"Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam, e então, você encontra uma pessoa, e a sua vida muda. Para sempre."
(Love & Other Drugs)

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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Capítulo 70: Queria lhe pedir desculpas.

Capítulo Anterior:
Estava agradecendo por ter me entendido com Selena, pois só ela conseguiria me pôr pra cima da maneira Selena de ser. E era exatamente disso que eu precisava: uma tarde inteira com minha melhor amiga. 



Capítulo divido:
Parte I. 

Demi's POV

Sexta-feira, sete horas da noite. 

Estava me encarando no espelho de meu quarto. Estava pronta. Era hoje. Hoje eu teria que aguentar Nicholas e sua noiva perfeita (e totalmente sem graça) por algumas horas, enquanto fingia estar bem. Eu aguentaria. Eu sei que aguentaria. E mesmo se não aguentasse, eu só precisava encher a cara com alguma bebida forte, quando chegasse á boate. 

Meu vestido era justo, vermelho e longo, com alças finas e um rasgo na lateral da perna esquerda, e seu decote era V. Meus cabelos loiros estavam soltos, com uma trança em cada lado e juntando-as no final atrás da cabeça, e as pontas estavam mais onduladas. Meu sapato era todo preto. Minha maquiagem era preta e meu batom era vermelho sangue, igual ao vestido. Estava tudo ok! Mostraria a Nicholas que eu estava melhor do que nunca. 

- Você está tão linda! – Mamãe falou sorridente, assim que me viu no fim da escada. 
- A beleza é de família! – Eddie falou. Sorri para eles. 
- Ok, vocês parem de me elogiar, porque vocês dois estão maravilhosos! – Falei, sorrindo. Eles apenas sorriram. Mamãe vestia um vestido amarelo, com gola alta, sem mangas e com as costas abertas. Seu sapato era azul-marinho, seus cabelos estavam presos num coque charmoso e sua maquiagem era leve. Eddie usava um smoking verde-escuro. 
- Ah, Demetria, eu coloquei sua mochila em meu carro, no banco traseiro onde você sentará. – Eddie avisou. 
- Ok, obrigada, Ed! – Falei e sorri. Eu havia lhe apelidado "Ed" com o passar dos tempos de convivência. 
- Já que estamos todos prontos, melhor irmos. Não posso me atrasar. Tenho que ver se está tudo certo antes dos convidados chegarem. – Mamãe falou séria. 

Saímos de casa e caminhamos em direção ao Porsche Cayenne vermelho de Eddie, assim que mamãe fechou a porta da casa. Eddie entrou no banco do motorista e mamãe no do passageiro, enquanto eu entrei no banco traseiro. Vi minha mochila ao meu lado. Coloquei naquela mochila roupas que usaria para ir á boate. Óbvio que eu iria direto para boate depois do jantar. Tiffany e Jennifer iriam me buscar quando eu ligasse para uma delas. E Selena mais uma vez não iria. Ficaria com Mikey. Não vou julga-la. Aposto que se eu tivesse oportunidade iria ficar com Nicholas. Suspirei ao pensar nisso. Eu devia me proibir de pensar coisas desse tipo, mas às vezes era difícil. 

Durante o caminho até o salão, onde ocorreria o jantar, somos escutando Frank Ocean. Eddie é fã dele! E não posso negar que acabei adorando as músicas. 

Graças ao trânsito não demoramos a chegar ao tal salão. E que salão! 
Era o salão da Marinha do país. Digamos que não seja o lugar mais fácil pra se fazer uma festa e eu estava mais impressionada ainda, porque foi mamãe que arranjou tudo. Ok, minha mãe é muito foda! Que orgulho! O salão ficava bem em frente ao mar, onde ficava algumas das embarcações, e isso dava uma paisagem perfeita. Quando chegamos já estava escuro e a lua já estava brilhando no céu estrelado.

Eddie estacionou o carro bem em frente, saímos e ele entregou a chave para o manobrista. Tivemos que parar na entrada para tirarmos fotos para sair uma matéria idiota do jornal, sem contar que também havia alguns paparazzis para revistas de fofoca. Eles fazem isso em todos os eventos da empresa, segundo mamãe. 

