Capítulo 90: Está tão quieto.

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Assim como eu me preocupo por ela não ter perguntado nada sobre o bilhete, para onde eu iria, quem era a pessoa de minha confiança. Mas preferi não me manifestar, estava cansada e quis me poupar. Talvez mamãe também quisesse me poupar. Talvez nós tivéssemos essa conversa mais para frente.

Capítulo Dividido:

Parte I.

Nick’s POV

Estava cansado e meu corpo implorava por descanso, mas eu não queria isso. Queria fica com Demetria e ter certeza de que ela estaria bem. Porém, a pedidos da mesma, voltei pra casa e vim descansar, para no dia seguinte fazer ficar com ela no lugar de Dianna, que também merecia descansar.

A primeira coisa que fiz assim que cheguei em casa foi telefonar para minha nova secretária e avisa-la que não iria a empresa esta semana e que ela avisasse Chad, o vice-presidente da JE.

Subi a escada e caminhei em direção ao meu quarto, onde entrei, deixando a porta aberta, e fui direto para o closet. Peguei uma toalha de banho limpa e peças de roupas igualmente limpas. Saí do closet e entrei no banheiro. Liguei a banheira e enquanto a mesma enchia, retirei minhas roupas e coloquei-as no cesto de roupa suja.

Assim que a banheira encheu e eu estava totalmente nu, entrei. A água quente com que todo meu corpo relaxasse e era como se eu pudesse ouvi-lo gritar um obrigado desesperador.

Tomei um banho relaxante e não sei quanto tempo fiquei naquela banheira, mas sei que quando sai da água já não estava mais tão quente. Sequei meu corpo com a toalha, que antes estava no suporte, e vesti as roupas, que havia deixado no cabide. Vesti uma cueca branca, regata cinza e uma calça moletom branca.

Voltei ao meu quarto e caminhei em direção ao criado-mudo, peguei meu celular e vi se havia algo importante, mas não tinha nenhuma notificação. Ativei o despertador para me acordar as oito da noite, para que eu não dormisse tanto. Deitei-me na cama e mais uma vez pude ouvir meu corpo agradecendo.

Quinta-feira, nove e dezesseis da manhã.

Ouvi a voz de Demetria me chamando e acordei lentamente. Abri meus olhos e quando minha visão entrou em foco vi que estava em meu quarto e quem me chamava não era Demetria, mas sim, Edith. Ela segurava uma bandeja de café da manhã.

- Bom dia, senhor Nicholas. – Falou e sorri dócil.

- Bom dia, Edith. – Falei e me sentei na cama. – Que horas são? – Perguntei, esfregando meus olhos.

- Nove e pouca. – Respondeu.

- Da noite? – Perguntei.

- Da manhã, senhor. Quem toma café da manhã de noite?! – Perguntou e riu.

- Eu deveria ter acordado ontem pra telefonar pra Demetria. Acho que dormi demais. – Falei  alarmado.

- E não é pra menos o senhor ter dormido demais. Esses dias foram bem cheios. – Falou preocupada. – O senhor Mikey ligou pra cá de manhã cedo, hoje cedo, logo que cheguei e me contou o que aconteceu. Ele pediu para que eu cuidasse de você. E é isso que estou fazendo. – Colocou a bandeja ao lado de meus pés. – O senhor tem que se cuidar. – Conclui.

- Tenho é que cuidar de Demetria. – Retruquei.

- Não vai poder cuidar da senhorita Demetria se estiver fraco. Você deve estar pra forte para ajuda-lo. E nada melhor do que um café da manhã com tudo o que senhor gosta. Coma e depois telefone pra Demetria. – Falou zelosa. Apenas suspirei e concordei com a cabeça, vendo Edith sair do quarto.

Não tinha o que retrucar. Edith está certa, eu preciso me cuidar para cuidar de Demetria. Não adiantará nada se nós estivermos doentes. Preciso cuidar da minha menina.

Olhei para a bandeja e a puxei para que ficasse próxima de mim. É, realmente tinha as comidas que eu mais gostava. Não sei o que seria da minha casa e do meu estômago sem Edith. Ela havia feito panquecas, suco de laranja, café, sanduíches, waffles, torradas com geleia de pasta de amendoim - minha favorita – e até brownie de chocolate e caramelo. Senti-me no paraíso. Comecei a comer um pouco de tudo lentamente.

Onze e quarenta e um da manhã.

Depois que terminei meu café, telefonei para o quarto onde Demetria estava. Nos falamos horas e ela parecia estar melhor, estava bem animada enquanto falava comigo. Disse que estava com saudades e louco para vê-la. Enquanto conversamos lembrei do nosso filho e lembrei também que quando dei a notícia a Demetria, ela não havia ficado tão abalada quanto eu. Isso me fez pensar na possibilidade dela saber que estava grávida e não ter me contado. Mas não podia ser.  Demetria não esconderia algo tão sério. Se ela soubesse com certeza me diria, pediria minha ajuda e nos tentaríamos resolver isso juntos.

Afastei esses pensamentos e comecei a ocupar minha cabeça com as coisas que deveria fazer agora. Telefonei para Chad e pedi para que ele me deixasse informado sobre tudo o que acontecesse na empresa, que me mandasse tudo pelo meu email pessoal. Telefonei para minha nova secretária e pedi que ela fizesse o mesmo.

