Capítulo Anterior:
Estava agradecendo por ter me entendido com Selena, pois só ela conseguiria me pôr pra cima da maneira Selena de ser. E era exatamente disso que eu precisava: uma tarde inteira com minha melhor amiga.
Estava agradecendo por ter me entendido com Selena, pois só ela conseguiria me pôr pra cima da maneira Selena de ser. E era exatamente disso que eu precisava: uma tarde inteira com minha melhor amiga.
Capítulo
divido:
Parte
I.
Demi's
POV
Sexta-feira, sete horas da noite.
Estava me encarando no espelho de meu quarto. Estava
pronta. Era hoje. Hoje eu teria que aguentar Nicholas e sua noiva perfeita (e
totalmente sem graça) por algumas horas, enquanto fingia estar bem. Eu
aguentaria. Eu sei que aguentaria. E mesmo se não aguentasse, eu só precisava
encher a cara com alguma bebida forte, quando chegasse á boate.
Meu vestido era justo, vermelho e longo, com alças
finas e um rasgo na lateral da perna esquerda, e seu decote era V. Meus cabelos
loiros estavam soltos, com uma trança em cada lado e juntando-as no final atrás
da cabeça, e as pontas estavam mais onduladas. Meu sapato era todo preto. Minha
maquiagem era preta e meu batom era vermelho sangue, igual ao vestido. Estava
tudo ok! Mostraria a Nicholas que eu estava melhor do que nunca.
- Você está tão linda! – Mamãe falou sorridente, assim
que me viu no fim da escada.
- A beleza é de família! – Eddie falou. Sorri para
eles.
- Ok, vocês parem de me elogiar, porque vocês dois
estão maravilhosos! – Falei, sorrindo. Eles apenas sorriram. Mamãe vestia um
vestido amarelo, com gola alta, sem mangas e com as costas abertas. Seu sapato
era azul-marinho, seus cabelos estavam presos num coque charmoso e sua
maquiagem era leve. Eddie usava um smoking verde-escuro.
- Ah, Demetria, eu coloquei sua mochila em meu carro,
no banco traseiro onde você sentará. – Eddie avisou.
- Ok, obrigada, Ed! – Falei e sorri. Eu havia lhe
apelidado "Ed" com o passar dos tempos de convivência.
- Já que estamos todos prontos, melhor irmos. Não
posso me atrasar. Tenho que ver se está tudo certo antes dos convidados chegarem.
– Mamãe falou séria.
Saímos de casa e caminhamos em direção ao Porsche Cayenne vermelho de Eddie, assim
que mamãe fechou a porta da casa. Eddie entrou no banco do motorista e mamãe no
do passageiro, enquanto eu entrei no banco traseiro. Vi minha mochila ao meu
lado. Coloquei naquela mochila roupas que usaria para ir á boate. Óbvio que eu
iria direto para boate depois do jantar. Tiffany e Jennifer iriam me buscar
quando eu ligasse para uma delas. E Selena mais uma vez não iria. Ficaria com
Mikey. Não vou julga-la. Aposto que se eu tivesse oportunidade iria ficar com
Nicholas. Suspirei ao pensar nisso. Eu devia me proibir de pensar coisas desse
tipo, mas às vezes era difícil.
Durante o caminho até o salão, onde ocorreria o
jantar, somos escutando Frank Ocean. Eddie é fã dele! E não posso negar que
acabei adorando as músicas.
Graças ao trânsito não demoramos a chegar ao tal
salão. E que salão!
Era o salão da Marinha do país. Digamos que não seja o
lugar mais fácil pra se fazer uma festa e eu estava mais impressionada ainda,
porque foi mamãe que arranjou tudo. Ok, minha mãe é muito foda! Que orgulho! O
salão ficava bem em frente ao mar, onde ficava algumas das embarcações, e isso
dava uma paisagem perfeita. Quando chegamos já estava escuro e a lua já estava
brilhando no céu estrelado.
Eddie estacionou o carro bem em frente, saímos e ele
entregou a chave para o manobrista. Tivemos que parar na entrada para tirarmos
fotos para sair uma matéria idiota do jornal, sem contar que também havia
alguns paparazzis para revistas de fofoca. Eles fazem isso em todos os eventos
da empresa, segundo mamãe.