Depois das mil fotos, com os flashes que quase me deixaram cega, entramos e caminhamos em direção á mesa, que estava reservada para nós. Eddie e eu sentamos enquanto mamãe pediu licença e foi falar com os organizadores oficiais da festa, para ver se tudo estava certo. 
Não demorou muito e mamãe logo voltou, se juntando a nós e sentando ao lado meu lado e ao lado de Eddie, ficado em nosso meio. Eles começaram a falar de um papo muito chatos e às vezes eu me inteirava no assunto, quando entendia sobre algo ou quando falavam sobre viagens e faculdades. Aos poucos o salão ia se enchendo, as pessoas sempre passavam em nossa mesa, cumprimentando Eddie e mamãe, e mamãe fazia questão de me apresentar a elas. Posso dizer que recebi vários elogios e isso me fez ficar ainda mais confiante sobre a noite de hoje. Também tivemos que tirar fotos várias e minhas bochechas já estavam doendo de tantos sorrisos falsos. 
Eu estava entediada e na maior parte do tempo fiquei mexendo no celular, conversando com Tiffany e Jennifer, falando como o jantar estava chato, e falando também com Selena, que demorava séculos para me responder, já que estava com Mikey. 

- Nicholas, finalmente! – Escutei a voz de Eddie soar animada. Não fiz questão de olhá-lo. Fiquei mexendo no meu celular, como se fosse a coisa mais importante do mundo, diferente da existência dele. 
- Eddie, Dianna! – Escutei sua voz rouca soar um tanto trêmula. 
- Olá, Eddie e Dianna. Vocês fazem um casal tão lindo! – Escutei a voz irritantemente insuportável de Olívia soar. Mais falsa impossível! 
- Fico feliz em ouvir isso, Olívia. – Eddie falou ainda animado. 
- Oi, Nicholas! – Mamãe falou. Olhei com o canto dos olhos para ela e a vi sorrindo. – E oi, Olívia. Muita gentileza da sua parte falar isso sobre Eddie e eu, mas acho que mesmo que não fizéssemos um casal lindo, continuaríamos juntos. – Mamãe falou educadamente grossa. Essa mulher é minha heroína! Soltei uma risada baixa da cara de cu que Olívia fez. 
- Quem é essa criança? – Perguntou Olívia, encarando-me. Encarei-a. Ela tinha um sorriso vitorioso no rosto. Não sabia que Nicholas havia virado um prêmio. Lamentável. 
- Eu tenho de... – Mamãe me interrompeu. 
- É Demetria, minha filha. Você a conheceu quando fomos ao apartamento de Nicholas, quando ele se acidentou. Ela não é uma criança, por isso está aqui. – Mamãe respondeu do mesmo jeito de antes. Mamãe: 2 VS Olívia: 0. Repetindo: minha mãe é foda! Sorri de um jeito sarcástico para ela. E ela fez aquela cara de cu novamente. 
- Olá, senhor Jonas. – Falei fria, sorrindo falsamente, encarando Nicholas com desprezo. 
- Olá, Demetria. – Ele falou meio inseguro, eu diria. Ri baixo. Ele vestia um smoking gelo, perfeitamente alinhado a ele, diria até que foi feito medida. Deixando os braços elegantemente marcados, assim como suas pernas. Ele estava tão lindo! Os cabelos bem arrumados, a barba por á fazer. Ele sabe o quanto eu adorava quando ele deixava sua barba daquela maneira. Só de esfregar meu queixo nela já me sentia excitada. Balancei levemente minha cabeça, tentando esquecer esses tais pensamentos. 

