao outro. – Mas eu não dou dois dias para você voltar a me procurar, pedindo desculpas e implorando minha ajuda. Só que eu não vou te ajudar, vou mandar você vim atrás desse fedelho aí. Porque você querendo ou não, ele vai cansar de você e você vai ficar sozinha mais uma vez, sem ninguém pra te ajudar e vai me procurar. Mas eu não vou ser trouxa de te ajudar mais uma vez. – Completei. A expressão dela se tornou triste e seus olhos estavam marejados.
- Se é só isso que você tem a me dizer, pode ir embora agora. – Falou, com a voz falha. Ela queria chorar. Eu sabia. Eu a conhecia. Percebi Sterling entrelaçando sua mão a dela. Isso só me fez sentir mais raiva.
- Até qualquer hora, maninha. – Falei sarcástico e caminhei em direção ao elevador.

O elevador parou no térreo e eu saí, caminhando rapidamente em direção á saída. O porteiro me disse alguma coisa e eu não dei a menor importância. Até porque não me importava. Atravessei a rua e retirei a chave do meu carro do bolso de minha calça jeans. Abri o carro e entrei no mesmo. Coloquei a chave na ignição, mas ao invés de girar a chave e sair dali de uma vez por todas, eu soquei o volante com muita força e um grito saiu de minha garganta, fazendo-a doer. 
Não acreditava que isso estava acontecendo. Como Demetria podia me deixar dessa maneira? Eu deveria estar feliz, porque não a teria mais enchendo meu saco. Estaria livre de Demetria, minha irmã pesadelo, que me assombrou por anos por causa do mal entendido no Texas. Eu deveria estar me sentindo aliviado. Mas não. O que eu sentia estava longe de felicidade, longe de alivio. Eu sentia raiva, apenas isso. Não queria que Demetria me trocasse por Sterling ou qualquer outro. Não queria que ela deixasse meu apartamento. Não queria que ela me deixasse. Queria que ela ficasse morando comigo para sempre. Queria acordar sabendo que ela estaria ao meu lado. Queria ir me deitar sabendo que antes de eu conseguir dormir ela tentaria dormir comigo. Queria ter ela todos os dias me provocando. Queria ela sendo minha. Queria que ela não fosse minha irmã. Mas o que eu mais queria era ter coragem de falar o que sinto de verdade por ela, porque eu sei que no momento que eu dissesse ela me desculparia e voltaria para mim.
Porém, eu não diria a ela o que eu sinto. Eu nunca diria. Eu estava acostumado a essa vida que eu levava e admitir a Demetria que eu amo, mudaria toda a minha rotina. Mudaria minha vida. E eu não estava preparado para passar por tudo o que passei no Texas novamente, por isso eu saí de lá. E eu não sei quando estarei preparado para dizer à Demetria o que sinto por ela. Senti lágrimas descendo de meus olhos, mas tratei logo de limpa-las. Não choraria uma gota por ela. Ela queria ficar com desse mauricinho? Pois ela ficaria e eu não estou nem aí. No final eu sei que irá volta, irá me procurar e pedir minha ajuda, e eu irei jogar na cara dela tudo o que ela me disse antes de ajuda-la. Claro que eu não a deixaria na pior.
Girei a chave e o carro ligou, dei partida e saí dirigindo em direção ao meu apartamento. Não iria pensar em Demetria, não iria nem ao menos me preocupar com ela. Sei que ela voltaria.

Quarta-feira, nove e vinte da noite.