Depois das mil fotos, com os flashes que quase me
deixaram cega, entramos e caminhamos em direção á mesa, que estava reservada
para nós. Eddie e eu sentamos enquanto mamãe pediu licença e foi falar com os
organizadores oficiais da festa, para ver se tudo estava certo.
Não demorou muito e mamãe logo voltou, se juntando a
nós e sentando ao lado meu lado e ao lado de Eddie, ficado em nosso meio. Eles
começaram a falar de um papo muito chatos e às vezes eu me inteirava no
assunto, quando entendia sobre algo ou quando falavam sobre viagens e
faculdades. Aos poucos o salão ia se enchendo, as pessoas sempre passavam em
nossa mesa, cumprimentando Eddie e mamãe, e mamãe fazia questão de me
apresentar a elas. Posso dizer que recebi vários elogios e isso me fez ficar
ainda mais confiante sobre a noite de hoje. Também tivemos que tirar fotos
várias e minhas bochechas já estavam doendo de tantos sorrisos falsos.
Eu estava entediada e na maior parte do tempo fiquei
mexendo no celular, conversando com Tiffany e Jennifer, falando como o jantar
estava chato, e falando também com Selena, que demorava séculos para me
responder, já que estava com Mikey.
- Nicholas, finalmente! – Escutei a voz de Eddie soar
animada. Não fiz questão de olhá-lo. Fiquei mexendo no meu celular, como se
fosse a coisa mais importante do mundo, diferente da existência dele.
- Eddie, Dianna! – Escutei sua voz rouca soar um tanto
trêmula.
- Olá, Eddie e Dianna. Vocês fazem um casal tão lindo!
– Escutei a voz irritantemente insuportável de Olívia soar. Mais falsa
impossível!
- Fico feliz em ouvir isso, Olívia. – Eddie falou
ainda animado.
- Oi, Nicholas! – Mamãe falou. Olhei com o canto dos
olhos para ela e a vi sorrindo. – E oi, Olívia. Muita gentileza da sua parte
falar isso sobre Eddie e eu, mas acho que mesmo que não fizéssemos um casal
lindo, continuaríamos juntos. – Mamãe falou educadamente grossa. Essa mulher é
minha heroína! Soltei uma risada baixa da cara de cu que Olívia fez.
- Quem é essa criança? – Perguntou Olívia,
encarando-me. Encarei-a. Ela tinha um sorriso vitorioso no rosto. Não sabia que
Nicholas havia virado um prêmio. Lamentável.
- Eu tenho de... – Mamãe me interrompeu.
- É Demetria, minha filha. Você a conheceu quando
fomos ao apartamento de Nicholas, quando ele se acidentou. Ela não é uma criança,
por isso está aqui. – Mamãe respondeu do mesmo jeito de antes. Mamãe: 2 VS
Olívia: 0. Repetindo: minha mãe é foda! Sorri de um jeito sarcástico para ela.
E ela fez aquela cara de cu novamente.
- Olá, senhor Jonas. – Falei fria, sorrindo falsamente,
encarando Nicholas com desprezo.
- Olá, Demetria. – Ele falou meio inseguro, eu diria.
Ri baixo. Ele vestia um smoking gelo, perfeitamente alinhado a ele, diria até
que foi feito medida. Deixando os braços elegantemente marcados, assim como
suas pernas. Ele estava tão lindo! Os cabelos bem arrumados, a barba por á
fazer. Ele sabe o quanto eu adorava quando ele deixava sua barba daquela
maneira. Só de esfregar meu queixo nela já me sentia excitada. Balancei
levemente minha cabeça, tentando esquecer esses tais pensamentos.
Antes deles sentarem, tivemos que tirar uma ou duas
fotos com eles. E adivinha quem ficou ao meu lado? Isso mesmo: Nicholas.