Antes deles sentarem, tivemos que tirar uma ou duas fotos com eles. E adivinha quem ficou ao meu lado? Isso mesmo: Nicholas. 
Quando senti o corpo dele tão próximo ao meu, achei que não fosse suportar. Quando senti o perfume dele tão perto de mim, tive vontade de sair correndo. Mas, quando senti a mão dele em minha cintura, quando senti seu toque novamente, depois de tanto tempo, todo meu corpo se arrepiou. E ele apareceu notar, pois me olhou fixamente. Na verdade, acho que ele sentiu tudo o que eu senti. Seu olhar transmitia isso. Mas ao olhar aqueles olhos, lembrei de tudo o que ele falou para mim, naquele dia em minha casa, e desviei meus olhos dos dele. 
Sentamos novamente na mesma mesa. Sentei no mesmo lugar de antes, assim como mamãe e Eddie, enquanto Nicholas sentou bem na minha frente (só para piorar a situação) e Olívia ao seu lado. 

Assim que todos os convidados estavam presentes (os importantes, pelo menos) a assistente de marketing da empresa, Broken, foi ao palco junto com mamãe, Nicholas e mais os sócios. Broken fez um discurso entediante e eu quase dormir, para ser sincera. Depois Nicholas tomou o microfone e falou um pouco da empresa e dos funcionários e blahblahblah. Eu fiquei me perguntando porquê diabos mamãe foi ao palco. Enfim. Depois de toda aquela palhaçada e introdução chata, Nicholas avisou que uma surpresa estava por vim. Obviamente, a tal surpresa era relacionada á nova coleção. Ninguém precisa ser inteligente para saber. 
- Com licença. – Falei, me levantando. Isso chamou a atenção de todos para mim e acabou com o falatório insuportável de Olívia. E eu adorei isso! 
- A onde você vai, filha? – Mamãe perguntou.
- Vou ao bar. – Respondi direta. Mamãe sabia que eu bebia socialmente...
- Hm, certa. Não beba muito, querida. – Falou calma, mas séria. Apenas assenti com a cabeça. 

Caminhei lentamente em direção ao bar, que era do outro lado do salão. 
Sentei na banqueta, que era em frente ao balcão de vidro. O barman, que por sinal é uma gracinha, veio me atender. Sorri maliciosa pra ele, que me devolveu um sorriso igual. 
- O que a senhorita vai querer? – Perguntou, o moreno de olhos verdes. 
- Vodka com gelo e limão. – Respondi. 