Já havia se passado três meses desde que fui ao apartamento de Sterling procurar Demetria. E desde daquele dia eu nunca mais a vi, nunca mais ouvi sua voz ou senti seu cheiro. Confesso que realmente achei que ela voltaria, mas não aconteceu. E eu esperei.
Esperei por um dia, por dois e por tantos dias que até perdi a conta, e quando me dei conta já se passara um mês que eu não a via. Fui atrás dela em seu emprego e a sua amiga disse que ela se mudou para Nova York. Parece que ela cantava tão bem, que queriam que ela fosse para Nova York de imediato ao invés de ir só daqui a dois meses. Também fui ao apartamento de Sterling saber em que lugar de Nova York ela estava e o porteiro me disse que Sterling e Demetria se mudaram para Nova York e a cobertura onde eles moravam estava à venda, pois eles não tinham intenção de voltar.
Eu nem sabia por onde começar procurando, pois ela foi embora e nem me disse nada. Não disse para onde iria, em que parte de Nova York moraria, apenas se foi e eu tive que descobrir por outras pessoas. Porém, eu não tinha direito de julga-la. Eu estava tendo o que merecia. Só que eu sentia tanta falta dela. Sentia falta da sua risada escandalosa, que sempre me fazia reclamar, mas no fundo me fazia feliz. Sentia falta do seu cheiro, seu perfume único, natural e forte. Sentia falta das besteiras que ela falava e de como eu ficava furioso em ouvi-las. Sentia falta do seu sorriso, que era lindo, mas eu nunca tinha coragem de admitir. Sentia falta das suas provocações, das vezes em que ela me botava contra parede e eu era obrigado a ceder todos seus caprichos, mas no fundo eu gostava. Sentia falta do seu corpo junto ao meu, embaixo ou cima do meu corpo, se movendo junto ao meu corpo. Eu sentia dela por inteira. Só Deus sabe como eu sentia falta dela.

Estava apenas de cueca, em frente á janela que tinha em meu quarto. O tempo estava nublado e a qualquer momento podia chover. Ouvi meu celular vibrar em cima do criado-mudo. Caminhei até o mesmo e peguei o aparelho em minhas mãos. Era Jenny. Bufei frustrado.
O nosso relacionamento evoluiu muito durante esse meio tempo sem Demetria. E eu não estava nenhum pouco feliz com isso. Digamos que ao invés de eu seguir o conselho de Demetria, ignorei-o e fiz tudo ao contrário. Fiz tudo errado.
Continuava fingindo que amava Jenny e dando esperanças de algo maior para ela. Eu não queria magoa-la, mas eu não sabia viver de outro jeito. Essa era a merda da minha vida e depois que Demetria foi embora, sem nem dizer um adeus, ela só piorou. Eu andava mais estressado do que nunca. Sem contar do novo vicio que aderir para minha vida: cigarro. Já não bastava beber, tinha que fumar também.
O aparelho continuava a vibrar. Neguei a chamada e desliguei o celular. Não estava com a menor cabeça para Jenny e para suas conversas que a cada dia estavam mais entediantes.
Será que eu deveria me conformar por ter perdido Demetria? Ou melhor, por ter a deixado ir? É, eu realmente deveria me conformar. A verdade é que eu sou muito covarde para ir atrás de Demetria não importando onde ela esteja. Eu não tenho coragem de encara-la, pedir desculpas e dizer que a amo. Eu não tenho coragem de assumi-la como minha mulher. Eu não tenho coragem de tê-la para.

Três anos depois.

Estava dentro de um avião junto Jenny á caminho do Texas. Motivo? Minha mãe havia falecido e o velório, obviamente, seria lá. Então, eu era obrigado a ir para o Texas. Nos últimos anos mãe teve uma infecção pulmonar e estava enfrentado sérias complicações. Ela estava fraca e a tal infecção estava se agravando. Os próprios médicos disseram que era uma situação difícil e ela deveria ser muito forte. Porém, no fim ela acabou não resistindo. É uma pena. Eu amava minha mãe e me arrependo de não ter vindo visita-la mais vezes. Eu nutri um ódio tão grande dessa cidade, que acabei esquecendo da única pessoa que valia a pena naquele lugar.
Durante esse tempo, eu vi Demetria, pelo menos, três vezes, quando fui ao Texas. Ela nem parou para conversar comigo, na verdade, ela nem me olhou na cara. Fingiu como se eu nem tivesse existido.