Quando senti o corpo dele tão próximo ao meu, achei
que não fosse suportar. Quando senti o perfume dele tão perto de mim, tive
vontade de sair correndo. Mas, quando senti a mão dele em minha cintura, quando
senti seu toque novamente, depois de tanto tempo, todo meu corpo se arrepiou. E
ele apareceu notar, pois me olhou fixamente. Na verdade, acho que ele sentiu tudo
o que eu senti. Seu olhar transmitia isso. Mas ao olhar aqueles olhos, lembrei
de tudo o que ele falou para mim, naquele dia em minha casa, e desviei meus
olhos dos dele.
Sentamos novamente na mesma mesa. Sentei no mesmo
lugar de antes, assim como mamãe e Eddie, enquanto Nicholas sentou bem na minha
frente (só para piorar a situação) e Olívia ao seu lado.
Assim que todos os convidados estavam presentes (os
importantes, pelo menos) a assistente de marketing da empresa, Broken, foi ao
palco junto com mamãe, Nicholas e mais os sócios. Broken fez um discurso
entediante e eu quase dormir, para ser sincera. Depois Nicholas tomou o
microfone e falou um pouco da empresa e dos funcionários e blahblahblah. Eu fiquei
me perguntando porquê diabos mamãe foi ao palco. Enfim. Depois de toda aquela
palhaçada e introdução chata, Nicholas avisou que uma surpresa estava por vim.
Obviamente, a tal surpresa era relacionada á nova coleção. Ninguém precisa ser
inteligente para saber.
- Com licença. – Falei, me levantando. Isso chamou a
atenção de todos para mim e acabou com o falatório insuportável de Olívia. E eu
adorei isso!
- A onde você vai, filha? – Mamãe perguntou.
- Vou ao bar. – Respondi direta. Mamãe sabia que eu
bebia socialmente...
- Hm, certa. Não beba muito, querida. – Falou calma,
mas séria. Apenas assenti com a cabeça.
Caminhei lentamente em direção ao bar, que era do
outro lado do salão.
Sentei na banqueta, que era em frente ao balcão de
vidro. O barman, que por sinal é uma gracinha, veio me atender. Sorri maliciosa
pra ele, que me devolveu um sorriso igual.
- O que a senhorita vai querer? – Perguntou, o moreno
de olhos verdes.
- Vodka com gelo e limão. – Respondi.
Depois de alguns minutos meu pedido veio.
Quando eu ainda estava no meu segundo copo de vodka,
uma música lenta, começou a tocar. Olhei para pista de dança e vi Nicholas
dançando com Olívia. Minha vontade de beber álcool se tornou uma urgência.
Comecei a beber rapidamente e logo em seguida pedia um outro copo. E depois,
outro, outro e sucessivamente assim. Às vezes eu pedia uma água, para combater
o álcool. Não me sentia bêbada, pelos menos, não ainda.
Aquela cena romântica estava me dando enjoo. Olhava
para os dois e sentia nojo.
- Bebe pra afogar as mágoas ou afoga as mágoas por que
bebe? – Escutei uma voz conhecida soar ao meu lado. Estremeci. Virei para o
lado e encontrei Joseph. Ele vestia um smoking azul-escuro e os cabelos estavam
bem cortados, a barba feita. Ele estava diferente. Um diferente bom e
gostoso.
- Joseph. – Falei surpresa. Tentei não demonstrar medo
ou insegurança perto dele.
- Demetria. – Pronunciou meu nome, mas tentando me
imitar. Sorri de lado.
- Joe... – Falei seu apelido. Eu sabia o quanto ele
odiava quando o chamava pelo nome e de vingança chamava o meu, porque sabia que
eu também não gostava.
- Demi! – Sorriu.
- O que está fazendo aqui? – Perguntei, querendo não
parecer tão curiosa. Depois das cosias que aconteceram entre nós tinha
receio.
- Primeiro digo que não estou te perseguindo. – Ri. –
Passei alguns meses fora, na Espanha, na casa de verão de meu tio, que mora
aqui em Los Angeles e é sócio da Jonas Entrepise. Nesses meses que estive fora,
andei pensando muito sobre a minha vida e o que fiz nela. Então, antes demais
nada, queria lhe pedir desculpas,
Demi. Por tudo o que fiz. Estou tentando mudar e só conseguiria tendo essa
conversa com você. – Falou calmo. Pude ver sinceridade em seus olhos.