Depois de alguns minutos meu pedido veio. 
Quando eu ainda estava no meu segundo copo de vodka, uma música lenta, começou a tocar. Olhei para pista de dança e vi Nicholas dançando com Olívia. Minha vontade de beber álcool se tornou uma urgência. Comecei a beber rapidamente e logo em seguida pedia um outro copo. E depois, outro, outro e sucessivamente assim. Às vezes eu pedia uma água, para combater o álcool. Não me sentia bêbada, pelos menos, não ainda. 
Aquela cena romântica estava me dando enjoo. Olhava para os dois e sentia nojo. 
- Bebe pra afogar as mágoas ou afoga as mágoas por que bebe? – Escutei uma voz conhecida soar ao meu lado. Estremeci. Virei para o lado e encontrei Joseph. Ele vestia um smoking azul-escuro e os cabelos estavam bem cortados, a barba feita. Ele estava diferente. Um diferente bom e gostoso. 
- Joseph. – Falei surpresa. Tentei não demonstrar medo ou insegurança perto dele. 
- Demetria. – Pronunciou meu nome, mas tentando me imitar. Sorri de lado. 
- Joe... – Falei seu apelido. Eu sabia o quanto ele odiava quando o chamava pelo nome e de vingança chamava o meu, porque sabia que eu também não gostava. 
- Demi! – Sorriu. 
- O que está fazendo aqui? – Perguntei, querendo não parecer tão curiosa. Depois das cosias que aconteceram entre nós tinha receio. 
- Primeiro digo que não estou te perseguindo. – Ri. – Passei alguns meses fora, na Espanha, na casa de verão de meu tio, que mora aqui em Los Angeles e é sócio da Jonas Entrepise. Nesses meses que estive fora, andei pensando muito sobre a minha vida e o que fiz nela. Então, antes demais nada, queria lhe pedir desculpas, Demi. Por tudo o que fiz. Estou tentando mudar e só conseguiria tendo essa conversa com você. – Falou calmo. Pude ver sinceridade em seus olhos. 
- Tudo bem, Joe. Eu nunca conseguiria guardar algum tipo de magoa por você e acho tu sabe disso. – Falei e sorri de lado, mas sem mostrar os dentes. 
- Fico feliz em ouvir isso. – Ele sorriu. – Amigos? – Perguntou, levando sua mão. 
- Amigos! – Respondi e sorri de verdade agora, apertando sua mão. Ele beijou minha mão. 
- Acho que vou lhe acompanhar na bebida. – Falou, sentando-se ao meu lado. Ele fez seu pedido. – Posso te fazer uma perguntou? – Me encarou. 
- Você já está fazendo. – Respondi divertida. Ele fez uma careta. – Pode sim. – Falei risonha. 
- Você e Nicholas terminaram, não é? – Perguntou sério. Fiquei com a expressão confusa. Eu sabia que ele sabia que Nicholas e eu estivemos juntos, mas não sabia como responder isso. – Qual é, Demi?! Sei que vocês estão ou estavam juntos. Acha que eu esqueci aquele dia em que ele te "salvou" de mim. – Falou sério.
- Não adianta tentar mentir, né?! – Falei receosa. Ele negou com a cabeça. – Nós estávamos juntos. Como você pode ver agora ele está com a Miss Perfeição. – Respondi sarcástica. – Parece que eu não sou boa o suficiente pra ele. – Comentei, dando um último gole em meu copo. Joe fez uma cara de surpresa que quase me fez rir. 
- É uma pena. Ele não sabe o que perdeu. – Comentou. Aquilo me fez sorrir. – E ela nem é tudo isso. Aposto que nem dá um caldo direito. O gosto de Nicholas deve estar decaindo. – Comentou divertido, enquanto bebia o líquido em seu copo. As gargalhadas que eu dei foram tão altas, que atraiu alguns olhares. 

Joe e eu ficamos jogando conversa fora. Ele estava me contando como estava sua vida ultimamente e seus possíveis planos para o futuro. Seu tio era a única família que Joe tinha aqui em Los Angeles, o restante de seus familiares moravam em New Jersey. Ele contou que depois do que aconteceu entre nós, ele procurou seu tio e pediu ajuda. Ele ficou seis meses na Espanha, num tipo de tratamento. E isso pareceu funcionar muito bem. Ele estava ótimo! 
Joe também me contou que agora estava morando com seu tio e estava se preparando pra entrar na faculdade de administração, para depois assumir os negócios do tio. Digamos que seu tio era sozinho, não se relacionava muito bem com as pessoas (vulgo mulheres) e Joe era como um filho para ele. Então, Joe assumiria seus negócios se tudo desse certo futuramente.
Eu sinceramente estava adorando esse novo Joe. Estava me divertindo muito com sua companhia e encontrá-lo aqui foi a melhor coisa que aconteceu nesta noite. Sua companhia tornou tudo melhor e mais fácil. Eu até esqueci da existência de Nicholas e sua noiva. 

- Se importa se eu rouba-la por alguns instantes? – Escutei aquela voz rouca, atrás de mim. Meu corpo inteiro se arrepiou. Era ele. 
- Hm... – Joe pensou. – Claro que não, senhor Jonas. – Respondeu educadamente e piscou para mim. 

Encarei Nicholas, que tomou minha mão sem nem ao menos me deixar dizer que não queria dançar com ele. Olhei para Joe desesperada por ajuda e ele parecia se divertir com a cena. Uma música calma e romântica começou a tocar no segundo que pisamos na pista de dança. Uma mão de Nicholas foi para minha cintura e a outra pegou minha mão. Minha mão livre foi parar em seu ombro direito. Não ousei encara-lo momento algum. Me mantive com a cabeça baixa, como um filhote assustado. Ele começou a me conduzir e começamos a dançar, movendo nossos corpos lentamente.