O avião aterrissou, eu e Jenny esperamos as outras pessoas desembarcarem para fazermos o mesmo. Pegamos nossas malas, que eram pequenas. Ficaríamos ali dois dias, no máximo. Não queria ficar muito tempo ali. Caminhamos até a saída do aeroporto e pegamos um táxi. Falei o endereço da casa de minha mãe e o motorista dirigiu até local. Achei que seria o certo ficar na casa onde nasci, fui criado e o último lugar confortável onde vi minha mãe.
O trânsito estava ruim, demoramos a chegar, mas o táxi finalmente estava estacionando o carro em frente á casa de mamãe. A casa era simples e mamãe teve muito sacrifício em construí-la, já que era sozinha e meu pai estava não sei aonde. A casa tinha uma cozinha pequena, uma sala grande, quatro quartos (um quarto era de visitas) e dois banheiros. O jardim do fundo era amplo. Na infância era o lugar favorito meu e de Demetria.
Paguei o taxista e Jenny e eu saímos do carro e pegamos nossas malas, caminhamos em direção ao portão branco baixo e abrimos o mesmo. Entramos e eu pude ver as rosas que mamãe cuidava no jardim frontal. Ali era o lugar favorito dela.
Apertei a campainha e poucos minutos a porta se abriu, minha tia Daiana, irmã mais nova de minha (que ficou com ela o tempo todo durante a doença), abriu a porta. Um pequeno sorriso se abriu em seu rosto e ela me abraçou.
- Que bom que veio! – Falou, desfazendo o abraço e me encarando.
- É claro que eu viria. – Afirmei, entrando. Tia Daiana cumprimentou Jenny.

Assim que pisei dentro de casa senti o cheiro de rosas que emanava e era o mesmo cheiro desde a infância. O cheiro nunca mudou graças as rosas de mamãe.
- Querido, ponha as malas no seu quarto. – Tia Daiana falou.
- Certo. – Concordei. – Vamos, Jenny!

Caminhei em direção ao corredor (a casa era de um único andar) e fui para meu quarto. Abri a porta de meu quarto e continuava o mesmo, até os pôsteres de mulheres seminuas. Jenny riu brevemente ao ver tais pôsteres, o que me fez rir também. Colocamos a mala no canto, ao lado do guarda-roupa.
Tomamos um breve banho (em banheiros separados), vestimos roupas mais confortáveis e voltamos ao quarto.
- Vou conversar com minha tia. – Avisei. – Você quer algo? – Perguntei, encarando-a.
- Não, meu amor. Vou descansar. Esse voo me destruiu. – Respondeu, deitando-se na cama.
- Ok, vou fechar a porta. – Falei, saindo do quarto e fechando a porta.
Caminhei pelo corredor e fui até a cozinha, onde minha tia estava. Ela mexia em algo na panela. Sentei-me á mesa, que estava posta com bolo, pães, suco e outros mimos.
- Estou morto de fome! – Falei, pegando um pão e passando manteiga.
- Não coma muito, daqui a pouco sai o almoço. – Falou, virando-se e me encarando.
- Impossível, estou morrendo de fome! – Falei manhoso. Ela riu.
- Sua irmã foi ao mercado e até agora não voltou, acredita? – Perguntou, enquanto sentava-se na cadeira ao lado da minha.
- Demetria está aqui? – Perguntei surpreso.
- Ela chegou ontem e que eu saiba você não é filho único. – Respondeu divertida. – O namorado dela não pode vir e ela está mais desanimada ainda. – Comentou.
- Sterling não veio por quê? – Perguntei curioso.
- Parece que tinha uma cirurgia marcada, não tinha como adiar e nem outro médico para ir em seu lugar. – Respondeu.
- Hm... – Suspirei e mordi meu pão. Minha tia também suspirou.
- Sei que sua relação com ela não está boa, mas, por favor, coopere. Pela sua mãe. – Pediu e acariciou rapidamente minha mão. Minha tia tinha um olhar triste. Mamãe e ela eram muito amigas.
- Não se preocupe, tia. Demetria e eu já não nos falamos a um longo tempo, e acredito isso não irá mudar. – Falei.
- É uma pena. – Comentou. – Mas, enfim, como está o casamento? – Perguntou. Eu e Jenny havíamos casado a dois anos. A cerimônia foi tudo simples, tudo como Jenny gostava e minha mãe pode ir. Ela chorou muito, aliás.
- Vai bem, tia. – Respondi calmo. Não gostava de falar sobre essas coisas. Quando parava pra pensar em meu casamento, a única coisa que vinha a minha mente era a palavra ‘burrada’ em letras bem destacadas.
- Já estão pensando em ter filhos? – Perguntou. Quase me engasguei com o suco. – Vou entender isso como um não. – Deu tapinhas nas minhas costas.
- Quem está pensando em ter filhos? – Uma voz eufórica perguntou, entrando na cozinha. Era Demetria. Ela nem nos olhou, apenas entrou na cozinha e colocou as sacolas em cima do balcão da cozinha, ficando de costas para nós. – Tia, você... – Ela parou de falar assim que se virou e me encarou. – Ah, hm... Oi, Travis. – Falou séria.
- Menina, por que essa euforia toda? – Tia Daiana perguntou, levantando-se.
- Por causa do calor. Não aguento mais esse sol infernal do Texas. – Respondeu séria. – Mas, enfim, eu comprei tudo o que você pediu. Vou tomar banho agora e depois venho te ajudar. – Falou, afastando-se do balcão.
- Tudo bem, obrigada, querida.