- Tudo bem, Joe. Eu nunca conseguiria guardar algum
tipo de magoa por você e acho tu sabe disso. – Falei e sorri de lado, mas sem
mostrar os dentes.
- Fico feliz em ouvir isso. – Ele sorriu. – Amigos? –
Perguntou, levando sua mão.
- Amigos! – Respondi e sorri de verdade agora,
apertando sua mão. Ele beijou minha mão.
- Acho que vou lhe acompanhar na bebida. – Falou,
sentando-se ao meu lado. Ele fez seu pedido. – Posso te fazer uma perguntou? –
Me encarou.
- Você já está fazendo. – Respondi divertida. Ele fez
uma careta. – Pode sim. – Falei risonha.
- Você e Nicholas terminaram, não é? – Perguntou sério.
Fiquei com a expressão confusa. Eu sabia que ele sabia que Nicholas e eu
estivemos juntos, mas não sabia como responder isso. – Qual é, Demi?! Sei que
vocês estão ou estavam juntos. Acha que eu esqueci aquele dia em que ele te
"salvou" de mim. – Falou sério.
- Não adianta tentar mentir, né?! – Falei receosa. Ele
negou com a cabeça. – Nós estávamos juntos. Como você pode ver agora ele está
com a Miss Perfeição. – Respondi sarcástica. – Parece que eu não sou boa o
suficiente pra ele. – Comentei, dando um último gole em meu copo. Joe fez uma
cara de surpresa que quase me fez rir.
- É uma pena. Ele não sabe o que perdeu. – Comentou.
Aquilo me fez sorrir. – E ela nem é tudo isso. Aposto que nem dá um caldo
direito. O gosto de Nicholas deve estar decaindo. – Comentou divertido,
enquanto bebia o líquido em seu copo. As gargalhadas que eu dei foram tão
altas, que atraiu alguns olhares.
Joe e eu ficamos jogando conversa fora. Ele estava me
contando como estava sua vida ultimamente e seus possíveis planos para o
futuro. Seu tio era a única família que Joe tinha aqui em Los Angeles, o
restante de seus familiares moravam em New Jersey. Ele contou que depois do que
aconteceu entre nós, ele procurou seu tio e pediu ajuda. Ele ficou seis meses
na Espanha, num tipo de tratamento. E isso pareceu funcionar muito bem. Ele
estava ótimo!
Joe também me contou que agora estava morando com seu
tio e estava se preparando pra entrar na faculdade de administração, para
depois assumir os negócios do tio. Digamos que seu tio era sozinho, não se
relacionava muito bem com as pessoas (vulgo mulheres) e Joe era como um filho
para ele. Então, Joe assumiria seus negócios se tudo desse certo futuramente.
Eu sinceramente estava adorando esse novo Joe. Estava
me divertindo muito com sua companhia e encontrá-lo aqui foi a melhor coisa que
aconteceu nesta noite. Sua companhia tornou tudo melhor e mais fácil. Eu até
esqueci da existência de Nicholas e sua noiva.
- Se importa se eu rouba-la por alguns instantes? –
Escutei aquela voz rouca, atrás de mim. Meu corpo inteiro se arrepiou. Era
ele.
- Hm... – Joe pensou. – Claro que não, senhor Jonas. –
Respondeu educadamente e piscou para mim.
Encarei Nicholas, que tomou minha mão sem nem ao menos
me deixar dizer que não queria dançar com ele. Olhei para Joe desesperada por
ajuda e ele parecia se divertir com a cena. Uma música calma e romântica
começou a tocar no segundo que pisamos na pista de dança. Uma mão de Nicholas
foi para minha cintura e a outra pegou minha mão. Minha mão livre foi parar em
seu ombro direito. Não ousei encara-lo momento algum. Me mantive com a cabeça
baixa, como um filhote assustado. Ele começou a me conduzir e começamos a
dançar, movendo nossos corpos lentamente.
