"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

PROCURAR CAPÍTULO

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Capítulo 71: Esse é seu amor por mim, Demetria?

Capítulo Anterior:
Fiquei a noite toda acordado, zelando pelo sono de Demetria. Que por sinal, estava dormindo muito bem. Ela dormia serenamente e vê-la dormir tão em paz, me trazia uma certa tranquilidade. Em algum momento da noite, ela apertou sua mão em minha cintura, como se não quisesse que eu me afastasse. 



Capítulo dividido:
Parte II.
Demi's POV

Uma hora e duas da tarde. 

Meus olhos abriram lentamente e minha visão se focalizou. Minha cabeça já não doía tanto como antes e meu corpo parecia bem mais disposto. Encontrei Nicholas dormindo de mau jeito na poltrona de seu quarto. Ele vestia uma calça jeans escura e uma camisa gola polo de mangas curtas. Seus cabelos estavam desarrumados e sua expressão denunciava cansaço. Eu me sentia péssima em vê-lo assim e saber que tudo isso era culpa minha. 

Levantei lentamente e caminhei até a poltrona, me agachando ao lado da mesma. Toquei levemente seu rosto, acariciando-o. Eu o amava tanto que me chegava a doer, saber o que ele estava passando e não poder fazer nada me quebrava em mil pedaços. 
Queria ajudá-lo de alguma forma, mas não sabia por onde começar. Eu me sentia perdida. Meu Deus, como eu odiava Olívia! Como alguém pode ser tão cachorra a esse ponto?
Sinto que eu deveria me afastar de Nicholas até ele conseguir resolver essa situação toda. Não queria prejudicar a imagem dele, a carreira dele. Eu sabia que Nicholas amava o que fazia, apesar de não ser o emprego mais divertido ou fácil do universo, ele gostava disso. Era o mundo dele e eu não me permitiria tirar isso dele por capricho, birra ou até mesmo orgulho. 
Talvez me afastando dele fosse a melhor forma de ajudá-lo. Sem contar que eu precisava de um tempo para pensar em tudo que aconteceu. 

Levantei silenciosamente e caminhei até o closet de Nicholas. Ao entrar no closet, vi minhas roupas dobras em cima do puff, que ficava no meio, e meu coturno ao lado do mesmo. Peguei minhas roupas, sentindo o perfume de amaciante de roupa, e vesti-as. Calcei meu coturno e arrumei meu cabelo de qualquer jeito, fazendo um coque alto. Dobrei a camisa de Nicholas e coloquei-a sobre o puff. Saí do closet e Nicholas ainda dormia. Caminhei silenciosamente para fora do quarto. Estava decidida a ir embora. Mais que isso, estava decidida a me afastar dele por um tempo. Essa era a melhor forma de ajudá-lo sem comprometê-lo e agora, que eu sabia de toda a verdade, eu me sentia muito mais segura em relação a Nicholas. 