Demetria saiu da cozinha e minha tia pediu que eu ajuda-la pôr as compras no lugar. Terminei de tomar meu café e ajudei minha tia. Avisei que iria descansar, pois estava cansado, e pedi que ela me chamasse quando o almoço estivesse pronto. Dei um beijo em sua testa e saí da cozinha, caminhando em direção ao meu quarto.
Ao passar pelo quarto de Demetria, que era ao lado do meu, vi que sua porta estava entreaberta e ela estava falando no celular. Demetria sempre teve a péssima mania de falar alto no telefone.
- Oi, Ster. – Começou falando doce. – Eu estou bem sim. Aqui está calor e aí? – Riu ao celular. – Espero que você não pegue uma gripe com essa chuva, pois eu não estarei ai pra cuidar de ti, entendeu bem?! – Ela andava de um lado para o outro. – As coisas aqui estão terríveis. Nunca pensei que voltar pra essa cidade por esse motivo fosse me deixar assim. – Falou triste. Demetria e mamãe eram muito unidas. Demetria costumava dizer que mamãe era usa verdadeira melhor amiga. – Eu sinto tanto a falta dela. – Começou a chorar. – Eu sei. Eu sei de tudo isso. Você já me falou, mas não é fácil, Sterling. – Ela enxugou as lágrimas com a mão livre. – Eu vou ficar bem sim, prometo. E você se cuida, ok? E boa sorte na sua cirurgia. Eu também amo você. Amo muito! Tchau. – E encerrou a ligação, tocando o celular na cama.

Tratei de sair dali correndo antes que ela me visse. Entrei em meu quarto e encontrei Jenny dormindo tranquilamente, me deitei ao seu lado, mas abracei-a. Apenas me deitei.

Senti meu corpo sendo balançado e ouvia a voz de minha mãe me chamando, dizendo que era para eu acordar. Abri meus olhos lentamente e aos poucos eles se focalizaram. Encontrei Jenny bem a minha frente, com um pequeno sorriso nos lábios.
- Acordei antes de você e sua tia pediu para que eu lhe acordasse para o almoço. – Jenny falou doce. Apenas assenti com a cabeça. Jenny caminhou para fora do quarto enquanto permaneci alguns minutos deitado e depois me levantei.

Saí do quarto e caminhei até o banheiro, entrei no mesmo e lavei meu rosto. Saí do banheiro e fui em direção á cozinha, onde estavam todas. Demetria estava secando as panelas, que minha tia lavava, enquanto Jenny arrumava a mesa.
- O que temos para hoje, garotas? – Perguntei, tentando anima-las. Tia Daiana e Jenny riram brevemente, Demetria permaneceu séria.
- Bolo de carne, massa com molho e purê de batata. – Minha tia respondeu, enquanto eu me sentava.
- Parece tudo uma delicia! – Jenny comentou, terminando de arrumar a mesa.

Logo todas elas terminaram seus afazeres e juntaram à mim na mesa. Nos servimos e começamos a comer. Estava tudo um silêncio. Todos comiam concentrados e eu preferia assim, não estava com vontade de falar e nem de ouvir ninguém.