- Joseph parece estar muito bem. – Nicholas falou com
o tom de voz frio e ao mesmo tempo sarcástico. Senti uma pitada de ciúmes
naquela frase. Suspirei, antes de finalmente encara-lo. Seus olhos
castanhos-esverdeados estavam mais escuros, opacos. Sem brilho ou emoção. Ele
não estava feliz, mas por quê?
- É, ele está ótimo! – Concordei sem emoção na
voz.
- Você está maravilhosa! – Falou, encarando meus olhos
fixamente.
- Obrigada, senhor Jonas. – Agradeci, ainda sem emoção
na voz.
- Vamos deixar a formalidade, Demetria. Sabemos que
não precisamos disso. – Falou.
- Eu não sei de nada relacionado ao senhor. Aliás, nem
sei por que me convidou para dançar. Sua noiva não deve estar gostando de ver o
senhor dançando com outra mulher. Quer dizer, com uma criança, que não serve
para você. – Retruquei raivosa. A expressão dele se tornou triste. Ótimo, tinha
deixá-lo triste. Um ponto para mim!
- Você sabe como estragar um clima. – Falou
sarcástico. E ele vestiu sua mascara de superioridade mais uma vez.
- E você sabe como estragar tudo. Sabe como enganar as
pessoas, iludi-las e magoa-las. Quer coisa pior que isso? Acho que não tem! –
Retruquei novamente com raiva.
- Não fale isso. – Falou calmo. Ele parecia realmente
magoado. E quer saber? Eu não me importava. Aliás, eu me importava sim. Estava
adorando vê-lo assim.
- Não irei falar mais nada. – Falei me afastando
brutalmente dele e caminhando até o banheiro feminino.
Entrei no banheiro e me olhei no espelho e tive
vontade de chorar, mas não o fiz. Não deixaria Nicholas saber que me magoou de
tal forma. Eu seria forte. Eu sou
forte.
A porta do banheiro se abriu lentamente e vi pelo
espelho Olívia entrar, com seu vestido dourado Chanel caríssimo. Ela continha
um sorriso vitorioso no rosto.
- Deve ser triste ver aquilo que você mais deseja tão
perto e ao mesmo tempo tão longe, não é? – Perguntou sarcástica, se
aproximando.
- Não sei do que você está falando. – Respondi, me
virando para encara-la. Ela riu.
- Ah, você sabe sim. E como sabe. Nicholas. – Falou,
parando na minha frente e cruzando os braços abaixo dos seios.
- Não me importo com ele, se é o que você quer saber.
– Falei seria.
- Ele quem não se importa com você, meu bem. Demetria,
olhe para mim e olhe para você. Eu sou tudo aquilo que você nunca será.
Nicholas está muito melhor agora comigo, com alguém do nível dele. – Falou
superior.
- Fico feliz em saber que ele não se importa comigo.
Isso mostra que o sentimento é recíproco. – Falei. – Eu olho para você e sinto
ânsia de vomito. Então, agradeço por nunca ser o que você é. E mais, se o Nicholas
está com a alguém do nível dele, então, o nível dele decaiu bastante.
Lamentável. Porém, nada mais da vida dele me interessa. Estou tentado viver
minha vida e estou muito bem ultimamente. Aliás, eu tenho só a te agradecer por
ter tirado alguém tão mesquinho como ele da minha vida. Então, Olívia, querida,
obrigada. – Me desencostei da pia e caminhei até a porta do banheiro. Parei na
porta e me virei para ela, que continha uma expressão de raiva no rosto. – E
faça bom proveito dele. Afinal de contas, vocês dois são do mesmo nível e se me
merecem infinitamente. – Falei com um sorriso vitorioso no rosto. A expressão
de Olívia me fazia rolar de rir por dentro. Tive até vontade de tirar uma foto
da vadia. Abri a porta e saí.
Levei um susto ao dar de cara com Nicholas ao sair do
banheiro. A expressão dele era incrédula. Tive certeza de que ele escutou tudo
o que eu falei. Mas sinceramente? Não me importava. Foda-se!
- Eu escutei tudo. – Confessou, me encarando
seriamente.