- Joseph parece estar muito bem. – Nicholas falou com o tom de voz frio e ao mesmo tempo sarcástico. Senti uma pitada de ciúmes naquela frase. Suspirei, antes de finalmente encara-lo. Seus olhos castanhos-esverdeados estavam mais escuros, opacos. Sem brilho ou emoção. Ele não estava feliz, mas por quê?
- É, ele está ótimo! – Concordei sem emoção na voz. 
- Você está maravilhosa! – Falou, encarando meus olhos fixamente. 
- Obrigada, senhor Jonas. – Agradeci, ainda sem emoção na voz. 
- Vamos deixar a formalidade, Demetria. Sabemos que não precisamos disso. – Falou. 
- Eu não sei de nada relacionado ao senhor. Aliás, nem sei por que me convidou para dançar. Sua noiva não deve estar gostando de ver o senhor dançando com outra mulher. Quer dizer, com uma criança, que não serve para você. – Retruquei raivosa. A expressão dele se tornou triste. Ótimo, tinha deixá-lo triste. Um ponto para mim!
- Você sabe como estragar um clima. – Falou sarcástico. E ele vestiu sua mascara de superioridade mais uma vez. 
- E você sabe como estragar tudo. Sabe como enganar as pessoas, iludi-las e magoa-las. Quer coisa pior que isso? Acho que não tem! – Retruquei novamente com raiva.
- Não fale isso. – Falou calmo. Ele parecia realmente magoado. E quer saber? Eu não me importava. Aliás, eu me importava sim. Estava adorando vê-lo assim. 
- Não irei falar mais nada. – Falei me afastando brutalmente dele e caminhando até o banheiro feminino. 

Entrei no banheiro e me olhei no espelho e tive vontade de chorar, mas não o fiz. Não deixaria Nicholas saber que me magoou de tal forma. Eu seria forte. Eu sou forte. 
A porta do banheiro se abriu lentamente e vi pelo espelho Olívia entrar, com seu vestido dourado Chanel caríssimo. Ela continha um sorriso vitorioso no rosto. 
- Deve ser triste ver aquilo que você mais deseja tão perto e ao mesmo tempo tão longe, não é? – Perguntou sarcástica, se aproximando. 
- Não sei do que você está falando. – Respondi, me virando para encara-la. Ela riu. 
- Ah, você sabe sim. E como sabe. Nicholas. – Falou, parando na minha frente e cruzando os braços abaixo dos seios. 
- Não me importo com ele, se é o que você quer saber. – Falei seria. 
- Ele quem não se importa com você, meu bem. Demetria, olhe para mim e olhe para você. Eu sou tudo aquilo que você nunca será. Nicholas está muito melhor agora comigo, com alguém do nível dele. – Falou superior. 
- Fico feliz em saber que ele não se importa comigo. Isso mostra que o sentimento é recíproco. – Falei. – Eu olho para você e sinto ânsia de vomito. Então, agradeço por nunca ser o que você é. E mais, se o Nicholas está com a alguém do nível dele, então, o nível dele decaiu bastante. Lamentável. Porém, nada mais da vida dele me interessa. Estou tentado viver minha vida e estou muito bem ultimamente. Aliás, eu tenho só a te agradecer por ter tirado alguém tão mesquinho como ele da minha vida. Então, Olívia, querida, obrigada. – Me desencostei da pia e caminhei até a porta do banheiro. Parei na porta e me virei para ela, que continha uma expressão de raiva no rosto. – E faça bom proveito dele. Afinal de contas, vocês dois são do mesmo nível e se me merecem infinitamente. – Falei com um sorriso vitorioso no rosto. A expressão de Olívia me fazia rolar de rir por dentro. Tive até vontade de tirar uma foto da vadia. Abri a porta e saí. 