Desci a escada e caminhei em direção á porta de saída, que estava trancada, mas a chave estava na fechadura. Girei a chave e abri a porta. 
- Aonde você vai? – Escutei a voz rouca de Nicholas soar mais grossa. Meu corpo estremeceu. Fechei os olhos por incontáveis segundos e os abri novamente, me virando e encarando um Nicholas sério. 
- Vou embora. – Respondi firme. 
- Embora? – Perguntou incrédulo. – Eu conto toda a verdade pra você e é assim que você reage? Você pede pra eu não te deixar nunca mais, mas não pensa duas vezes em me deixar? Esse é seu amor por mim, Demetria? – Falou indignado. Ou melhor, decepcionado. Ele estava próximo de mim. 
- Não, esse não é meu amor por ti. – Respondi. – Meu amor por ti é deixar você livre de mim até poder resolver toda essa situação. Meu amor por ti é pensar na sua carreira, na sua empresa, e em como você ama tudo aquilo. – Me aproximei mais dele, fazendo o espaço entre nos sumir. Encarei fixamente seus olhos castanhos-esverdeados, que eu tanto amo. Pus minhas mãos em sua nuca, acariciando o local. – Meu amor por ti é não querer destruir o que você demorou anos pra conquistar. Não quero comprometer você, Nicholas. – Respondi firme. Ele me encarava fixamente, prestando atenção em cada palavra que saía de minha boca. – Se eu tiver que ter você, te quero por inteiro. Sei que pode parecer meio egoísta falar assim, mas é o que eu sinto. Já passamos por tantas coisas, que se eu tiver que estar ao seu lado mais uma vez, tenho que ter a certeza que sou a única. – Ele suspirou. – Não quero estar ao seu lado sabendo que tenho que lhe dividir com alguém. – Finalizei. 
- Eu não amo Olívia. Nunca amei e nunca amarei. – Falou, encostando sua testa na minha e deslizando seu polegar por meu lábio inferior. – Eu amo você. Somente você. – Falou convicto. 
- Eu sei. Agora eu sei e confio totalmente em você. Sempre vou confiar, por mais que você fale besteiras. – Ele deu um meio sorriso. – E eu também amo você. E por eu amar você tenho que me afastar até você resolver tudo isso. Eu vou estar te esperando, Nicholas. Aonde quer que eu esteja, estarei te esperando. – Falei e me afastei lentamente. Ele segurou delicadamente meus pulsos. 
- Almoce comigo, só isso. – Pediu. Neguei com a cabeça. – Por favor. – Ele insistiu.
- Não posso... – Recusei, tentando soltar meus pulsos de suas mãos. Ele se aproximou novamente, colando seu corpo ao meu e abraçando minha cintura. – Não torne isso mais difícil para nós dois. – Suspirei, fechando meus olhos. Seus lábios roçavam em meus lábios.
- Não quero que vá. – Falou, me apertando contra ele.
- Não quero ir... – Encostei minha cabeça na curva de seu pescoço, ficando na ponta de meus pés. Aspirei o máximo de seu perfume. Tinha de medo de esquecer o cheiro dele, por mais que achasse isso impossível. –... Mas preciso. – Abri meus olhos e o encarei. Ele me encarava observava fixamente.

Ele não falou nada, apenas uniu seus lábios aos meus. E eu deixei. Abri minha boca o suficiente para receber sua língua, que em pouco tempo já estava se entrelaçando e desentrelaçando na minha. Suas mãos foram parar em minha cintura enquanto as minhas foram parar em seus cabelos, puxando-os sem jeito. Meu Deus, como eu senti saudades dele! Senti saudades da sua boca, da sua pele, do seu cheiro... De tudo, dele todo! Parecia que quanto mais nossas bocas se envolviam uma na outra, mais irreal isso parecia.
Suguei seus lábios lentamente e mordi-os, logo em seguida. Nicholas me empurrou até a parede e pressionou meu corpo contra a mesma e o seu corpo. Senti sua ereção começando a se formar em sua calça. Eu precisava parar, por mais que estivesse com muitas saudades dele, precisava parar.

Afastei meus lábios dos seus bruscamente e soltei seu pescoço, que estava envolvido por meus braços. Abri os olhos lentamente e o observei. Ele continuava de olhos fechados enquanto mordia o próprio lábio inferior. Ousei acariciar seu rosto e ele suspirou profundamente. Tratei logo de afastar minha mão dele. Não podia fazer isso.