- E daí? Quer que eu me sinta culpada por falar o que
penso de você e da sua noiva? – Perguntei. Quando ia me afastar, ele segurou
meu braço com delicadeza, o que me fez parar.
- Demetria, as coisas nem sempre são como você pensa.
– Falou serio.
- Jura? Não me importo. – Retruquei. Uma música
agitada começou a tocar. – Agora, com licença, senhor Jonas. Uma das minhas músicas
favoritas está tocando. – Falei puxando meu braço e saindo dali de uma vez por
todas.
Caminhei até a pista de dança e vi Joe dançando, ele estava
de costas para mim, dançando com alguns jovens, que pareciam ser da nossa idade.
Cheguei perto dele, abraçando-o por trás e começando a mover meu corpo junto
com o dele. Ele uniu nossas mãos.
Tentava dançar o mais comportada possível, sem rebolar
e me esfregar muito em Joe, mas às vezes era impossível. Me deixava levar pela
música e quando via, já estava dançando da minha maneira descarada e sem pudor
de ser.
- Acho que conseguimos uma plateia. – Joe sussurrou em
meu ouvido. Nesse momento eu estava posicionada na frente dele, mas de costas.
Ele tinha suas mãos em minha cintura, me apertando com força contra ele, e as
minhas mãos estavam em sua nuca. Abri meus olhos e vi algumas pessoas nos encarando
fixamente. Alguns nos encaravam com luxúria, admiração e outros com desprezo e desaprovação.
Apenas ri do comentário de Joe e voltei a dançar.
Horas depois, o DJ anunciou que o jantar seria servido
e colocou uma música ambiente. Me despedi de Joe e voltei a sentar ao lado de
minha mãe. Encarei Nicholas e ele me olhava com raiva. Me arrisco a dizer que
era ciúmes. Não conseguia o entender. Ele me dava um chute na bunda e depois
ficava atrás de mim, dizendo coisas sem sentido. Tem homem mais complicado que
esse? Olívia, que estava ao seu lado, estava com uma cara de cu. E mais uma vez
eu estava adorando isso. Acho que essa noite era especialmente para mim (ou
minha).
Depois que todos comeram, o DJ fez outro anúncio,
dizendo que em poucos minutos o presidente-chefe da empresa subiria no palco e
apresentaria a tal surpresa.
Mamãe levantou e foi até o palco, chamou o nome de
Nicholas e ele se levantou, recebendo vários aplausos, e caminhou até o palco.
Ele começou a falar sobre a empresa, como todos trabalhavam bem e como todos
eram uma ótima equipe, de muito respeito e admiração. Enquanto ele falava tudo
isso, um telão enorme era transmitido atrás dele, com fotos e informações.
Depois dessa bela introdução, Nicholas relevou a grande surpresa: a coleção de
novembro. Agradeceu os sócios, acionistas e promotores. Agradeceu também as
equipes de designers e o restante das pessoas que trabalhavam na impecável
produção das joias.
- Nesse meio tempo eu acabei criando algumas peças,
que entraram para coleção nova, e eu gostaria de dedica-las a mulher que eu
amo, minha futura esposa, Olívia. – Falou sério. Sem sorrisos.
Antes de Olívia levantar, ela me encarou e sorriu
vitoriosa, feito isso, ela caminhou em direção ao palco e no meio do caminho
recebeu vários aplausos. Ao chegar no palco ela agarrou Nicholas e o beijou na
frente de todos. E mais aplausos para o lindo casal.
Senti meu coração apertando. Eles pareciam tão certos
juntos, tão felizes e isso me doía, porque eu não queria pensar nisso. Não
queria pensar neles.
- Eu já posso ir embora? – Perguntei em voz baixa,
encarando mamãe, assim que ela voltou á mesa. Ela assentiu com a cabeça e eu
levantei.
Pedi a Eddie que me acompanhasse até seu carro, para
eu poder pegar minha mochila. Saímos e o manobrista foi pegar o carro. Peguei
minha mochila e voltei ao salão junto com Eddie. Ele voltou ao salão, enquanto
eu segui caminho para o banheiro. Vi que Nicholas já estava sentado novamente
em seu lugar e Olívia estava agarrando em seu pescoço, falando alguma besteira
em seu ouvido enquanto sorria de um jeito malicioso. Aquilo me deu ainda mais
nojo, apesar da cara de Nicholas expressar puro tédio.