Levei um susto ao dar de cara com Nicholas ao sair do banheiro. A expressão dele era incrédula. Tive certeza de que ele escutou tudo o que eu falei. Mas sinceramente? Não me importava. Foda-se! 
- Eu escutei tudo. – Confessou, me encarando seriamente. 
- E daí? Quer que eu me sinta culpada por falar o que penso de você e da sua noiva? – Perguntei. Quando ia me afastar, ele segurou meu braço com delicadeza, o que me fez parar. 
- Demetria, as coisas nem sempre são como você pensa. – Falou serio. 
- Jura? Não me importo. – Retruquei. Uma música agitada começou a tocar. – Agora, com licença, senhor Jonas. Uma das minhas músicas favoritas está tocando. – Falei puxando meu braço e saindo dali de uma vez por todas. 

Caminhei até a pista de dança e vi Joe dançando, ele estava de costas para mim, dançando com alguns jovens, que pareciam ser da nossa idade. Cheguei perto dele, abraçando-o por trás e começando a mover meu corpo junto com o dele. Ele uniu nossas mãos. 
Tentava dançar o mais comportada possível, sem rebolar e me esfregar muito em Joe, mas às vezes era impossível. Me deixava levar pela música e quando via, já estava dançando da minha maneira descarada e sem pudor de ser. 

- Acho que conseguimos uma plateia. – Joe sussurrou em meu ouvido. Nesse momento eu estava posicionada na frente dele, mas de costas. Ele tinha suas mãos em minha cintura, me apertando com força contra ele, e as minhas mãos estavam em sua nuca. Abri meus olhos e vi algumas pessoas nos encarando fixamente. Alguns nos encaravam com luxúria, admiração e outros com desprezo e desaprovação. Apenas ri do comentário de Joe e voltei a dançar. 

Horas depois, o DJ anunciou que o jantar seria servido e colocou uma música ambiente. Me despedi de Joe e voltei a sentar ao lado de minha mãe. Encarei Nicholas e ele me olhava com raiva. Me arrisco a dizer que era ciúmes. Não conseguia o entender. Ele me dava um chute na bunda e depois ficava atrás de mim, dizendo coisas sem sentido. Tem homem mais complicado que esse? Olívia, que estava ao seu lado, estava com uma cara de cu. E mais uma vez eu estava adorando isso. Acho que essa noite era especialmente para mim (ou minha).

Depois que todos comeram, o DJ fez outro anúncio, dizendo que em poucos minutos o presidente-chefe da empresa subiria no palco e apresentaria a tal surpresa. 

Mamãe levantou e foi até o palco, chamou o nome de Nicholas e ele se levantou, recebendo vários aplausos, e caminhou até o palco. Ele começou a falar sobre a empresa, como todos trabalhavam bem e como todos eram uma ótima equipe, de muito respeito e admiração. Enquanto ele falava tudo isso, um telão enorme era transmitido atrás dele, com fotos e informações. Depois dessa bela introdução, Nicholas relevou a grande surpresa: a coleção de novembro. Agradeceu os sócios, acionistas e promotores. Agradeceu também as equipes de designers e o restante das pessoas que trabalhavam na impecável produção das joias. 
- Nesse meio tempo eu acabei criando algumas peças, que entraram para coleção nova, e eu gostaria de dedica-las a mulher que eu amo, minha futura esposa, Olívia. – Falou sério. Sem sorrisos. 

Antes de Olívia levantar, ela me encarou e sorriu vitoriosa, feito isso, ela caminhou em direção ao palco e no meio do caminho recebeu vários aplausos. Ao chegar no palco ela agarrou Nicholas e o beijou na frente de todos. E mais aplausos para o lindo casal. 

Senti meu coração apertando. Eles pareciam tão certos juntos, tão felizes e isso me doía, porque eu não queria pensar nisso. Não queria pensar neles. 
- Eu já posso ir embora? – Perguntei em voz baixa, encarando mamãe, assim que ela voltou á mesa. Ela assentiu com a cabeça e eu levantei. 

Pedi a Eddie que me acompanhasse até seu carro, para eu poder pegar minha mochila. Saímos e o manobrista foi pegar o carro. Peguei minha mochila e voltei ao salão junto com Eddie. Ele voltou ao salão, enquanto eu segui caminho para o banheiro. Vi que Nicholas já estava sentado novamente em seu lugar e Olívia estava agarrando em seu pescoço, falando alguma besteira em seu ouvido enquanto sorria de um jeito malicioso. Aquilo me deu ainda mais nojo, apesar da cara de Nicholas expressar puro tédio. 