- Tenho medo de abrir meus olhos, você ir embora por aquela porta e nunca mais passar pela mesma. – Ele confessou, ainda de olhos fechados, depois de incontáveis minutos de silêncio.
- Irei voltar quando você resolver tudo isso. – Falei.
- E se eu não resolver? E se essa situação continuar assim por muito tempo? Iremos continuar afastados? – Perguntou. Senti meu coração doer. Já tínhamos sofrido tanto, já tínhamos ficado tanto tempo longe um do outro.
- Você vai. – Falei convicta. – Sei que vai conseguir resolver tudo isso, Nicholas. Sabe por quê? – Perguntei. Antes que ele respondesse, prossegui: – Porque você me ama e porque você quer ficar comigo. Sei que vai dar um jeito pra podermos ficarmos juntos. – Respondi e ele abriu os olhos.
- Você tem fé demais em mim, sabia?! – Falou e acariciou meu queixo com o dedão. Dei um sorriso de lado, sem mostrar os dentes.
- Eu preciso. Preciso ter. – Retruquei. Ele riu brevemente. – Todos esses dias longe de você me fizeram aprender a ter paciência para esperar... Acho que consigo mais uns dias. – Acrescentei. A expressão dele mudou totalmente. Ele ficou sério, tenso.
- Sinto-me culpado por tudo que aconteceu contigo. É culpa minha. Sempre faço as escolhas erradas. – Falou amargo, desviando seu olhar do meu.
- Quem quis encher a cara fui eu, Nicholas. Você não teve culpa em nada. – Retruquei.
- Palavras doem mais que qualquer coisa, Demetria. E o que eu disse á você, naquele dia, na sua casa, não machucou só a você, mas como a mim também. Só que você saiu muito mais ferida. – Falou, voltando a me olhar. Eu podia sentir o sentimento de remorso saindo de cada palavra que ele dizia.
- Estou bem agora. Prometo que vou me cuidar. – Assegurei. – Fiz tudo aquilo por queria te esquecer. Sei que não é a melhor forma de esquecer alguém, mas era a única forma que eu via uma saída. – Nossos olhos estavam fixados um no outro. Uma de suas mãos estava segurando minha mão e a outra estava acariciando meu rosto. – Você está impregnado em mim. Tudo de você está sob a minha pele. Mesmo quando você estava longe, eu podia sentir você perto. – Olhei pra baixo, desviando meu olhar do seu. – Quando eu estava com outros homens, eu só conseguia pensar em você. No que tinha feito de errado pra você me dizer todas aquelas coisas. Eu sentia seu cheiro neles, eu ouvia seus gemidos e não os deles. – Ri sem humor. – Parece meio doentio de se falar, mas é a verdade. Era o que eu sentia. E como eu via que não tinha maneira de te esquecer, eu bebia. – Conclui, engolindo em seco.
Nicholas levantou meu rosto pelo queixo, me fazendo encara-lo, e me abraçou. Abraçou forte.
- Oh, minha menina, você não sabe o quanto me dói ter que ouvir você dizer tudo isso. – Apertou-me mais entre seus braços fortes. Suspirou. – Não queria que nada tivesse acontecido. Eu só queria te proteger, mas fiz tudo errado. – Admitiu mais uma vez. – Você também não tem ideia do que eu passei todos esses dias sem você. – Ele desfez o abraço e segurou meu rosto delicadamente entre suas mãos. – Eu olhava para aquela maldita corrente, que te dei, e só conseguia pensar em você, como você estava. E isso me matava por dentro. Depois que Mikey deixou escapar o que estava acontecendo contigo, eu só piorei. Não conseguia me concentrar em mais nada, a única coisa que eu pensava era em você. Sem contar em todas as vezes que eu tinha que aguentar Olivia. Antes quando eu estava com ela, não me importava. Era algo carnal. Mas depois que te conheci, que me envolvi e me apaixonei por você, ficava difícil fingir amar outra pessoa. – Falou. Senti meus olhos marejados, mas não queria chorar. – Eu não quero deixar você. Não posso. Será que você entende? Nós já passamos por coisas demais. Não quero que você vá. Não quero ter que esperar resolver tudo por pra estar contigo. – Acrescentou.
- Nicholas, a sua empresa, a reputaçã... – Ele me interrompeu.
- Foda-se tudo isso! – Falou mais alto. Respirou fundo. – Foda-se a empresa, foda-se minha reputação! Apenas foda-se! – Acrescentou. Balancei a cabeça negativamente.
- Não fale isso. Por favor, não diga isso. Eu me odiaria em saber que destruí o que você lutou pra conquistar. – Retruquei séria. Infelizmente não consegui conter minhas lágrimas. – Então, por favor, não diga isso nunca mais. – Completei. Funguei. – Preciso ir... – Falei baixo.
- Fique, por favor. – Pediu com a voz embargada.
- Não torne as coisas mais difíceis, por favor. – Falei e beijei suas mãos lentamente.
- Posso te levar, pelo menos? – Perguntou. Pensei em relutar, mas não sabia quando nos veríamos novamente.
- Sim. – Falei e me afastei lentamente dele.
Ele caminhou em direção a escada, mas antes de começar a subir, parou e voltou a me encarar.
- Vou me trocar e pegar a chave do carro. Não fuja. – Aquilo não foi um pedido, foi uma ordem.

Minutos depois, ele desceu a escada e apareceu de calça moletom e moletom igualmente pretos. Caminhou em minha direção. Eu continuei parada, perto da porta.
Saímos de sua cobertura e entramos no elevador. Ele apertou o botão para sua garagem pessoal. Em poucos minutos chegamos á garagem e saímos. Ele escolheu o carro de sempre, o Volvo prata. Era seu favorito, eu sabia disso sem ele precisar dizer.
Ele destrancou o carro e eu entrei no banco do passageiro e ele ao meu lado, no banco do motorista. Colocou a chave na ignição e deu partida, saindo dali.