Comecei a arrumar uma pequena mochila, colocando algumas coisas que precisaria enquanto fosse passar a noite com Demetria. Coloquei alguns livros, o notebook e alguns DVDs, caso ela queria assistir algo diferente da programação local da televisão.

Depois de arrumar tudo, sai do quarto - já vestido com algo que não fosse o pijama - e desci a escada, indo em direção à cozinha, onde Edith estava. Ela avisou que o almoço já estava pronto. O prato do dia era nada mais que massa com molho, bolo de carne e purê de batata. Simples, mas delicioso. E um dos meus pratos favoritos. Acabei almoçando ali no balcão da cozinha mesmo. Não havia sentido preparar a sala de jantar ou a mesa da cozinha, sendo que eu almoçaria sozinho.

Quando terminei de almoçar já passava do meio-dia e, para mim, já estava na hora de ir ver Demetria. Entrei em meu quarto e segui em direção ao banheiro, onde escovei os dentes. Voltei ao meu quarto e arrumei minha mochila uma vez, colocando dentro dela as últimas coisas que faltavam.

Saí de meu quarto, deixando a porta fechada, e caminhei pelo corredor até chegar a escada, onde desci. Segui em direção a cozinha e me despedi de Edith, avisando a ela que só voltaria amanhã de noite. Deixei meu quarto e fui até o elevador, onde apertei o botão para chama-lo. O mesmo veio em poucos minutos e eu entrei, encontrando-o vazio. Apertei o botão da garagem.

O elevador parou no andar da garagem e saí, caminhando em direção ao meu carro. Quando me aproximei de meu carro, retirei a chave do bolso da minha mochila e abri a porta, entrando no mesmo. Coloquei a chave na ignição e liguei o carro, dando partida rapidamente. Dirigi em direção ao hospital.

O trânsito estava meio tumultuado por causa do horário, mas consegui chegar ao hospital sem muita demora. Estacionei o carro na garagem interna do hospital e saí do mesmo, trancando-o. Caminhei até a entrada alternativa do hospital e entrei no mesmo, indo em direção ao elevador, onde entrei. Apertei o botão do andar dos quartos particulares.

O elevador parou e eu sai, caminhando em direção até o quarto onde Demetria se encontrava. Ao chegar em frente do mesmo bati levemente na porta e entrei. Dianna e Eddie estavam ali com Demetria. Eles estavam rindo.

- Demorei muito? – Perguntei, entrando e fechando a porta.
- Quase nada. – Demetria respondeu e sorriu. Larguei a mochila no canto do quarto e me aproximei dela.
- Como está? – Perguntei, dando um beijo em sua testa.
- Melhor. – Respondeu. – Fiz muitos exames e parece que semana que vem já receberei alta. – Comentou animada.
- Isso é bom! – Falei animado por vê-la assim. – E a fisioterapia? – Perguntei.
- Depois que receber alta já posso marcar. – Respondeu.
- Isso também é bom. – Falei e ela riu.
- Então, Eddie e eu já vamos... – Dianna falou, levantando-se. – Você vai cuidar ela, não é, Nicholas? – Perguntou me encarando.
- É claro que sim. – Respondi sério. Ela apenas assentiu e se aproximou de Demetria.
- Amanhã eu volto. – Dianna beijou suavemente o rosto dela.
- Não se preocupe. Vá pra casa e descanse, mãe. – Demetria falou dócil.

Eddie se despediu de mim e de Demetria e saiu do quarto junto com Dianna. Sentei-me na poltrona que antes Dianna ocupava.

- Então, o que faremos? – Demetria perguntou me encarando.
- Trouxe alguns filmes. – Respondi e apontei pra mochila. Ela sorriu divertida.
- E está esperando o que pra colocar? – Perguntou. Ri.

Levantei e peguei a mochila, abrindo-a e procurando os DVDs. Peguei o filme I Now Pronounce You Chuck and Larry, que é um dos meus filmes favoritos do Adam Sandler, que é o meu ator favorito, por sinal. Coloquei o filme no aparelho de DVD, que havia sob a televisão do hospital, e dei play. Logo o filme começou.

Durante toda a manhã, Demetria e eu ficamos assistindo filmes. Trouxe apenas filmes de comédias, pois nada melhor do que um filme que te faça rir quando você está no hospital. Ouvi-la rindo fez com que eu me sentisse muito melhor. Era tão bom vê-la rir e o sorrir depois de tudo o que aconteceu, essa era a única alegria que tenho no momento. Porém, eu não estava conseguindo me concentrar no filme, pois aquela sensação de incomodo ainda estava em mim. Queria saber se Demetria sabia ou se estava grávida. Se ela havia mentindo ou não para mim.

- O que você tem? – Demetria perguntou, me despertando de meus pensamentos. – Está tão quieto. – Emendou.
- Estou pensando. – Respondi incerto.
- Sobre? – Perguntou. Suspirei cansado.
- Demetria, você sabia que estava grávida? – Perguntei direto. Ela se remexeu desconfortável na cama. 

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Capítulo 90 postado atrasadinho, mas tá aí. Hm, gente o que será que vai acontecer né? Nick todo incomodo com fato de não saber se Demi sabia ou não se estava grávida. Me contem aí o que cês acham que vai rolar nesses cinco últimos capítulos finais. Beijocas e até segunda-feira!