Entrei no banheiro e abri a porta de uma das cabines, entrando na mesma. Retirei com dificuldade meu vestido e vesti no lugar um cropped vermelho, com alças finas, que deixava meus seios bem realçados e minha barriga à mostra, uma calça jeans alta clara rasgada e, por último, vesti um blazer preto por cima. Calcei coturno preto e desfiz as tranças nas laterais de meu cabelo, baguncei meu cabelo e joguei-o para o lado. Saí da cabine e me olhei no espelho, retoquei minha maquiagem, deixando ainda mais forte. Estava pronta! Me sentia sexy!
Peguei meu celular e telefonei para Tiffany, avisando-a que eu já estava pronta e ela podia vir me buscar. Enfiei tudo na mochila, sem nem dobrar, e saí do banheiro. 

Levei um (outro) susto ao dar de cara com Joe na porta. Ele me encarava de um jeito... Malicioso. 
- Não vai ficar até o final da festa? – Perguntou. Ele fedia fortemente a álcool. 
- Vou sair. – Respondi curta. 
- Achei que você iria ficar até o final... – Falou, me encurralando na parede. –... E eu estava pensando que nós poderíamos sair depois e fazer algo juntos. – Completou, acariciando meu braço e meu queixo. 
- Joe, combinamos que seríamos só amigos. Nada mais que isso. – Falei, afastando suas mãos de mim. 
- Mas podíamos relembrar os velhos tempos. Só as partes prazerosas. – Sussurrou em meu ouvido. 
- Não, Joe! – Falei mais alto que o necessário. Ele riu. Riu daquela forma psicótica de antes. 
- Por que não, Demi? Nicholas está noivo de outra. Ele não quer saber de você e por que tu fica aí se martirizando por ele? – Perguntou raivoso. 
- Não estou me martirizando por ele. E eu sei de tudo isso. Só não estou afim de você. Só quero tua amizade, nada mais do que isso! – Respondi ríspida. – Agora me solte, antes que eu comece a gritar. – Ameacei-o. 

Ele não falou nada, apenas me soltou e se afastou. Quando Joe saiu da minha frente, vi que Nicholas estava atrás da coluna, que havia entre o corredor, que ia para o banheiro. Encarei-o assustada e ele se afastou rapidamente, como se nada tivesse acontecido. 
Tiffany me mandou uma mensagem dizendo que já tinha chego. Caminhei em direção á mesa de mamãe. Nicholas já estava ali. Ele estava com o maxilar travado, o olhar sério, a boca alinhada e o cenho franzido. Em outras palavras, ele estava puto da vida. Me despedi de minha mãe e de Eddie, e tentando dar uma de educada, me despedi de Nicholas (que nem me olhou) e Olívia, que não fez muita questão de se despedir de mim, mas também não conseguiu negar o quanto estava feliz por me ver ir embora. 

Saí do salão sem olhar para trás. A noite não tinha sido tão ruim, eu consegui segurar bem as pontas, contando com o ocorrido de agora pouco com Joe. 
O carro de Tiffany estacionou o carro um pouco longe do salão. Caminhei em direção ao seu carro, que estava com as portas destravadas. Entrei no banco traseiro e coloquei minha mochila ao meu lado. Cumprimentei as garotas e Tiffany meteu o pé no acelerador em direção a Exchange LA, uma boate. 


Quatro e quinze da madrugada. 

Eu já tinha perdido as contas de quantos copos de Vodka com limão e cerveja havia bebido, só sabia que sentia todo meu corpo quente, fervendo e eu estava dançando sem pudor algum. Dançava em cima de uma mesa, que tinha pole dance, esfregando todo meu corpo nele, rebolando, subindo e descendo de acordo com a batida da música. Eu estava podre de bêbada e sabia disso, mas não me importava. Vários homens estavam ao redor da mesa, me elogiando, pedindo para sair comigo e assobiando. 