Entrei no banheiro e abri a porta de uma das cabines,
entrando na mesma. Retirei com dificuldade meu vestido e vesti no lugar um
cropped vermelho, com alças finas, que deixava meus seios bem realçados e minha
barriga à mostra, uma calça jeans alta clara rasgada e, por último, vesti um
blazer preto por cima. Calcei coturno preto e desfiz as tranças nas laterais de
meu cabelo, baguncei meu cabelo e joguei-o para o lado. Saí da cabine e me
olhei no espelho, retoquei minha maquiagem, deixando ainda mais forte. Estava
pronta! Me sentia sexy!
Peguei meu celular e telefonei para Tiffany,
avisando-a que eu já estava pronta e ela podia vir me buscar. Enfiei tudo na
mochila, sem nem dobrar, e saí do banheiro.
Levei um (outro) susto ao dar de cara com Joe na
porta. Ele me encarava de um jeito... Malicioso.
- Não vai ficar até o final da festa? – Perguntou. Ele
fedia fortemente a álcool.
- Vou sair. – Respondi curta.
- Achei que você iria ficar até o final... – Falou, me
encurralando na parede. –... E eu estava pensando que nós poderíamos sair
depois e fazer algo juntos. – Completou, acariciando meu braço e meu
queixo.
- Joe, combinamos que seríamos só amigos. Nada mais
que isso. – Falei, afastando suas mãos de mim.
- Mas podíamos relembrar os velhos tempos. Só as
partes prazerosas. – Sussurrou em meu ouvido.
- Não, Joe! – Falei mais alto que o necessário. Ele
riu. Riu daquela forma psicótica de antes.
- Por que não, Demi? Nicholas está noivo de outra. Ele
não quer saber de você e por que tu fica aí se martirizando por ele? –
Perguntou raivoso.
- Não estou me martirizando por ele. E eu sei de tudo
isso. Só não estou afim de você. Só quero tua amizade, nada mais do que isso! –
Respondi ríspida. – Agora me solte, antes que eu comece a gritar. –
Ameacei-o.
Ele não falou nada, apenas me soltou e se afastou.
Quando Joe saiu da minha frente, vi que Nicholas estava atrás da coluna, que
havia entre o corredor, que ia para o banheiro. Encarei-o assustada e ele se
afastou rapidamente, como se nada tivesse acontecido.
Tiffany me mandou uma mensagem dizendo que já tinha
chego. Caminhei em direção á mesa de mamãe. Nicholas já estava ali. Ele estava
com o maxilar travado, o olhar sério, a boca alinhada e o cenho franzido. Em
outras palavras, ele estava puto da vida. Me despedi de minha mãe e de Eddie, e
tentando dar uma de educada, me despedi de Nicholas (que nem me olhou) e
Olívia, que não fez muita questão de se despedir de mim, mas também não
conseguiu negar o quanto estava feliz por me ver ir embora.
Saí do salão sem olhar para trás. A noite não tinha
sido tão ruim, eu consegui segurar bem as pontas, contando com o ocorrido de
agora pouco com Joe.
O carro de Tiffany estacionou o carro um pouco longe
do salão. Caminhei em direção ao seu carro, que estava com as portas destravadas.
Entrei no banco traseiro e coloquei minha mochila ao meu lado. Cumprimentei as
garotas e Tiffany meteu o pé no acelerador em direção a Exchange LA, uma boate.
Quatro e quinze da madrugada.
Eu já tinha perdido as contas de quantos copos de
Vodka com limão e cerveja havia bebido, só sabia que sentia todo meu corpo
quente, fervendo e eu estava dançando sem pudor algum. Dançava em cima de uma
mesa, que tinha pole dance, esfregando todo meu corpo nele, rebolando, subindo
e descendo de acordo com a batida da música. Eu estava podre de bêbada e sabia
disso, mas não me importava. Vários homens estavam ao redor da mesa, me
elogiando, pedindo para sair comigo e assobiando.