- Então, Demi, como anda a vida em Nova York? – Jenny perguntou, quebrando o sagrado silêncio.
- Está ótima! – Respondeu simples. – Eu e Sterling estamos muito bem. – Comentou e conteu um sorriso.
- Ele já se formou? – Jenny perguntou novamente.
- Sim. No final do retrasado. – Respondeu. – Aliás, ele não pode vir por conta de uma cirurgia. – Comentou, bebericando seu suco.
- Uma pena! – Jenny falou. – E o que você anda fazendo? – Perguntou.
- Eu ainda canto. Sou cantora fixa numa casa de shows.  – Respondeu.
- É bom saber que você não deixou de fazer o que gosta. – Jenny comentou. Eu apenas observava a conversa das duas.
- Acho que se eu parasse de cantar morreria ou enlouqueceria, mas sã, eu não continuaria. – Comentou. – Eu até tentei, mas Sterling me convenceu a não parar e isso me incentivou mais qualquer coisa. – Completou e sorriu de lado.
- Sempre achei vocês dois juntos fofos! – Jenny comentou e sorriu também. Não merecia ouvir isso. – E quando é que vocês vão fazer igual á mim e ao Trav e vão casar? Não esquece de convidar a cunhada não hein... – Jenny falou divertida. E eu me engasguei novamente.  Jenny bateu em minhas costas algumas vezes e eu bebi um grande gole de suco. – Calma, amor. – Falou.

Depois que terminei de almoçar fui ao quarto de mamãe enquanto as garotas e minha tia ficaram arrumando a cozinha. Entrei no quarto de mamãe e senti o cheiro forte seu perfume. Passei os dedos levemente em sua penteadeira. Fechei os olhos e memórias das vezes que mamãe ficava em frente aquela penteadeira penteando seus cabelos ou fazendo alguma maquiagem no rosto vieram a minha mente. Sem contar nas vezes Demetria ficava ali com ela. Eu ficava sentado na cama apenas observando-as e eu adorava aquilo. Eu as amava tanto e me afastei tanto delas. Tanto de mamãe quanto de Demetria.
Abri meus olhos e caminhei em direção à cama, me sentando sobre a mesma. Peguei um porta-retratos, que continha uma foto do aniversário de dez anos de Demetria. Estávamos nós três na foto. Demetria ria enquanto tentava subir em minhas costas, eu estava com a cara emburrada e mamãe também ria enquanto sujava meu nariz com bolo de chocolate. Doía ver isso e saber que não teria de volta. Senti lágrimas escorrendo por meus olhos e não quis limpa-las ou tentar para-las. Eu ainda não havia chorado pela morte de minha mãe, talvez, porque eu ainda não tinha me dado conta do que, ou melhor, de quem eu havia perdido. E só vindo aqui, vendo isso, me dei conta.

A porta do quarto se abriu e coloquei o porta-retratos aonde estava, enxuguei as lágrimas com as costas de minhas mãos e olhei em na direção da porta. Demetria estava ali. Ela me encarou surpresa e um tanto preocupada, eu diria.
- Desculpa, eu não queri... – Ela falou saindo do quarto, mas eu a interrompi.
- Não, tudo bem. – Falei calmo. – Pode ficar aqui... Se quiser. – Sugeri. Soou mais como um pedido. Ela fechou a porta e sentou ao meu lado, só que mais afastada. – Como você está? – Perguntei, encarando-a.
- Estou bem. – Respondeu e desviou o olhar para suas unhas.
- Como você está de verdade, Demetria. Não como finge estar. – Falei sério.
- Estou péssima, destruída e sinto saudades dela todos os dias. – Falou e começou a chorar. – Eu não consigo dormir sem pensar nela ou chorar por ela. – Ela tentava limpar as lágrimas, mas parecia que quanto mais ela tentava o fazer mais lágrimas saiam. Aproximei dela e abracei-a.
- Calma, vai ficar tudo bem... – Falei baixo, acariciando seu braço direito e cabelos. Ela continuou chorando e eu continuei ali. – Remember that you're not alone. When you watch the world just turn away and break the promises you made. When love is all to hard to hold
Just take a breath and let it go…
– Cantei para ela.
Aos poucos ela foi parando de chorar e se afastou lentamente de mim, como se não quisesse desfazer aquele abraço. Eu também não queria.
- Sabe o que eu lembrei agora? – Ela perguntou, me encarando e um sorriso abriu em seu rosto. Eu havia esquecido como seu sorriso era lindo.
- O que? – Perguntei curioso.
- Daquela vez, em que você cantou no meu aniversário na frente da escola inteira, porque mamãe estava trabalhando tanto e não pôde fazer uma festa pra mim. – Ela respondeu e seu sorriso se alargou em seu rosto. – E depois da escola nós fomos comer na lanchonete da mamãe e eu contei pra ela o que você fez.
- Eu havia me esquecido isso... – Confessei e fiz uma careta.
- Uma pena você não ter seguido a carreira de música, Trav. Você canta tão bem... – Comentou.
- Essa não era uma vida para mim, Demetria. Mas é pra você. Você, sim, tem talento! – Falei sincero.
- Obrigada. – Agradeceu.