Não sei se era sacanagem do destino – eu nem chegava a acreditar em coisas do tipo – mas a ida até minha casa pareceu demorar horas e eu não via a hora de chegar em casa para finalmente respirar tranquilamente. Ou tentar.
O caminho foi um total e desconfortável silêncio. O clima estava pesado e nós estávamos tensos um com o outro. Ele não fez nem questão de ligar o som do carro, para ver se isso nos distraia.

Nicholas parou o carro em frente a minha casa e quando fiz menção de sair, percebi que ele também estava saindo. Encarei-o confusa.
- Preciso conversar com sua mãe sobre ontem... Sobre Joseph. – Explicou. Suspirei. – Vai ficar tudo bem. – Ele falou e sorri de lado, ao perceber que eu fiquei ainda mais tensa.

Saímos e caminhamos até a porte de minha casa. Apertei a campainha, não demorou muito tempo e a porta foi aberta por Eddie. Ele deu um sorriso veloso em minha direção, sorri de lado.
- Ela chegou, Di! – Eddie falou alto. Deu espaço para eu e Nicholas entrarmos, e eles se cumprimentaram.

Minha mãe saiu do cômodo da cozinha quase que correndo e quando me encarou só faltou chorar. Ela me abraçou forte. Aconteceu tanta coisa pela manhã que acabei que havia levado um belo soco de Joe.
- Meu amor, você está bem? – Ela perguntou, preocupada, acariciando meu rosto bem onde eu tinha levado o soco.
- Estou, mãe. Não se preocupe. – Respondi calma.
- Não me preocupar? – Perguntou alto. Desfez o abraço e me fez encara-la. – Eu solto você e descubro que você foi agredida. E se não fosse por Nicholas podia ser pior, Demetria. Você tem noção disso? Aquele garoto é um louco! – Acrescentou quase que em gritos.
- Você está certa, mãe. Em tudo. Desculpe-me. – Falei. Ela me olhou ainda mais triste e voltou a me abraçar.
- Nicholas e eu vamos resolver o assunto sobre Joseph e você pode indo levar Demetria para o quarto. O que acha? – Eddie falou, encarando mamãe. Ela concordou com a cabeça. – Depois passo lá pra olhar essa mocinha. – Ele me encarou e acariciou meus braços. Sorri.
- Certo. Já conversávamos sobre isso ontem. Você sabe minha decisão e opinião, Ed. – Mamãe falou séria. – Vamos, meu bem. – Abraçou-me de lado.


Olhei Nicholas uma última vez e ele também me encarava. Sua expressão era de angustia e me senti mal de vê-lo daquela forma. Era como se estivéssemos nos despedindo um do outro, como se fosse um adeus. E não era isso que eu queria. Só queria vê-lo bem com sua empresa. Sorri pra ele antes de virar meu rosto pra frente. 

___________________________________________________________
Babies, meu notebook está de volta e está tudo certo! Segunda e última parte do capítulo 71 postada! E, como eu tinha combinado antes, daqui a pouco saí do capítulo 72. Só irei reler pra ver se está tudo certinho e já posto! 

7 comentários:

  1. AHHHHHH, MEU DEEUS! Esses dois vão ficar separados por mais algum tempo, é? Não aguento! Preciso de Nemi. Espero que as coisas se resolvam logo, porque ta demorando demais :((( let's go to chapter 72

    ResponderExcluir
  2. Aí meu Deus. Demais demais demais

    ResponderExcluir
  3. Tá perfeito. Aí não acredito neles juntos, sonho.
    Preciso de mais,,kkkkkkkk
    Beeijao :)

    ResponderExcluir
  4. Mais mais e mais por favor!

    ResponderExcluir
  5. Assim o coraçãozinho não aguenta, e esse momento no apartamento dele, meu deus... muito, muito muito bom, você escreve divinamente bem... ate o 72 bjs
    Ass.: Cys

    ResponderExcluir
  6. Realmente tá perfeito a parte do ape. Aí não acredito neles juntos *-* bom demais!

    ResponderExcluir
  7. Fofo demais. Amei amei

    ResponderExcluir