Quando percebi que minha bebida acabou, desci de cima
da mesa, recebendo vários aplausos, e caminhei até o bar. Ao chegar no bar tive
a impressão de ver Nicholas, mas achei impossível. Uma hora dessas ele deveria
estar em casa fazendo algo com Olívia (tipo, fodendo ela). Achei melhor parar
de beber, antes que começasse a ver coisas.
Procurei Tiffany e Jennifer, que estavam dançando na
pista. Me aproximei delas, assim que as encontrei.
- Arrasou, Demi! Virei sua fã! – Tiffany falou
animada.
- Ninguém te segura hein, garota! – Jennifer falou da
mesma maneira. Ri.
- Vou lá fora tomar um ar. – Falei com a voz
arrastada.
Caminhei em direção á porta dos fundos da boate e saí
pela mesma. Senti o vento gelado tocar meu rosto e isso me trouxe um certo
alívio. Minha visão estava meio embaçada. Caminhei aos tropeços até uma parede
de vidro e me encostei na mesma. Ali estava mais calmo, tinha menos barulho.
Fechei os olhos e a primeira coisa que veio em minha
mente foi Olívia beijando Nicholas. Acho que foi uma má ideia parar de beber e
vir aqui pra fora.
Minutos depois, abri meus olhos e me deparei com Joe,
me encarando fixamente. Ah, não! Merda.
- Joe? O que você querrrr?
– Perguntei. Minha voz estava arrastada e eu atropelava as palavras na hora de
falar.
- Quero você. – Respondeu serio. Seu semblante era sério,
frio.
- Joeee, parrrra com isssso. Eu tô bêbada e não tô pensssando
direito. – Falei.
– Você vai gostar! – Falou.
- Como você me achou? – Perguntei.
- Eu te segui até aqui e fiquei esperando você ficar
sozinha, para nós finalmente termos nosso momento juntos. – Respondi. Senti
suas mãos em minha cintura.
- Nãããão, Joe. Parrrra. – Pedi.
- Nãããão, Joe. Parrrra. – Pedi.
- Relaxa, eu não vou fazer nada que você não vá gostar.
– Sussurrou em meu ouvido. – Vamos relembrar os velhos tempos. – Senti seus
lábios em meu pescoço. Senti uma vontade enorme de vomitar.
- Não, Joe, porrrrr
favorrrr. Eu não querrrrrro! – Falei, batendo minhas mãos seu peito.
- Demi, seja uma boa menina. Não quero te machucar! –
Ele falou bruto e segurou meus pulsos com força. Senti seus lábios roçando nos
meus.
- Eu creio que a senhorita disse não. – Escutei a voz
de Nicholas soar irritada e senti Joseph se afastar de mim rapidamente.
Ele estava ali!
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Primeira parte do capítulo 70 postado, babies! Preparem o coração de vocês, porque esses próximos capítulos vão ser emocionantes (e posso dizer que são meus caps favoritos!). Espero que vocês gostem e comentem, e tô começando a achar que se vocês comentam pouco num capítulo é porque ele tá ruim ou vocês não gostaram (ou os dois). WHATEVER! Comentem o que cês acham. Beijocas, até sexta-feira!
MEU DEUS POSTA MAIS LOGO
ResponderExcluirO-M-F-G, sabia que ela ia de vermelho pra arrasar com Nick, quero um pov dele só por essa parte kk' não deu nem tempo de preparar o coração pros proximos, você já estraçalhou ele neste capitulo, ataque cardíaco assim que o Joe apareceu, sempre gostei quando ele aparece por esse motivo é uma pessoa horrível mas só ele consegue fazer Nemi se reencontrar e acabar com meus sentimentos. O pessoal parece que tem preguiça de comentar, só pode pq ler eu sei que bastante gente lê, sua fic é muito boa nao é possivel, comentem galera
ResponderExcluirAss.: Cys
Aí meu Deus, como ousa parar aí? Mais mais mais
ResponderExcluirLouca pelo próximo. Aaaaaah
Beeijos :)
Mais mais e mais por favor!
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