Ficamos em silêncio por um tempo, apenas nos encarando. Nossos olhos estavam conectados um ao outro e eu senti falta disso. Eu nunca senti uma conexão tão forte com alguém a não ser Demetria. Sem que ela esperasse, agarrei sua nuca com minhas mãos e avancei em sua boca com a minha. A primeira reação dela foi tentar escapar de mim, mas por fim, ela acabou cedendo e minha língua deslizou agilmente para dentro de sua boca. As mãos dela foram parar em meus braços, apertando-os, e depois subiram até a minha nuca enquanto as minhas desceram até a barra da sua camisa e adentrando a mesma. Ao sentir sua pele, meu corpo estremeceu, seu corpo também estremeceu ao sentir meu toque. Fazia tanto tempo que eu não a sentia daquela forma (ou de qualquer outra), que qualquer toque dela poderia até me fazer gozar.
Deitei na cama, de mal jeito, mas sem separar nossos lábios e Demetria sentou-se em meu colo. Minhas mãos desceram até sua bunda, agarrando-a e apertando-a. Ela mordeu meu lábio como vingança. Nossas bocas devoravam uma a outra, se movendo rápida e selvagemente. Certas vezes mordíamos o lábio inferior um do outro. Nossas línguas se entrelaçavam e desentrelaçavam freneticamente.
E de repente Demetria separou nossos lábios bruscamente. Ela me encarou por segundos, como se estivesse atordoada, e levantou do meu colo. Passou as mãos nos próprios cabelos, me olhou mais uma vez e saiu do quarto sem em dizer nada. Ela simplesmente se foi. E eu pensando que não podia me sentir pior.

Naquela noite, Demetria me evitou ao máximo, ela nem sequer saiu de seu quarto para comer. Nossa tia falou que ela não estava se sentindo bem e mais tarde comeria algo. Pensei mil vezes em ir falar com ela, confronta-la e saber o porque daquilo mais cedo, mas não tive coragem. Não tive coragem mais uma vez.

O enterro de mamãe seria amanhã de tarde, mais ou menos às quatro da tarde. Foi escolhido este horário, porque alguns dos poucos familiares que tínhamos, iriam vir amanhã. Também viriam alguns colegas de trabalho de mamãe.
Todos nós estávamos cansados e decidimos ir dormir cedo. Ajudei tia Daiana e Jenny a arrumar a cozinha, já que Demetria se enfiou no quarto, e depois disso tomei banho e fui dormir.

Sábado, seis e vinte da tarde.

O enterro de mamãe acabou tão rápido como começou. Ela foi enterrada no cemitério principal da cidade, ao lado de sua mãe. O caixão era branco, tia Daiana que havia escolhido. Como mamãe era católica, aconteceu toda aquela cerimonia do padre falando e fazendo orações. Nossa tia havia dito algumas palavras e eu também, mas Demetria não. Ela ficou quieta o tempo todo, quer dizer, quieta entre aspas. Pois ela ficou chorando o tempo todo e, por incrível, que pareça ela se aproximou de mim e me abraçou.

Depois do enterro nós e outros familiares fomos para casa. Lá Demetria, eu e tia Daiana recebemos os pêsames de todos e palavras reconfortantes. Para ser sincero, eu odiava tudo isso. Não gostava das pessoas me olhando com pena, aquilo me deixava irritado. Servimos alguns petiscos e aos poucos os familiares foram indo embora, se despedindo de nós todos.

Assim que todos foram embora, resolvemos comer. Pedimos quatro pizzas, já que estávamos todos com fome e sem a menor disposição para cozinhar. Comemos em silêncio e assim continuamos até terminar de arrumar a cozinha. Demetria havia comido pouco e depois foi para o quarto de mamãe, depois disso eu não a vi mais durante a noite.

Duas e quatro da madrugada.