Quando percebi que minha bebida acabou, desci de cima da mesa, recebendo vários aplausos, e caminhei até o bar. Ao chegar no bar tive a impressão de ver Nicholas, mas achei impossível. Uma hora dessas ele deveria estar em casa fazendo algo com Olívia (tipo, fodendo ela). Achei melhor parar de beber, antes que começasse a ver coisas. 
Procurei Tiffany e Jennifer, que estavam dançando na pista. Me aproximei delas, assim que as encontrei. 
- Arrasou, Demi! Virei sua fã! – Tiffany falou animada. 
- Ninguém te segura hein, garota! – Jennifer falou da mesma maneira. Ri. 
- Vou lá fora tomar um ar. – Falei com a voz arrastada.

Caminhei em direção á porta dos fundos da boate e saí pela mesma. Senti o vento gelado tocar meu rosto e isso me trouxe um certo alívio. Minha visão estava meio embaçada. Caminhei aos tropeços até uma parede de vidro e me encostei na mesma. Ali estava mais calmo, tinha menos barulho.
Fechei os olhos e a primeira coisa que veio em minha mente foi Olívia beijando Nicholas. Acho que foi uma má ideia parar de beber e vir aqui pra fora. 

Minutos depois, abri meus olhos e me deparei com Joe, me encarando fixamente. Ah, não! Merda. 
- Joe? O que você querrrr? – Perguntei. Minha voz estava arrastada e eu atropelava as palavras na hora de falar. 
- Quero você. – Respondeu serio. Seu semblante era sério, frio. 
- Joeee, parrrra com isssso. Eu tô bêbada e não tô pensssando direito. – Falei. 
– Você vai gostar! – Falou. 
- Como você me achou? – Perguntei. 
- Eu te segui até aqui e fiquei esperando você ficar sozinha, para nós finalmente termos nosso momento juntos. – Respondi. Senti suas mãos em minha cintura.           
 - Nãããão, Joe. Parrrra. – Pedi. 
- Relaxa, eu não vou fazer nada que você não vá gostar. – Sussurrou em meu ouvido. – Vamos relembrar os velhos tempos. – Senti seus lábios em meu pescoço. Senti uma vontade enorme de vomitar. 
- Não, Joe, porrrrr favorrrr. Eu não querrrrrro! – Falei, batendo minhas mãos seu peito. 
- Demi, seja uma boa menina. Não quero te machucar! – Ele falou bruto e segurou meus pulsos com força. Senti seus lábios roçando nos meus. 
- Eu creio que a senhorita disse não. – Escutei a voz de Nicholas soar irritada e senti Joseph se afastar de mim rapidamente. 


Ele estava ali! 

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Primeira parte do capítulo 70 postado, babies! Preparem o coração de vocês, porque esses próximos capítulos vão ser emocionantes (e posso dizer que são meus caps favoritos!). Espero que vocês gostem e comentem, e tô começando a achar que se vocês comentam pouco num capítulo é porque ele tá ruim ou vocês não gostaram (ou os dois). WHATEVER! Comentem o que cês acham. Beijocas, até sexta-feira!

4 comentários:

  1. O-M-F-G, sabia que ela ia de vermelho pra arrasar com Nick, quero um pov dele só por essa parte kk' não deu nem tempo de preparar o coração pros proximos, você já estraçalhou ele neste capitulo, ataque cardíaco assim que o Joe apareceu, sempre gostei quando ele aparece por esse motivo é uma pessoa horrível mas só ele consegue fazer Nemi se reencontrar e acabar com meus sentimentos. O pessoal parece que tem preguiça de comentar, só pode pq ler eu sei que bastante gente lê, sua fic é muito boa nao é possivel, comentem galera
    Ass.: Cys

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  2. Aí meu Deus, como ousa parar aí? Mais mais mais
    Louca pelo próximo. Aaaaaah
    Beeijos :)

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  3. Mais mais e mais por favor!

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