Acordei no meio da madrugada e fui ao banheiro fazer xixi. Voltei ao quarto e vi que Jenny dormia como uma pedra, ela estava cansada com tudo o que estava acontecendo e tentava me ajudar da melhor forma possível, diferente de mim, que não conseguia dormir por nada. Eu não havia dormido nada. Toda vez que fechava os olhos, lembranças invadiam minha mente e eu simplesmente não conseguia dormir. Saí do quarto novamente e fui em direção à cozinha, onde bebi um copo d’água bem gelado. Coloquei o copo na pia e caminhei em direção ao corredor, indo para meu quarto.

Ao passar pelo quarto de mamãe, vi que a porta estava entreaberta e pela frecha da mesma vi Demetria dormindo de mau jeito na poltrona. Entrei no quarto, sem fazer barulho, e caminhei na sua direção. Ao lado da poltrona havia um criado-mudo e uma xícara vazia estava sobre o mesmo. Pelo cheiro, soube que era chã de hortelã, o favorito de mamãe e Demetria.
Encarei Demetria, que dormia numa posição totalmente desconfortável naquela poltrona, e ela segurava o nosso álbum de fotos. Peguei o álbum de suas mãos e folheei. Sorri ao ver certas fotos e lembrar do dia que cada uma foi tirada. Fechei o álbum e coloquei-o em cima do criado-mudo, ao lado da xícara.
Peguei Demetria no colo, que se aninhou, e caminhei com ela até a cama de mamãe. Coloquei-a deitada na cama. Me afastei dela e fui em direção ao guarda-roupa de mamãe, para pegar uma manta. Ao encarar Demetria percebi como ela estava cansada. A expressão dela denunciava isso, sem contar as enormes olheiras que havia debaixo de seus olhos. Fiquei mais triste por vê-la daquela forma e não poder fazer nada. Queria de algum modo tirar aquela dor dela.
Me aproximei dela novamente e coloquei a manta sobre ela. Quando fiz menção de me afastar novamente, para sair do quarto, Demetria segurou delicadamente meu pulso.
- Não vai... – Ela pediu com a voz baixa. Seus olhos estavam se abrindo lentamente. – Me sinto segura quando você está por perto. – Confessou, me encarando. Ela se arrumou na cama, me dando espaço para deitar ao seu lado.
- Só um minuto. – Falei, soltando meu pulso. Caminhei em direção á porta e tranquei-a na chave. Voltei para perto de Demetria, me deitando ao seu lado. Ela se virou ficando de frente para mim.
- Obrigada. – Falou, me encarando. Seus olhos estavam fixos em mim.

Sem pensar em mais nada avancei meus lábios nos de Demetria, que permitiu a passagem de minha língua para sua boca de imediato. Quando nossas línguas se encontraram e se entrelaçaram meu corpo inteiro formigou. Senti uma sensação de saudade, de perda. Não podia acreditar que depois de tanto tempo eu, finalmente, estava beijando Demetria. Depois de muitos dias, meses, sem sentir seu gosto, sem sentir seu corpo quente perto do meu, agora isso estava acontecendo. E parecia que não era real, então, eu tinha que aproveitar o máximo que podia.
Puxei o corpo dela para mim, ela subiu em meu colo sem desgrudar nossos lábios, colocando suas pernas de cada lado de meu corpo e pressionando sua bunda em meu pênis, que parecia acordar. Nossas bocas se moviam com selvageria, com velocidade e com muita saudade. Nós sabíamos que era errado, mas não também não podíamos evitar. 
A saudade que eu sentia dela era tão grande, que só de pensar que eu fiquei tanto tempo longe dela, meu coração doía. Eu a amava tanto e não como um irmão, mas sim, como homem. E eu queria dizer isso á ela para finalmente podermos ficar juntos.
Minhas mãos foram parar em sua bunda, apertando com força e pressionando-a ainda mais contra meu pênis, para que ela pudesse sentir como eu quando estava com ela. Ela grunhiu entre o beijo ao sentir minha ereção se formando sob si. Mordi seus lábios. Suas mãos quentes estavam dentro da minha camisa, arranhando meu abdômen, que se contraia ao sentir seus dedos sobre mim.

De repente, quando eu fiz menção de retirar sua camisola ela afastou bruscamente nossos lábios e saiu tão rápido de meu colo, que nem parecia que ela esteve tão perto de mim como agora. Encarei-a confuso. O que estava acontecendo?
Ela estava nos pés da cama, o mais distante possível, seus cabelos bagunçados e sua camisola amarrotada. Sua expressão estava vazia. Eu não sabia o que se passava na cabeça ela e, sinceramente, tinha medo de saber. As poucas vezes que vi Demetria daquela forma não me fizeram nada bem.
Tentei me aproximar dela, mas ela se afastou o máximo que pode. Franzi meu cenho.
- O que está havendo, Demetria? – Perguntei sério. Nossas respirações ainda estavam ofegantes, mas agora não era mais de tesão e, sim, de tensão.
- Não podemos. – Respondeu com a voz carregada de culpa, me encarando.
- Por que? – Perguntei e tentei tocar sua mão, mas ela levantou. Ela desviou seu olhar do meu.
- Porque eu estou noiva. – Respondeu, virando-se e me encarando novamente.
- O que? Noiva? – Perguntei incrédulo. – De quem? – Ela nem precisou me responder, eu já sabia de quem. Não era preciso somar um mais um. Sterling.
- Estou noiva de Sterling. – Afirmou o que eu já sabia. – E na minha vida não tem mais espaço para você, Travis. Não tem mais espaço para nós. – Completou. Eu acho que preferia ter tomado um tiro ao ter que ouvir isso saindo da boca dela. Eu podia ouvir isso de qualquer um, menos dela. Dela não. Não da minha Demi.

Sem dizer mais nada, Demetria caminhou rapidamente até a porta e eu apenas ouvi a mesma sendo destrancada. Ela saiu e fechou a porta, me deixando sozinho ali. Eu não saberia como seria minha vida daqui em diante, mas eu sabia que esses últimos anos sem Demetria foram horríveis e só de pensar que eu nunca mais a encontraria novamente isso me doía.

Eu a queria de volta.

Mas ela já estava com outro.

Será que ela me queria de volta?
Fim?


Finalmente postei a última parte da short. Gente, se vocês não tivessem me dito eu não teria lembrado. Eu estava com tanta coisa na cabeça, que acabei esquecendo completamente a última parte da short. Eu espero que mesmo com essa demora de mil anos vocês tenham gostado. Eu gostei muito de escrever essa short, apesar de que ela acabou não sendo como eu tinha imaginado. Enfim. Se tiver bastante comentários sobre a short, talvez eu faça um bônus. O "Fim?" só depende de vocês. Hahahahahaha. Beijocas! 

7 comentários:

  1. - Meu Deus, maravilhoso!!!! Não devia acabar. Não assim. :(
    Ass: Jeanny.
    Nunca comentei antes, mas, bom, resolvi comentar agora. Você precisa saber da minha existência!!! Adoro tudo o que tu escreve.

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  2. Não, o fim não pode ser assim, preciso de mais essa fic é muito boa pra ser short, seria tão bom se vc transformasse em fic ela merece pfvr ainda tem algumas coisas pra acontecer seria tão bom uma continuação ou pelo menos muitos bônus, serio todas suas fics são perfeitas você sabe mas essa foi uma das melhores que você ja escreveu ela é diferente, a cada capítulo eu ficava esperando o outro e é emocionante e inesperada cada cena por mais que eu imaginasse alguma coisa que na minha cabeça fizesse sentido você me surpreendia e de uma forma maravilhosa, esse capítulo ficou muito bom mesmo eu amo essa short, e agora lendo ela lembrei que o blog vai acabar e fiquei triste, não quero que acabe, :'(
    Perfeição.
    Ass.: Cys

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  3. Necessito de mais! pleeeeease

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  4. Bônus!!!!!!! vai sair quando?

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  5. Cm cê faz isso comigo? )': quero bônus. Comentem, gente!

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  6. 4 meses depois ..
    O que podemos fazer pra esse bônus sair, se é que vai, sei que você ta cheia de fics idéias novas, pode ser ate que não saia mas esse gostinho de quero mais e incerteza ta ficando amarga, brinks kkkkkk' em uma data especial ele podia sair. Ou ate mesmo outra short, vai que você tem alguma guardada por ai kk, sempre queremos mais, vou reler basicamente hol e adi pq bateu uma saudade tão boa. Enfim nao canso das suas fictions.. beeijos
    Ass.: Cys

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